A manifestação racista da torcida espanhola contra o jogador de futebol brasileiro Vini Júnior foi um dos assuntos mais comentados no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante a Reunião Ordinária desta terça-feira (23/5/23). Sucessivamente, os deputados Bosco (Cidadania), Bruno Engler (PL), Cristiano Silveira (PT) e a deputada Andréia de Jesus (PT) declararam apoio ao jogador brasileiro e cobraram providências de autoridades brasileiras e espanholas.

O episódio de racismo aconteceu no dia 21 de maio, quando a equipe de Vini Júnior, o Real Madrid, perdeu para o Valência. Em dois anos e sete meses, foi a nona partida em que o jogador brasileiro sofreu ataques racistas, sendo ofendido pela torcida do Valência e expulso após reagir a agressões físicas de um jogador da equipe rival.

O deputado Bosco leu uma nota de repúdio ao comportamento da torcida espanhola e a deputada Andréia de Jesus cobrou punições às equipes das torcidas agressoras. "É preciso doer no bolso", afirmou ela.

Outro assunto bastante comentado foi o veto do governador Romeu Zema à proposta de criação de um centro de atendimento às pessoas com autismo. Autor da proposta de criação do centro de atendimento aos autistas, o deputado Cristiano Silveira afirmou que o órgão já está previsto no plano estadual relativo ao tema.

A deputada Nayara Rocha (PP), que coordena a frente parlamentar em apoio às pessoas com esta síndrome, juntamente com a deputada Maria Clara Marra (PSDB), disse ter se reunido com o secretário de Estado de Governo, Igor Eto, para protestar contra a decisão do Poder Executivo. "Ele nos autorizou a derrubar o veto", anunciou a deputada.

Cemig recebe críticas de parlamentares

Nayara Rocha e o deputado Elismar Prado (Pros) deram destaque ainda, em seus pronunciamentos, às críticas contra a Cemig. A deputada criticou sobretudo a manutenção deficiente da iluminação pública em trechos rodoviários e urbanos.

Elismar Prado comemorou decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que obriga a Cemig a devolver o valor de R$ 1,2 bilhão relativo a cobranças indevidas. Ele lamentou, no entanto, que a agência tenha autorizado reajustes tarifários de 15,55% para consumidores de baixa tensão e de 14,91% para consumidores residenciais.

Além de se solidarizar ao jogador Vini Junior, o deputado Bruno Engler criticou o Projeto de Lei (PL) 2.630/20, que tramita no Congresso e que se propõe a reprimir a proliferação de notícias falsas na internet. O deputado classificou o projeto como uma tentativa de censurar as manifestações dos brasileiros na rede virtual. Ele também comemorou a decisão de Justiça que anulou a posse do ex-senador Jorge Viana para a direção da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Em aparte, o deputado Caporezzo (PL) repeliu acusações e denúncias feitas pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) de que ele teria incitado o preconceito contra pessoas transgênero. Também em aparte, o deputado Coronel Sandro (PL) criticou como censura a decisão da Justiça contra o comediante Léo Lins. Ele foi proibido de fazer piadas com minorias e teve que remover um dos seus shows do YouTube.

Ainda em aparte, a deputada Ana Paula Siqueira (Rede) prestou homenagem ao vereador Godinho, seu colega de partido no município de Coronel Xavier Chaves, que faleceu no dia 18 de maio. Os deputados observaram um minuto de silêncio em memória ao parlamentar.

Deputado Cristiano Silveira, em seu pronunciamento, também apontou alguns avanços promovidos pelo governo federal: aumento real do salário mínimo, ampliação dos beneficiados pelo Bolsa Família e lançamento de edital para contratação de profissionais de saúde pelo programa Mais Médicos, sendo 371 deles destinados a Minas Gerais.

Por fim, o deputado Leleco Pimentel (PT) prestou solidariedade aos trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que compareceram às galerias do Plenário para cobrar o cumprimento, pelo Governo do Estado, de acordo firmado envolvendo melhorias nas condições de trabalho. Em aparte, a deputada Bella Gonçalves (Psol) acusou o governo de substituir enfermeiros concursados por cuidadores de idosos terceirizados.

Leleco Pimentel também advertiu para perigo de que a intenção do governo de privatizar a Copasa permita às  mineradoras assumir essa atividade, conforme teria ocorrido no município de Ouro Preto, onde o saneamento foi privatizado. O deputado também comemorou decisão da Justiça Federal de manter a suspensão da licença da empresa Tamisa de minerar na Serra do Curral.