Palestrantes cobram políticas de incentivo ao cooperativismo
O painel “Sustentabilidade e negócios” encerrou o Ciclo de Debates Cooperar nesta terça (6)
06/11/2012 - 18:31“O cooperativismo ocupa hoje, no Brasil, posição de trincheira”. Dessa maneira, o presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, abriu o último painel do Ciclo de Debates Cooperar 2012. O palestrante falou sobre o tema “Sustentabilidade e negócios” no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (6/11/12).
Para Paolinelli, as atividades implementadas por cooperativas desempenham um importante papel na economia brasileira e ajudaram a sustentar o País em períodos de crise. “Precisamos reconhecer o movimento cooperativista e criar políticas públicas efetivas para que essas entidades continuem a conjugar, no mesmo diapasão, avanço econômico e bem-estar social”, ressaltou.
O presidente da Abramilho ponderou ainda que será muito difícil para os cooperados sobreviverem em uma nação onde a embalagem do produto vale mais que o próprio. Ele exemplificou tal circunstância com a condição atual dos produtores de leite que, embora sejam responsáveis por 30% do leite produzido no Brasil, se encontram em situação de quase abandono.
O palestrante afirmou que a conservação dos recursos naturais está na agenda das cooperativas. Ele lembrou ainda que até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu que os produtores nacionais executam a agricultura tropical fornecendo alimentos com preservação ambiental.
Planejamento – O segundo expositor do painel “Sustentabilidade e negócios”, Edson de Oliveira Braga Filho, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Ambientais e Cooperativos (IBPEAC), também cobrou atuação proativa dos gestores públicos para fomentar o cooperativismo no País. De acordo com ele, é preciso ainda adotar uma visão realista diante da nova ordem mundial.
Braga apresentou diversos setores que, segundo ele, seriam promissores para quem quer apostar no cooperativismo, tais como agronegócios, habitação, turismo, design ambiental, dentre outros. Para ele, o caminho para alcançar sustentabilidade e crescimento econômico é, sobretudo, criar políticas de Estado, o que implicaria um planejamento de longo prazo e a elaboração de uma agenda positiva.