Para Dinis Pinheiro, as cooperativas garantem segurança alimentar e fortalecem a economia
Na avaliação de Scucato, cooperativas poderiam gerar mais riqueza para a sociedade
Ciclo de debates aponta desafios do setor

Presidente da ALMG associa cooperativas à redução da pobreza

Dinis Pinheiro destacou o segmento como fonte de desenvolvimento social na abertura do Ciclo de Debates desta terça (6).

06/11/2012 - 12:08

A cooperativa como mecanismo de desenvolvimento social e erradicação da pobreza no Estado foi o tema do discurso do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), na abertura do Ciclo de Debates Cooperar 2012. O evento, que acontece nesta terça-feira (6/11/12) no Plenário da ALMG, reúne especialistas, autoridades e parlamentares para debater os avanços e desafios do sistema cooperativo mineiro.

Em sua fala, Dinis Pinheiro lembrou que as cooperativas são a garantia da segurança alimentar e do fomento à economia. Segundo ele, em 2010, o sistema empregava mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, número 20% maior que as vagas de trabalho oferecidas pelas empresas multinacionais. “Hoje são mais de seis mil cooperativas no Brasil, que reúnem milhões de associados. O reflexo disso é o comprometimento com as comunidades em que estão inseridas e o ganho em termos de distribuição de renda e redução da pobreza”, disse.

A deputada Liza Prado (PSB) defendeu o setor ao afirmar que o cooperativismo no Brasil é exemplo para o mundo, graças à sua organização administrativa e financeira. A parlamentar ponderou, no entanto, que ainda há muito a crescer. O deputado Duílio de Castro (PMN) fez coro às palavras da colega e destacou que é preciso que se tenha consciência da união de esforços para que as cooperativas cresçam ainda mais e promovam melhor distribuição de riquezas no País.

A deputada Luzia Ferreira (PPS) disse que a cooperativa é a forma mais racional, democrática e justa de trabalho e organização social. Ela também entende que é preciso que se desenvolva mais o segmento, especialmente com a abertura de novos mercados. “As associações ligadas à agricultura são maioria, por isso é importante que se criem novos grupos que trabalhem em outras vertentes”, ponderou.

Ocemg aponta longo caminho a ser percorrido

O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Scucato, foi o responsável pelo primeiro painel do ciclo de debates, “A força do cooperativismo para o desenvolvimento econômico social”. Em sua fala, ele fez um contexto histórico das cooperativas no Brasil e no mundo, e afirmou que há um longo caminho a ser seguido pelo segmento, que, de acordo com ele, ainda tem problemas internos e gera menos riquezas do que poderia para a sociedade.

Scucato lembrou que o objetivo das cooperativas é a realização social por meio da eficiência econômica. “Somos grupos de negócios essencialmente privados, mas com grande potencial de fomento do desenvolvimento social como um todo”, salientou.

Números em MG – O presidente da Ocemg fez um diagnóstico do setor em Minas. Segundo ele, são 760 cooperativas no Estado, que atuam em dez ramos de atividades econômicas. Este cenário representa a geração de quase 37 mil empregos diretos, com 1,2 milhão de cooperados até o ano de 2011, de acordo com dados da entidade. No mesmo período, foram movimentados R$ 27,2 bilhões em negócios, o que representa 7,2% do PIB mineiro. Em termos de exportações, o segmento gerou US$ 884 milhões, também em 2011. Outro dado apresentado dá conta de que as atividades ligadas à agricultura, ao crédito e à saúde somam 96% das cooperativas em Minas Gerais.

Scucato afirmou, ainda, que os desafios para o próximos anos passam pelo desenvolvimento de novas lideranças, uma maior profissionalização dos associados, a intercooperação e a agregação de valores aos produtos das cooperativas. “Temos que repensar o cooperativismo, tendo o ser humano em primeiro plano. Isso passa, também, pela responsabilidade social e a inclusão social”, finalizou.