A parte da tarde começou com debates sobre as oportunidades de negócio que a Copa pode trazer ao Estado
Para Tiago Lacerda,
Ciclo de debates defende maior inserção das cooperativas no cenário político do País

Ciclo de Debates aborda cooperativismo, futebol e política

Cooperar 2012, realizado no Plenário da ALMG, discute oportunidades de negócios nos grandes eventos esportivos.

06/11/2012 - 17:21

Cooperativismo, futebol e política. Esses foram os temas debatidos na abertura na segunda parte do Ciclo de Debates Cooperar 2012, realizada na tarde desta terça-feira (6/11/12) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em homenagem ao Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o evento discutiu, na parte da tarde, o tema “Oportunidades de negócios para o cooperativismo nas Copas das Confederações e do Mundo e nas Olimpíadas”. Logo depois, foi debatido o assunto “Cooperativismo e política: duas forças que se completam”.

Os trabalhos foram coordenados pelos deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), Anselmo José Domingos (PTC), respectivamente presidente e 1º vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo de Minas Gerais (Freencoop-MG), e Tenente Lúcio (PDT).

Em seu pronunciamento, Antônio Carlos Arantes ressaltou a importância do trabalho realizado pela Freencoop, que congrega atualmente 61 dos 77 parlamentares do Legislativo mineiro, na aprovação de legislações que garantiram, entre outras conquistas para os cooperados, a renegociação de dívidas junto ao Estado. O parlamentar mencionou outras iniciativas realizadas, como a criação da Lei 13.722, de 2000, que garantiu a possibilidade de o servidor público receber o seu salário por meio de cooperativas de crédito, suprindo  a carência de agências bancárias em cidades pequenas, e a instituição da Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo, por meio da Lei 15.075, de 2004.

O deputado lembrou também, como iniciativas importantes de estímulo ao cooperativismo em Minas Gerais, a inclusão do tema nos conteúdos das escolas estaduais do ensino médio e a luta, inclusive na Justiça, para que que as cooperativas possam participar de licitações das administrações públicas em igualdade de condições.

Futebol e negócios – O ponto alto no Ciclo de Debates foi a discussão sobre a importância da Copa do Mundo de Futebol, que acontece no Brasil em 2014, para a economia mineira e nacional e, em especial, para as cooperativas e demais empreendedores. O titular da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), Tiago Lacerda, lembrou que o Mundial, realizado a cada quatro anos, é o segundo evento esportivo mais importante do mundo, perdendo apenas para as Olimpíadas, que também acontecem no Brasil, no Rio de Janeiro, dois anos depois.

“Serão 600 mil turistas estrangeiros, que somados ao turismo doméstico, totalizarão 1,5 milhão de pessoas. Estamos falando também de um público de três milhões de pessoas em torno dos estádios e outros 18 milhões nos fan fests (festas oficiais nos dias dos jogos). As oportunidades de negócios são excepcionais, com uma injeção de ânimo vigorosa na nossa economia. Os olhos do mundo estarão todos aqui, pois são esperados também 18 mil jornalistas”, ressaltou o secretário.

A estimativa é de que a Copa movimente R$ 142 bilhões de 2010 a 2014, com a geração de 3,63 milhões de empregos temporários, sendo que no próximo ano já acontece a Copa das Confederações, evento-teste da Fifa realizado no país-sede sempre um ano antes do Mundial. Segundo Tiago Lacerda, nesta quinta-feira a Fifa bate o martelo sobre as sedes deste evento, com a possibilidade de exclusão de Recife (PE) e Salvador (BA). Belo Horizonte já está garantida e o novo Mineirão será inaugurado no próximo dia 21 de dezembro, com 64 mil assentos para receber, além dos jogos da Copa das Confederações, quatro jogos da fase de grupos, um das oitavas e outro das semifinais do Mundial.

“Vale lembrar àqueles que estão de olho em novas oportunidades de negócios que os norte-americanos são tradicionalmente os que mais compram ingressos para o Mundial. Mas o mais importante é que o Mineirão não será mais um espaço adormecido depois da Copa. Quando não houver jogos, Belo Horizonte ganhará um importante espaço de convivência, com a nova esplanada do estádio e lojas, eventos, shows e exposições o ano inteiro, todos os dias da semana. No dia 21 vamos apresentar esses espaços para a população”, concluiu.

Cooperativismo já congrega mais de um bilhão de pessoas no mundo

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), Márcio Lopes de Freitas, também participou do “Ciclo de Debates Cooperar 2012”. Ele destacou que o cooperativismo está presente atualmente na economia de mais de 100 países e congrega cerca de um bilhão de pessoas, sendo responsável pela geração de 100 milhões de empregos. “É a maior organização não-governamental do planeta. O reconhecimento das Nações Unidas instituindo 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas mostrou a importância desse fenômeno”, apontou.

“Esse reconhecimento veio em uma assembleia em 2010, na esteira da crise mundial, e foi fruto de um trabalho competente realizado pelas cooperativas do mundo inteiro ao longo de décadas. Diante da crise de credibilidade, do descrédito nas instituições que levaram à fuga dos capitais das instituições tradicionais, nos Estados Unidos, por exemplo, a confiança foi para o sistema de cooperativismo de crédito. Aqui no Brasil não foi diferente”, apontou o presidente do Sistema OCB, que reúne 6.586 cooperativas em 13 ramos de atividades econômicas, com mais de dez milhões de associados e quase 300 mil empregos. O próximo desafio, segundo ele, é buscar eleger representantes em todas as esferas políticas.

Cachaça artesanal – Por fim, o superintendente de Cooperativismo e Apoio ao Setor Terciário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, João Israel Neiva, lembrou o papel do Governo do Estado no estímulo ao cooperativismo. Ele listou áreas em que Minas Gerais pode fazer a diferença, sobretudo tendo em vista a realização por aqui de dois eventos esportivos internacionais, as Copas das Confederações e do Mundo. “É o caso da cachaça artesanal, que todos os mineiros conhecem, mas que ainda carece de divulgação no exterior”, apontou.