Helton Freitas apresentou histórico dos 41 anos da Unimed-BH
João Carlos Leite conta que a Saromcredi nasceu em 1991, com a crise de crédito vivida pela população pelo fechamento da única agência bancária da cidade
Representantes da sociedade civil participam dos debates na manhã desta terça (6)
Ciclo de debates aponta desafios do setor

Palestrantes apresentam exemplos de sucesso cooperativista

Participantes do Cooperar 2012 conhecem as experiências da Unimed-BH e da Cooperativa de Crédito de São Roque de Minas.

06/11/2012 - 14:50

Duas experiências de sucesso cooperativista em Minas foram apresentadas durante o segundo painel do Ciclo de Debates Cooperar 2012: Unimed-BH e Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de São Roque de Minas (Sicoob Saromcredi). Essa fase do evento, realizado nesta terça-feira (6/11/12) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi coordenada pelo deputado Antônio Carlos Arantes (PSC).

Sobre a primeira, quem falou foi o diretor-presidente da entidade, Helton Freitas. Ele apresentou números que explicam o crescimento da Unimed-BH ao longo dos seus 41 anos de existência. Hoje, a entidade conta com 1,13 milhão de clientes, 5.200 médicos cooperados e um patrimônio líquido de R$ 532 milhões. Segundo ele, dos 48 milhões de usuários do sistema de saúde suplementar no Brasil, 18 milhões são clientes da Unimed em nível nacional.

Entre os projetos para o futuro, Helton Freitas destacou a ampliação do Hospital Unimed localizado no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, que hoje conta com 250 leitos, mas deverá ganhar mais 320. O diretor não informou o prazo para que isso aconteça. Ele também falou que serão construídos novos centros de promoção da saúde na cidade e mais 370 consultórios em todas as regiões da cidade.

No caso da Saromcredi, seu presidente, João Carlos Leite, lembrou que ela foi a responsável pela reversão do processo de despovoação do município de São Roque de Minas (Centro-Oeste do Estado). Inaugurada em 1991, a cooperativa nasceu da crise de crédito vivida pelos produtores da cidade, diante do fechamento da única agência bancária, a extinta Minascaixa. Com três anos de funcionamento, a Saromcredi conseguiu reverter as perdas do município em movimentação financeira e passou a reinvestir na produtividade e na capacitação de seus cooperados.

Hoje, com 50 funcionários e um patrimônio estimado em R$ 16 milhões, a cooperativa tem 12.428 cooperados em sete municípios da região e um índice de inadimplência que não chega a 1%. Entre os planos para o futuro, Leite citou projetos de qualificação do queijo minas artesanal da Serra da Canastra e de educação cooperativista e empreendedora nas escolas estaduais e municipais.

Educação – O painel “Educação para o cooperativismo: a importância de se investir na formação” foi coordenado pelo deputado Anselmo José Domingos (PTC). Segundo o diretor da Dialétika Fenômenos Organizacionais, professor Inocêncio Magela de Oliveira, a transformação de São Roque de Minas pela Saromcredi e a grandeza da Unimed-BH são suficientes para justificar a importância da educação para o cooperativismo. Segundo ele, educar significa libertar, e essa libertação acontece somente com a comunhão entre as pessoas, que pode ser entendida como cooperação. O professor defendeu ainda o meio televisivo para difundir a educação para o cooperativismo.

Já o diretor da Central das Cooperativas de Economia e Crédito de Minas Gerais (Sicoob Central Cecremge), Márcio Olívio Villefort Pereira, citou que, entre os valores da entidade, a capacitação profissional continuada é um dos maiores. “Capacitação não é despesa, é investimento, pois a alta performance gera resultados”, destacou. Ele mostrou que a Central Cecremge desenvolve diversos programas de capacitação, desde cursos técnicos até de pós-graduação. Somente em 2011, foram 34 cursos nos mais diversos níveis, atendendo a 2.148 alunos, informou.

Debates – Na parte das discussões, após as palestras do turno da manhã, algumas perguntas dos presentes no Plenário relacionaram-se ao futuro das cooperativas de crédito no Brasil e às formas para melhorar o sistema no País. Segundo Ronaldo Scucato, o futuro é "promissor", pois a questão do crédito está inserida em todos os ramos do cooperativismo. Ele, no entanto, fez um alerta: "É perigoso e proibido brincar com a boa-fé das pessoas". Em sua opinião, o dirigente de cooperativa de crédito tem que ter uma “consciência forte” para não prejudicar o ramo.

Em suas palavras finais, o diretor da Dialétika Fenômenos Organizacionais, professor Inocêncio Magela de Oliveira, argumentou que “vale a pena contar com as cooperativas na produção de um mundo melhor”. De acordo com o professor, "o cooperativismo trabalha a construção da paz social”.

Já o presidente da Sicoob Saromcredi, João Carlos Leite, abordou, antes do encerramento dos debates, as cooperativas educacionais. "Nascem muitas lideranças nas salas de aula”, destacou. Ele ressaltou, ainda, a importância dos associados em uma cooperativa. Em sua visão, são eles os responsáveis pelo sucesso final. Ele destacou, também, a diferença entre bancos e cooperativas. "Bancos não investem nas cidades, só quando há desconto no imposto de renda, por meio de suas ações", disse.