Palestrantes apresentam exemplos de sucesso cooperativista
Participantes do Cooperar 2012 conhecem as experiências da Unimed-BH e da Cooperativa de Crédito de São Roque de Minas.
06/11/2012 - 14:50Duas experiências de sucesso cooperativista em Minas foram apresentadas durante o segundo painel do Ciclo de Debates Cooperar 2012: Unimed-BH e Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de São Roque de Minas (Sicoob Saromcredi). Essa fase do evento, realizado nesta terça-feira (6/11/12) no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi coordenada pelo deputado Antônio Carlos Arantes (PSC).
Sobre a primeira, quem falou foi o diretor-presidente da entidade, Helton Freitas. Ele apresentou números que explicam o crescimento da Unimed-BH ao longo dos seus 41 anos de existência. Hoje, a entidade conta com 1,13 milhão de clientes, 5.200 médicos cooperados e um patrimônio líquido de R$ 532 milhões. Segundo ele, dos 48 milhões de usuários do sistema de saúde suplementar no Brasil, 18 milhões são clientes da Unimed em nível nacional.
Entre os projetos para o futuro, Helton Freitas destacou a ampliação do Hospital Unimed localizado no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, que hoje conta com 250 leitos, mas deverá ganhar mais 320. O diretor não informou o prazo para que isso aconteça. Ele também falou que serão construídos novos centros de promoção da saúde na cidade e mais 370 consultórios em todas as regiões da cidade.
No caso da Saromcredi, seu presidente, João Carlos Leite, lembrou que ela foi a responsável pela reversão do processo de despovoação do município de São Roque de Minas (Centro-Oeste do Estado). Inaugurada em 1991, a cooperativa nasceu da crise de crédito vivida pelos produtores da cidade, diante do fechamento da única agência bancária, a extinta Minascaixa. Com três anos de funcionamento, a Saromcredi conseguiu reverter as perdas do município em movimentação financeira e passou a reinvestir na produtividade e na capacitação de seus cooperados.
Hoje, com 50 funcionários e um patrimônio estimado em R$ 16 milhões, a cooperativa tem 12.428 cooperados em sete municípios da região e um índice de inadimplência que não chega a 1%. Entre os planos para o futuro, Leite citou projetos de qualificação do queijo minas artesanal da Serra da Canastra e de educação cooperativista e empreendedora nas escolas estaduais e municipais.
Educação – O painel “Educação para o cooperativismo: a importância de se investir na formação” foi coordenado pelo deputado Anselmo José Domingos (PTC). Segundo o diretor da Dialétika Fenômenos Organizacionais, professor Inocêncio Magela de Oliveira, a transformação de São Roque de Minas pela Saromcredi e a grandeza da Unimed-BH são suficientes para justificar a importância da educação para o cooperativismo. Segundo ele, educar significa libertar, e essa libertação acontece somente com a comunhão entre as pessoas, que pode ser entendida como cooperação. O professor defendeu ainda o meio televisivo para difundir a educação para o cooperativismo.
Já o diretor da Central das Cooperativas de Economia e Crédito de Minas Gerais (Sicoob Central Cecremge), Márcio Olívio Villefort Pereira, citou que, entre os valores da entidade, a capacitação profissional continuada é um dos maiores. “Capacitação não é despesa, é investimento, pois a alta performance gera resultados”, destacou. Ele mostrou que a Central Cecremge desenvolve diversos programas de capacitação, desde cursos técnicos até de pós-graduação. Somente em 2011, foram 34 cursos nos mais diversos níveis, atendendo a 2.148 alunos, informou.
Debates – Na parte das discussões, após as palestras do turno da manhã, algumas perguntas dos presentes no Plenário relacionaram-se ao futuro das cooperativas de crédito no Brasil e às formas para melhorar o sistema no País. Segundo Ronaldo Scucato, o futuro é "promissor", pois a questão do crédito está inserida em todos os ramos do cooperativismo. Ele, no entanto, fez um alerta: "É perigoso e proibido brincar com a boa-fé das pessoas". Em sua opinião, o dirigente de cooperativa de crédito tem que ter uma “consciência forte” para não prejudicar o ramo.
Em suas palavras finais, o diretor da Dialétika Fenômenos Organizacionais, professor Inocêncio Magela de Oliveira, argumentou que “vale a pena contar com as cooperativas na produção de um mundo melhor”. De acordo com o professor, "o cooperativismo trabalha a construção da paz social”.
Já o presidente da Sicoob Saromcredi, João Carlos Leite, abordou, antes do encerramento dos debates, as cooperativas educacionais. "Nascem muitas lideranças nas salas de aula”, destacou. Ele ressaltou, ainda, a importância dos associados em uma cooperativa. Em sua visão, são eles os responsáveis pelo sucesso final. Ele destacou, também, a diferença entre bancos e cooperativas. "Bancos não investem nas cidades, só quando há desconto no imposto de renda, por meio de suas ações", disse.