Rede de Teleassistência de Minas Gerais garante saúde pública
Comissão de Educação debateu, nesta sexta (19), importância da RTMG resultante de parceria de sete universidades públicas presentes no Estado.
O trabalho da Rede de Teleassistência de Minas Gerais (RTMG) tem ampliado o atendimento médico público em Minas e no Brasil. A informação foi destacada em audiência com convidados da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (19/11/26).
Criada em 2005, a rede resulta de uma parceria de sete universidades públicas: Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
A rede conecta especialistas de hospitais universitários a profissionais de saúde remotos, por meio de atividades de telediagnóstico e teleconsultorias, além de oferecer sistemas de apoio à decisão.
De acordo com a professora de Medicina da UFSJ e coordenadora do Polo Universitário da UFSJ na RTMG, Clareci Silva Cardoso, no início, a iniciativa atendia 82 cidades do Norte de Minas na especialidade de Cardiologia por meio de um projeto de pesquisa.
Posteriormente, como contou, foi adotada pelo governo estadual como um programa. Atualmente, a rede está em 1.666 municípios, sendo 818 mineiros, abrangendo 14 estados. Conta hoje com financiadores nacionais e internacionais.
O serviço de telecardiologia conta com cerca de dez cardiologistas de plantão/turno, com funcionamento 24 horas em todos os dias da semana. Segundo a professora, os exames são respondidos em menos de 2 horas e as urgências, em dez minutos. Por meio da iniciativa, aproximadamente 8.500 eletrocardiogramas são feitos por dia.
Além disso, a rede oferece outros exames como espirometria, retinografia, ecocardiografia, Mapa e holter. Há também teleconsultas, teleconsultorias e telemonitoramentos. A RTMG atua ainda na área de pesquisa.
Clareci Cardoso agradeceu pela homenagem na Assembleia. “Serve como um incentivo para gente continuar fazendo o nosso trabalho. Acredito na ciência dialogada com as necessidades da população”, afirmou.
O pró-reitor de Extensão e Cultura da UFSJ, Francisco Ângelo Brinati, informou que projetos como o destacado chegam, muitas vezes, a locais onde o poder público não consegue chegar, contribuindo para minimizar vulnerabilidades.
O reitor da UFSJ, Marcelo Pereira de Andrade, falou do alcance social do projeto e do papel da universidade pública de alavancar esse tipo de iniciativa. “Formamos pessoas para que possam fazer intervenções no mundo e, assim, o melhorem”, disse.
Desafios no acesso à saúde
De acordo com o médico cardiologista e coordenador-geral do Provar+, Bruno Ramos Nascimento, Minas Gerais é um Estado populoso com realidades muito diferentes. Esse contexto, como disse, traz desafios no acesso à saúde.
Para enfrentar a situação, o cardiologista enfatizou a importância de projetos como o Provar+, uma parceria entre a UFMG e uma organização internacional para rastreamento cardiovascular. Utilizando a telessaúde, o projeto faz diagnóstico de doenças cardíacas.
“O rasteamento e a prevenção devem se tornar políticas públicas”, defendeu.
Deputada enfatiza importância da rede
Para a deputada Lohanna (PV), que solicitou a atividade, homenagear a rede é uma questão de justiça. “Essas pessoas constroem um SUS que eu defendo”, afirmou.
Conforme falou, a rede é sinônimo de ciência, assistência e tecnologia e colabora com municípios para avanços na área da saúde.
Ela acrescentou: “A rede ajuda ao garantir um direito à população. Isso muda a vida das pessoas”.
No fim da reunião, a comissão entregou votos de congratulações para a RTMG pela contribuição para a saúde pública.
