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Privatização da Copasa já pode ser votada em definitivo

FFO aprovou, nesta terça (9), parecer que amplia possibilidades para realocação de empregados da companhia.

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A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta terça-feira (9/12/25), parecer favorável de 2º turno ao Projeto de Lei (PL) 4.380/25, do governador Romeu Zema (Novo). Agora, a proposta de privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) já pode ir a votação definitiva no Plenário.

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Em reunião anterior, o relator da matéria e presidente da FFO, deputado Zé Guilherme (PP), distribuiu em avulso (cópias) seu parecer para análise dos colegas parlamentares. Nesta terça (9), o parecer foi votado e aprovado, com a recomendação de um novo texto (substitutivo nº 1). Além disso, foram rejeitadas 49 emendas apresentadas ao projeto.

O substitutivo propõe ampliar as possibilidades de realocação dos empregados da Copasa após os 18 meses de estabilidade assegurados na proposta de privatização. A versão aprovada em 1º turno pelo Plenário estabelecia que a nova lotação somente poderia ocorrer em outras empresas públicas ou sociedades de economia mista. O texto da FFO retira essa limitação, possibilitando a realocação em qualquer entidade pública estadual.

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Governo apresenta nota técnica

Antes da votação do parecer, o líder do governo, deputado João Magalhães (MDB), fez a leitura de uma nota técnica enviada pelo Poder Executivo. O envio da nota à ALMG atendeu a uma questão de ordem da deputada Beatriz Cerqueira (PT), que demandou a apresentação de estudos sobre a proposta de privatização da Copasa.

O documento do governo reafirma a justificativa de alcance das metas previstas no Marco Legal do Saneamento, a Lei Federal 14.026, de 2020, em especial a necessidade de universalização do saneamento até o ano de 2033.

Para isso, o governo apresenta uma consolidação dos recursos investidos na Copasa entre os anos de 2021 e 2025, bem como um plano plurianual de novos investimentos a partir da concessão da companhia, até a universalização.

Parlamentares do bloco de oposição ao governo questionaram a estratégia de venda da empresa estatal como forma de garantir acesso a água e saneamento para toda população. Além da deputada Beatriz Cerqueira, também se manifestaram os deputados Ulysses Gomes (PT), Hely Tarqüínio (PV), Leleco Pimentel (PT) e a deputada Bella Gonçalves (Psol).

Como o projeto vai a Plenário

A única inovação trazida pelo substitutivo da FFO foi a ampliação das possibilidades de realocação dos empregados efetivos da Copasa após 18 meses de venda da companhia. Outras medidas para a privatização previstas no PL 4.380/25 permanecem como referendadas em 1º turno pelo Plenário.

O projeto considera como desestatização a implementação de uma das seguintes modalidades operacionais:

  • alienação total ou parcial de participação societária que resulte em perda ou transferência do controle acionário do Estado
  • aumento de capital, mediante a subscrição de novas ações, com renúncia ou cessão, total ou parcial, dos direitos de subscrição, mediante oferta pública de distribuição de valores mobiliários, de forma a acarretar a perda do controle acionário do Estado

A proposição determina que o dinheiro arrecadado com a privatização da Copasa será destinado à amortização da dívida do Estado ou outras obrigações previstas no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, o Propag. Uma parcela poderá ainda ser reservada para um futuro fundo estadual de saneamento básico, a ser regulamentado por lei.

O comprador da empresa deverá cumprir metas de universalização dos serviços de água e esgoto em todos os municípios atualmente atendidos, incluindo áreas rurais e ocupações urbanas consolidadas, conforme o Marco Legal do Saneamento.

A proposta também exige a aplicação da tarifa social prevista na Lei Federal 14.898, de 2024, e a adoção de reduções tarifárias voltadas principalmente para a população mais vulnerável.

Além disso, o novo controlador terá de garantir a qualidade da água e preparar mecanismos de atendimento para períodos de seca, adotando práticas de gestão sustentável e ações para reduzir impactos ambientais. Também deverá criar canais rápidos para contestação de contas pelos consumidores.

Por fim, o texto autoriza a Copasa a realizar a incorporação da subsidiária Copanor, responsável pelos serviços de saneamento e abastecimento no Norte e Nordeste de Minas.

Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária - análise de proposições
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O projeto de lei mantém garantias como a preservação dos empregos por 18 meses e metas de universalização do abastecimento de água e esgoto TV Assembleia

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