Conscientização sobre doença falciforme pauta reunião
Comissão lembra, nesta sexta (16), passagem do dia mundial de conscientização sobre essa enfermidade genética.
Audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher vai abordar o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Falciforme, lembrado anualmente em 19 de junho. A reunião, que atende a requerimento da presidenta da comissão, deputada Ana Paula Siqueira (Rede), será nesta sexta-feira (16/6/23), às 14 horas, no Plenarinho III da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O dia mundial de conscientização foi oficializado pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2008, com o propósito de chamar a atenção para essa a doença rara, que acomete principalmente pessoas negras. A data visa ampliar o conhecimento e a compreensão da sociedade a respeito da enfermidade, assim como sobre os desafios enfrentados por pacientes e seus familiares.
A deputada enfatiza que a invisibilidade histórica da doença tem relação com o racismo estrutural, considerando que a maior parte dos casos, cerca de 95%, atinge a população negra e, por anos, não houve política pública na área. Ela também destaca que a maioria dos acometidos provêm de famílias vulneráveis economicamente.
“Precisamos de mais políticas integradas, inclusive de assistência social, conscientização e atendimento na ponta. Os dados mostram que 98% das famílias são atendidas pelo Bolsa Família. Também é importante dizer que, durante o tratamento, os pacientes precisam de constantes transfusões de sangue, e a doação de sangue pela sociedade pode contribuir ”, pontua Ana Paula Siqueira, lembrando que estamos no Junho Vermelho, que marca incentivo à doação de sangue.
Segundo dados do Nupad (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico) da Faculdade de Medicina da UFMG, essa condição é causada por uma alteração genética e hereditária, na qual a pessoa produz um tipo alterado da proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue: a hemoglobina. Em razão disso, a distribuição de oxigênio para todos os órgãos ocorre de forma incorreta.
Ainda de acordo com o Nupad, a forma mais comum e grave da doença é a anemia falciforme, que acontece quando a criança herda de ambos os pais o gene para produzir a hemoglobina alterada. O diagnóstico da doença é feito pelo exame conhecido como teste do pezinho (de triagem neonatal).
Esse diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento, baseado num programa de atenção integral, seja iniciado imediatamente, a fim de garantir melhor qualidade de vida para os acometidos. Entre outros sintomas, essa condição pode causar dores no corpo, amarelão (icterícia), fadiga, infecções e febre.
A doença não tem cura, mas as manifestações podem ser amenizadas por tratamentos, que incluem medicamentos, transfusões de sangue e, se necessário - e raramente, transplante de medula óssea.
