59ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 23/9/2025

Palavras do deputado Eduardo Azevedo

O deputado Eduardo Azevedo – Boa tarde, Sr. Presidente Duarte Bechir, servidores desta Casa e pessoas que nos acompanham pela TV Assembleia e pelos canais das redes sociais da Casa.

Deputado Bruno Engler, venho aqui também manifestar o meu apoio a V. Exa. pelos ataques infundados e levianos da turma da esquerda. É triste a gente ver a forma desonesta como eles trabalham, mas eu digo a você para continuar com a cabeça erguida, porque só toma uma pedrada a árvore que dá fruto. Você tem meu apoio. Conheço você, sei da sua índole, do seu posicionamento e tenho orgulho de trabalhar com pessoas como você dentro desta Casa. Então sigamos firmes nos nossos propósitos e que Deus continue abençoando você. Tenha certeza de que a verdade sempre prevalecerá. Dou meu total apoio a V. Exa.

Presidente, nós temos um mandato voltado para conhecer, de perto, as demandas da população. Por onde nós temos passado pelo nosso estado – eu estou falando de Estado porque o nosso mandato é limitado à Minas Gerais – nós sempre temos presenciado grandes dificuldades. Eu falo especialmente para você que está nos acompanhando agora, porque essa questão não é uma questão nem de direita nem de esquerda, mas uma questão de saúde. Muitas são as demandas que nós recebemos de secretários de saúde e até mesmo da população do nosso estado referentemente à falta de medicamentos. Parte desses medicamentos não são de responsabilidade das prefeituras; são de responsabilidade do Estado – a grande maioria, na verdade, é de responsabilidade do governo federal. Então, você, que vai à farmacinha e, de repente, vê que o seu remédio – pode ser para diabetes, para hipertensão ou para qualquer outra comorbidade – está faltando, preste atenção nisso que eu vou falar. É muita incoerência, é muita mentira toda aquela narrativa que a esquerda tenta externar, tenta trazer aqui. O que eles pregam é sempre uma questão de conto de fadas, de realidade que realmente não existe. Eu estou falando aqui no âmbito da saúde.

Agora eu quero falar para você no âmbito da infraestrutura, sobre as rodovias federais no Estado. Que desafio! E nós temos hoje, dentro do Estado de Minas, um dos IPVAs mais caros do Brasil – mais caros do Brasil. Você paga IPVA, que, na minha forma de entender, já é caro, e deveria ser responsabilidade do Estado dar retorno a você. Em vez de o Estado dar esse retorno à altura para o cidadão, ele prefere pedagiar as rodovias. Tudo bem que existem casos em que há necessidade realmente de elas serem pedagiadas, mas desde que o pedágio tenha um custo-benefício que atenda à demanda da população. Por que eu estou falando isso? Quando você sai da BR-262, que liga nosso Estado à região Centro-Oeste, que começa logo na saída da 381, que passa por Juatuba, Pará de Minas, Nova Serrana, Bom Despacho, enfim, que é uma rodovia muito importante tanto para a região metropolitana quanto para o Centro-Oeste, antes de chegar a Pará de Minas, existe um pedágio. Depois, um pouco à frente, num trecho de menos de 120km, existe outro pedágio. Agora eles estão querendo implantar outro pedágio para a população pagar, de forma muito sorrateira e no apagar das luzes, sem ninguém saber. Ou seja, num trecho de menos de 120km, três pedágios, com a alegação de que eles vão duplicar o trecho de Nova Serrana até Bom Despacho, que compreende, mais ou menos, uns 42km.

Eu tive a curiosidade de pesquisar a respeito desse contrato. Esse contrato começou este ano e realmente é para enfiar a mão no bolso do cidadão. Por quê? A empresa, a Way, que é a concessionária, tem até o quinto ano para pedagiar apenas 3km de um trecho de 40km. Detalhe: já vai começar a cobrar o pedágio agora. E ela tem até o final do sexto ano para duplicar todo o trecho. Ou seja, ela vai começar a cobrar agora em novembro e tem até quase sete anos para entregar a rodovia pedagiada para a população, que é uma rodovia complexa, caótica – nesta semana mesmo, lá já ocorreu, mais uma vez, acidente com morte –, e quem vai pagar o pato é a população.

Por que estou falando isso? Há déficit em infraestrutura, em saúde e em educação. Estou falando tudo isso em nível de governo federal. E não venham com essa lorotinha de que o governo federal não tem recursos, porque tem. O Brasil não está quebrado, o Estado não está quebrado. Ele está muito mal administrado, sabem por quê? Eu desafio… O salário do Legislativo, em todos os aspectos – municipal, estadual e federal –, cai rigorosamente em dia. O salário do Executivo cai rigorosamente em dia. O salário do Judiciário cai rigorosamente em dia. Dinheiro há. Só vou acreditar que está quebrado no dia em que o salário da classe política estiver atrasado – coisa que nunca aconteceu.

Por que estou falando isso? Porque é muito fácil esse conto de fadas que a esquerda vende. Chegam aqui e falam a respeito de Caetano, de Gilberto Gil, de Djavan, e por aí vai. É muito bacana ver essa turminha em cima de um trio elétrico, com uma hipocrisia tão grande, chegando e gritando para o Brasil inteiro: “Sem anistia”. É muito fácil para eles, para o Wagner Moura, um hipócrita de um ator global que manipula as pessoas, dizer “sem anistia” em um trio elétrico, com o bolso cheio de dinheiro da Lei Rouanet. Quero ver vocês aí, artistas hipócritas, mentirosos, vocês, que são anistiados, chegarem a um trio elétrico, ficarem em cima de um trio elétrico, como vocês ficaram no domingo, e, em vez de baterem nesse peito hipócrita de vocês e falarem “sem anistia”, dizerem “sem Lei Rouanet”. Quero ver se vocês têm peito para isso.

Está caindo, não é? O bolso de vocês está cheio de dinheiro. Então é muito fácil chegar lá e defender essa porcaria desse governo. Porcaria de governo esse que está gastando R$30.000.000,00 para poder fazer um palco flutuante para uma porcaria de uma COP 30, que não agrega nada para o Brasil, enquanto, como eu disse aqui, temos déficit em infraestrutura, em saúde e em educação. Estou falando só de um palco, sem contar – vocês verão, quando pesquisarem no Google – os valores absurdos que esse governo quer gastar com um evento que não diz nada para o Brasil, que não agrega nada para a população, que simplesmente é para poder manter o luxo de alguns chefes de Estado e dizer para o mundo que está tudo politicamente correto. É uma hipocrisia um deputado chegar aqui para poder defender essa situação, defender esses artistas que sequer passam por um momento de dificuldade, porque a Lei Rouanet… A essência dessa lei é boa, mas boa seria se atendesse aquele artista que está na ponta, aquele que está começando agora. Mas não. Para ele, vai chegar uma miséria de recursos. Para os outros, que já estão em evidência, é muito fácil fazer a militância para o governo e chegar ao trio elétrico com o bolso cheio de dinheiro público da Lei Rouanet, bater no peito e falar “sem anistia”. Falar “sem anistia” para pais, para crianças, para mães de família que estão sofrendo uma injustiça é muito fácil.

A hipocrisia de vocês é muito grande. Vocês chegam aqui para poder atacar o governo do Estado, falar a respeito da questão da saúde, mas não falam que o governo federal está desperdiçando rios e rios de dinheiro, está tendo uma despesa milionária com essa COP 30, enquanto poderia pegar esse dinheiro e convertê-lo em serviços para a população. Mas não. Ele está preocupado em manter a bela aparência. “Vamos dar uma maquiada no governo, pagar à militância global, aos artistas de esquerda para poder falar bem do governo”.

Enquanto o governo está bem, o povo está como? Só sendo prejudicado. Essa é a realidade do Brasil. É impressionante o quanto a hipocrisia reina e impera na turma da esquerda. Logo o Lula, que diz ser, entre aspas, “o pai dos pobres”! Lula, veja só: com o recurso que vocês estão gastando nessa COP 30, estão deixando de investir realmente onde é preciso. Colocam mais pedágios para o povo pagar numa rodovia federal, que é uma rodovia perigosa, em vez de vocês entrarem com a infraestrutura e darem dignidade para quem passa por ali. Deixam faltar, nas farmacinhas municipais, remédios que são de responsabilidade do governo federal, para as pessoas que têm comorbidades. Depois ficam pensando na possibilidade de ter um gasto milionário para colocar até navios flutuantes, além de um palco mirabolante, flutuante, dentro de um rio. Só o palco custou R$30.000.000,00. E depois querendo alugar navios para poder colocar as pessoas ali, flutuante… Enquanto isso, a população brasileira sofre as misérias de um governo completamente desgovernado como o seu, que prefere pagar a militância da esquerda, com um bolso cheio de dinheiro, para chegar num palco de um trio elétrico e gritar “sem anistia”.

Eu desafio vocês, Wagner Moura, Daniela Mercury, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Chico Buarque: subam no palco, tirem essa hipocrisia escancarada da cara de vocês e, em vez de gritar “sem anistia”, gritem para todo o Brasil “sem Rouanet”. Abram mão dos recursos que chegam para vocês, porque vocês já têm muito dinheiro, e permitam que esse recurso possa realmente chegar para quem precisa. Largue de ser hipócrita! Presidente, essas são as minhas palavras nesta tarde.