O representante do governo, André Barrence, apresentou o Programa Seed

MG estimula startups para promover o desenvolvimento

Ciclo de debates tem apresentação de programa que estimula empreendedorismo e inovação na economia mineira.

12/08/2014 - 20:22

Uma política pública de construção de empreendedorismo e inovação. Assim pode ser definido o Programa Seed ("semente", em inglês), sigla para Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Desenvolvimento de Ecossistema para Startups e Empreendedorismo). A definição foi feita pelo diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo do Estado, André Victor Barrence, no encerramento do Ciclo de Debates Incubadoras e parques tecnológicos em Minas Gerais e sua contribuição para o desenvolvimento econômico do Estado, promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao longo desta terça-feira (12/8/14). O deputado Ulysses Gomes (PT) presidiu os trabalhos.

Ao falar sobre os desafios da construção de uma política pública de sucesso em empreendedorismo e inovação em Minas Gerais, André Barrence ressaltou que tão importante quanto falar sobre o que deu certo, é também nunca perder de vista o que não deu tão certo, raciocínio lógico sempre presente quanto o assunto são as startups, pequenos empreendimentos de base tecnológica pautados pela inovação e que trabalham em condições de extrema incerteza. Neste sentido, o Seed, segundo o executivo, tem como diretrizes acelerar no Estado a criação de um ecossistema de startups, fomentar o empreendedorismo, atrair capital humano e estimular a inovação tecnológica.

“Em linhas gerais, precisamos incentivar a transformação de conhecimento em negócios, e assim criar boas histórias para serem contadas, pois elas têm sempre um efeito multiplicador”, apontou. São histórias como as do Google, do Facebook e do Netflix, negócios que começaram como pequenas startups e se transformaram em gigantes da área tecnológica. “E a coordenação é muitas vezes mais importante do que o recurso financeiro. O escritório jamais atua sozinho. Estamos sempre em busca de parceiros para atuar em prioridades definidas previamente pelo governador, potencializando as politicas públicas já existentes ou desenhando novas”, exemplificou.

Objetivo é diversificar a economia mineira

André Barrence lembrou que não se trata de mudar a matriz produtiva mineira, mas, na medida do possível, perseguir soluções para a diversificação da economia do Estado e para a atração de investimentos com empregos de maior valor agregado. “Dizem que Minas Gerais é, tradicionalmente, um Estado exportador de minérios e mineiros. Isso pode ser revertido. Temos abundância de talentos, de criatividade e de conhecimento em nossas universidades”, ressaltou.

O executivo citou como modelo a ser seguido os Estados Unidos, onde estudos apontam que pequenas e médias empresas, muitas delas startups, têm gerado mais esse tipo de “emprego”, se é que pode ser chamado assim, do que os chamados “dinossauros industriais”. “O Estado precisa se posicionar para participar desse movimento global, e o Seed tem esse objetivo. Para criar politicas públicas de inovação e empreendedorismo, o governo também precisa ser inovador e empreendedor”, receitou.

Como lembrou no início da sua apresentação, sobre sucessos e fracassos das startups, André Barrence lamentou que o esforço ainda não tenha sido suficiente para deflagrar um ciclo de geração de empregos de alto valor agregado. Outros pontos deficientes que ainda precisam ser corrigidos dizem respeito, segundo ele, às deficiências do sistema educacional brasileiro, que ainda não é voltado para a formação de novos empreendedores, e também à falta de um maior aporte de recursos. “Apesar disso, trata-se de um programa global de atração de talentos”, elogiou.

Startups envolvem interessados de outros países

Tendo como marcos legais a Lei 20.704, de 2013, e o Decreto 46.258, de 2013, o Seed tem um escritório físico, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, mas sua atuação se faz mais presente no mundo virtual, por meio das iniciativas que apoia. Apesar da pouca divulgação, nesta segunda rodada de startups que estão sendo “aceleradas” (termo usado para o estímulo dado aos empreendimentos), foram inscritos 1.435 projetos de 34 países. No Brasil, representantes de 21 Estados se candidataram a uma das 40 vagas. As startups escolhidas estão sendo “aceleradas” pelo Seed de maio a novembro, reunindo representantes de 15 países.

Na primeira rodada, foram 1.367 interessados de 32 países e 19 Estados brasileiros, projetos “acelerados” de dezembro de 2013 a junho de 2014. Com no máximo três empreendedores no comando, cada iniciativa recebe o apoio de até R$ 80 mil. A fonte de recursos é a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). O interessado em saber mais informações sobre o programa pode ligar para o telefone (31) 3275-1542 ou acessar www.seed.mg.gov.br.