Financiamento de parques tecnológicos é discutido em ciclo de debates promovido pela Assembleia nesta terça-feira (12)
Para Paulo Renato, é preciso criar empresas tecnológicas para atrair novos profissionais
Apoiar empresas tecnológicas é importante para que se consolidem e conquistem mercados, na opinião do gerente da Fapemig

Especialistas defendem investimento em parques tecnológicos

Palestrantes de evento da ALMG falaram da importância do financiamento para fortalecer empresas tecnológicas no País.

12/08/2014 - 16:04

Logo após a abertura do Ciclo de Debates Incubadoras e parques tecnológicos em Minas Gerais e sua contribuição para o desenvolvimento econômico do Estado, na manhã desta terça-feira (12/8/14), o evento teve continuidade com o painel “Financiamento de parques científico-tecnológicos: estágios de desenvolvimento, responsabilidades, fontes de financiamento e políticas públicas”.

De acordo com a presidenta substituta da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Maria Luisa Leal, é preciso reforçar o financiamento de parques tecnológicos no Brasil e rediscutir a aplicação das verbas. “Não temos recursos para bancar parques descentralizados. Precisamos concentrar os valores aplicados para conseguirmos fortalecer e aumentar o número de empresas que lidam com produtos de alta intensidade tecnológica”, opinou.

Segundo Maria Luisa, a União, os Estados e os municípios têm papel importante no financiamento dos parques tecnológicos. Em sua opinião, entretanto, é necessário maior articulação entre as três esferas de poder para que recursos tenham o melhor gasto possível. “O investimento público é instrumento efetivo para consolidar o desenvolvimento de empresas inovadoras”, destacou.

A representante da Agência Brasileira de Desenvolvimento fez, ainda, um histórico do surgimento dos parques tecnológicos no Brasil. Ela explicou que foram três gerações: os empreendimentos pioneiros, criados na década de 1950, tiveram a finalidade de promover o apoio a empresas de base tecnológica. Posteriormente, nas décadas de 1970, 80 e 90, surgiram os parques servidores, que fortaleceram esse processo. “Já a terceira geração foi criada após os anos 1990 e é chamada de estruturante. Esses parques estão fortemente associados ao desenvolvimento tecnológico, principalmente em países emergentes”, explicou.

Investimento pode reduzir dependência externa

O diretor do Instituto Inovação de Minas Gerais, Paulo Renato Cabral, explicitou os motivos para se investir em parques tecnológicos e incubadoras. Segundo ele, sem o desenvolvimento tecnológico apropriado, o Brasil seguirá dependente de empresas internacionais. “Precisamos criar ambientes e oportunidades para o fortalecimento desses parques no País. Caso contrário, sempre teremos que pagar royalties para empresas estrangeiras, que possuem o conhecimento tecnológico”, pontuou.

Para Paulo Renato, a valorização e a criação de empresas tecnológicas no País também são importantes para atrair e receber novos profissionais egressos de universidades brasileiras e do Ciência sem Fronteiras, programa do Governo Federal que busca promover ciência e tecnologia por meio de intercâmbio internacional. “Se não há mercado, esses profissionais acabam indo para empresas tradicionais, retirando vagas daqueles que se prepararam apenas para essas ocupações convencionais”, destacou.

Como sugestão para fortalecer a criação de parques tecnológicos no País, o diretor do Instituto Inovação disse que é preciso definir mais claramente regras e critérios para esses empreendimentos. “Além disso, é necessário divulgar as ações desenvolvidas em parques e incubadoras brasileiras”, ressaltou. A ideia, segundo ele, é possibilitar que o público em geral entenda melhor o tema e se envolva com o assunto.

Minas Gerais apoia incubadoras e parques tecnológicos

O último palestrante desse painel foi o gerente de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Heber Pereira Neves. Segundo ele, o investimento em parques tecnológicos e incubadoras no Estado vem aumentando ano a ano. Heber Neves afirmou, ainda, que a Fapemig tem linhas de financiamento para todas as fases de uma empresa. “Apoiamos desde quando está incubada até o momento em que chega em seu pleno desenvolvimento”, ressaltou.

Na visão do gerente da Fapemig, é importante apoiar empresas tecnológicas para que se consolidem e conquistem mercados. Ele disse, no entanto, que é necessário o investimento de mais recursos. “Incubadoras e parques estão crescendo. Temos demanda muito maior do que podemos investir. Precisamos de mais recursos para dar todo o apoio solicitado às empresas, para que se tornem cada vez mais competitivas”, destacou.

Debates – Após o painel da manhã desta terça-feira (12), os participantes do evento enviaram perguntas e comentários sobre o financiamento das incubadoras e dos parques tecnológicos, assim como sobre políticas públicas e investimentos no setor, possibilidades de implantação dos parques tecnológicos privados e a importância da interação entre estudantes universitários e o mercado.