Relatório recentemente divulgado pelo Observatório das Metrópoles mostra o crescimento do número de automóveis e motocicletas nas diversas metrópoles brasileiras entre 2001 e 2011, questão apontada como um dos entraves para a mobilidade urbana. Nesse período, o número de automóveis em 12 metrópoles aumentou de 11,5 milhões para 20,5 milhões, o que corresponde a aproximadamente 78%. Em média, foram adicionados mais de 890 mil veículos por ano. Já as motocicletas passaram de 4,5 milhões para 18,3 milhões nesses mesmos dez anos.

Entre as metrópoles, Belo Horizonte foi a que registrou o maior crescimento relativo no número de automóveis no período, com um percentual de crescimento superior, inclusive, ao da média nacional. Em 2001, sua frota era de 841.060 veículos e, com um aumento de 108,5%, atingiu a marca de 1,7 milhão em 2011. Na capital mineira, foram acrescentados em média, a cada ano, 91.235 veículos.

São Paulo, a metrópole mais populosa, conta com o maior número, aproximadamente 8,2 milhões, o que equivale a 17,8% de toda a frota nacional. Entre 2001 e 2011, o crescimento foi de 68,7%, correspondendo a mais de 3,4 milhões em termos absolutos.

O relatório “Metrópoles em números: Crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011”, organizado a partir das informações fornecidas pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), aponta ainda que o número total de automóveis nas metrópoles, em 2011, representava aproximadamente 44% de toda a frota brasileira.

As metrópoles pesquisadas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, Fortaleza, Recife, Belém, Goiânia e Manaus.

Frota por região - Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram a composição da frota de veículos por região. O "Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) Mobilidade Urbana 2ª edição: Análise preliminar dos dados coletados em 2011" destaca que 64% da frota de veículos nos municípios do Norte do Brasil é composta por motocicletas e 28% de carros. Os dados da Região Sul são inversamente proporcionais, 65% de carros e 25% de motos.

A taxa de motorização, por consequência, segue a mesma lógica. Enquanto no Norte constata-se a menor taxa, 45 habitantes para cada veículo, no Sul a taxa é de 2 habitantes por veículo. O Nordeste apresenta 11 habitantes por veículo, e o Sudeste e o Centro-Oeste, 4 habitantes para cada.

A pesquisa contabiliza ainda que, nos municípios com população com mais de 100 mil habitantes, 61% da população considera que não consegue ser atendida pelo transporte público quando necessitam. Foram entrevistados para a pesquisa 3.781 pessoas em 212 municípios brasileiros.