VILSON LUIZ DA SILVA, Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais – Fetaemg
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/06/2024
Página 4, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 6988 de 2024
25ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/6/2024
Palavras do Sr. Vilson Luiz da Silva
Boa noite a todos e todas. Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, me permita tratá-lo como amigo, esse jovem parlamentar dinâmico, deputado Tadeu Martins Leite; 1ª-vice-presidente da Assembleia, uma mulher, deputada Leninha, autora do requerimento que foi aprovado por esta Casa e que concede esta homenagem muito importante à Fetaemg pelos seus 56 anos. O nosso muito-obrigado. Quero cumprimentar o Exmo. Sr. Antônio Augusto Garcia Veríssimo, o popular PC, superintendente Federal do Desenvolvimento Agrário, representando o ministro Paulo Teixeira. Chegou atrasado o PC! Cumprimento o Exmo. Sr. José Ricardo Ramos Roseno, subsecretário de Assuntos Fundiários e Fomento Florestal da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – obrigado pela presença. Cumprimento também o Sr. Luiz Eduardo Marques Dumont, superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento em Minas Gerais – Conab; a Sra. Maria Alice Faria, delegada-geral, representando a Polícia Civil de Minas Gerais; a Exma. Sra. deputada Beatriz Cerqueira, aqui na Mesa conosco; a Exma. Sra. superintendente Regional do Incra, Profa. Neila Maria Batista – eu não estava conhecendo-a com o bonezinho da Fetaemg; o Exmo. Sr. procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, Dr. Arlélio de Carvalho Lage; o Exmo. Sr. vereador Pedro Patrus, representando a Câmara Municipal de Belo Horizonte; todas as autoridades presentes; o Dr. Celso Furtado, superintendente do Senai em Minas Gerais.
Eu solicitei ao nosso presidente, antes de continuar os cumprimentos, que pudesse providenciar uma cadeira na Mesa para ter mais calor com mais uma mulher na Mesa: a nossa secretária Nacional de Jovens da Contag, neste momento representando a Contag, Mônica Bufon, que veio de Brasília para representar a nossa confederação. Quero cumprimentar também todos os vereadores e as vereadoras, em nome de Maurilo Marcelino Tomaz, meu parceiro e amigo, vereador de Cláudio, meu município natal.
Cumprimento todos que estão aqui presentes, os vereadores e as vereadoras, os prefeitos e as prefeitas, na pessoa do nosso amigo Paulinho, prefeito de Pedra Bonita, que está aqui também. Quero cumprimentar também todos os diretores e as diretoras dos nossos polos regionais da Fetaemg. Presidente, todas as regionais de Minas Gerais se fazem presentes aqui. Hoje nós não colocamos 7 mil pessoas aqui, mas estamos aproximadamente com 300 lideranças de peso. Então o nosso muito-obrigado. Na pessoa deles, eu cumprimento de uma forma bem carinhosa todos os sindicatos, dirigentes, homens e mulheres, servidores, funcionários do sindicato que vieram aqui e andaram 200, 300, 500, 600km para estar aqui, neste momento ímpar em que recebemos a homenagem pelos nossos 56 anos. Acabou de chegar ao recinto o superintendente do Ministério do Trabalho que está aqui em Minas Gerais, o Carlos Calazans. O nosso muito-obrigado! Cumprimento ainda quem está aqui no Plenário, quem está nas galerias. Ninguém é mais importante do que ninguém. O nosso peso de igualdade e valor é o mesmo. O nosso respeito e o nosso cumprimento! Eu gostaria de citar todos os nomes aqui. Eu também não posso deixar de agradecer e cumprimentar a nossa Diretoria da Fetaemg atual, sabendo que, neste momento, Deus nos deu esta oportunidade para um puxador de enxada, presidente, estar aqui recebendo uma homenagem tão importante para nós nos 56 anos da nossa Fetaemg, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais. Isso não é qualquer coisa. Então o nosso cumprimento carinhoso, afetuoso, a toda a nossa assessoria da Fetaemg. Como falei no vídeo, os que estão, os que começaram no passado – eu ainda não estava – e estão conosco agora e muitos que passaram… A Fetaemg, além de ser uma entidade de representação, também é uma escola de formação. Quantos assessores passaram pela federação e ocuparam outros cargos, como juiz, promotor! Isso é muito bom, Dr. Arlélio. Eu tenho muito respeito pela federação, e tendo respeito pela federação, evidentemente, o maior respeito que eu tenho é pelo homem e pela mulher do campo, por aquele pessoal da mão calejada que nós representamos, aquele que produz o arroz, o feijão, o leite e seus derivados, a mandioca e seus derivados, tudo aquilo que vai à nossa mesa todos os dias.
E aí, Leninha, você citou na sua fala o seu companheiro, hoje esposo, que foi assessor da Fetaemg e depois foi para o Bnaf de Araçuaí, o Janser. Eu também tenho a honra de citar aqui a minha companheira, que está acompanhando aqui conosco esta homenagem pelos 56 anos da Fetaemg. O nosso muito-obrigado.
Eu ainda quero cumprimentar a imprensa, a equipe desta Casa, os assessores, que são muito importantes até para conduzir a gente para receber a placa. Perdoem-me, porque eu estou emocionado. Companheiro Pedro, eu nunca pensei na minha vida que estaria aqui hoje recebendo uma placa com tanta responsabilidade. Essa placa que eu recebo do Parlamento mineiro, por indicação da deputada Leninha, a vice-presidente, e do presidente da Casa, deputado Tadeu Martins Leite, eu o faço em nome de todos os trabalhadores e trabalhadoras de Minas Gerais. Nós a dedicamos a eles. Nós dedicamos a eles; nós somos empregados deles, Beatriz. Sem eles, não há razão na nossa vida, a nossa vida não tem sentido.
A vida só tem sentido quando há luta, perseverança, militância, quando você tem projeto. Às vezes, a Fetaemg é mal compreendida. Eu diria que nunca é tarde, Leninha. Tudo tem a hora certa, isso é até bíblico. A folha não cai da árvore antes da hora; existe a hora certa. Se ela caiu é porque, naquele momento, alguém mandou. Se hoje, dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, estamos recebendo esta homenagem pelos 56 anos, isso não é qualquer coisa. Isso vai ficar eternizado para sempre. Nós vamos passar, mas esta homenagem vai ficar, e ficará para sempre.
Presidente, vou falar rapidamente. Não é todo dia que a gente tem uma homenagem dessa magnitude, com lideranças de todo o Estado de Minas Gerais. Dizer o que a Fetaemg faz… José Ricardo Roseno, você já foi presidente da Emater. Quando conquistamos o Pronaf, enfim, quando eu falei, Mônica, do Grito da Terra, na época tivemos que fazer um grande ato, em Brasília, porque não tínhamos política para o pequeno proprietário. E temos que fazer uma correção: talvez sejamos pequenos proprietários, mas grandes produtores. Grandes produtores! Produzimos alimento, produzimos vida, cuidando da natureza. Somos preocupados com o social e focados no lado econômico, evidentemente. E todas aquelas “travatas” que a Fetaemg fez, faz e com certeza fará não são para ferir a democracia, não são para destruir o Estado, não são para quebrar nenhuma praça; muito pelo contrário, isso é feito porque lutamos por justiça social, pela valorização das pessoas por emprego, por renda. Nós não aceitamos ver gente morando na rua, passando necessidade, Beatriz. Isso tem que ser um compromisso nosso e, às vezes, não somos compreendidos, Sebastiana.
Vamos lembrar, presidente: no passado, você é jovem, mas o seu pai sabe. Uma coisa é o rural antes da aposentadoria rural; outra coisa, Pedro, foi depois que conquistamos o direito à aposentadoria do homem e da mulher, quando muito se falava que não tínhamos direito. A gente tinha vergonha, Pedro, porque, nos nossos títulos, nos nossos documentos, era escrito “lavrador”. Quando a gente chegava ao cartório, a qualquer lugar, presidente, a gente abaixava a cabeça porque estava escrito “lavrador”, como se ser lavrador fosse um crime. Aliás, é a profissão mais antiga do planeta Terra: é a de quem lavra a terra, quem gera renda, quem produz renda, quem luta pela vida. Por que eu vou ter vergonha? Eu tenho muito orgulho!
Eu estive como deputado federal, na legislatura passada, no Congresso Nacional. Eu nunca tive vergonha de defender o homem e a mulher do campo. O trabalho mais eficaz que fizemos lá, deputada Leninha, foi a luta pela permanência da idade rural, como foi colocado nesse vídeo. Por quê? Hoje, presidente, em 70% dos municípios de Minas e do Brasil, a maior receita, Beatriz, é a transferência da previdência social; não é o FPM, é a aposentadoria rural. Quando eu vejo algum deputado, quando ouço alguém falar que a aposentadoria dos rurais tem que acabar, digo que isso é um crime contra o homem e a mulher do campo. Essa luta do Pronaf tem que continuar, ou seja, é preciso haver crédito, haver assistência técnica, haver um órgão público para fortalecer isso, haver pesquisa, política para o jovem, valorização, respeito pelas mulheres, pelos nossos idosos. Quando o presidente anterior – eu estava deputado – queria acabar com o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, o nosso mandato foi preponderante para não deixar que isso acontecesse. Eu falei: “Presidente, o País está ficando envelhecido”. O jovem não está ficando mais no campo porque está faltando política, delegada. A gente precisa de política pública no meio rural. Quando a gente fala em sucessão rural, a gente tem que pensar no jovem, a gente tem que pensar em saúde, educação, energia elétrica, esporte, cultura.
Isso é uma coisa muito grande com que nós temos que trabalhar. O Brasil está em construção. Nós não podemos baixar a guarda, jogar a toalha e falar que o Brasil não tem jeito; tem jeito, sim. Nós temos muita gente honesta, muita gente séria, como mandatários, vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, que têm compromisso com esta pátria, que lutam por esta pátria, que querem uma pátria livre, que querem justiça social, que querem emprego, que querem renda e não querem exploração, até porque acúmulo de riqueza não adianta nada, porque eu nunca vi ninguém levar para o outro lado nenhuma fortuna. Nunca vi!
Então, Exmo. Presidente Deputado Tadeu Martins, nossa Vice-Presidente, autora do requerimento e todas as autoridades que estão na Mesa, eu não preparei fala. Há emoção. Fiquei pensando e me lembrei de quando eu estava lá na roça trabalhando. Nunca poderia imaginar que um dia eu estaria na tribuna do Parlamento mineiro recebendo uma homenagem em nome do nosso homem e da nossa mulher do campo. Nossa gratidão eterna por este dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, quando recebemos das mãos de V. Exa., coautora do requerimento, esta homenagem dos nossos 56 anos. Dedico não a mim nem só à diretoria de hoje, mas também à diretoria que passou pela federação, à diretoria que iniciou essa luta da Fetaemg, aos cinco sindicatos que ajudaram a criar essa Fetaemg, a todos os trabalhadores e as trabalhadoras e aos nossos sindicatos a importância da luta. Se nós achamos que a nossa vida está ruim com o sindicato, experimentem acabar com ele. Sem o sindicato vai ficar pior!
Então eu paro por aqui, agradecendo, mais uma vez, esta homenagem e pedindo a Deus que abençoe a nossa luta e que consigamos mais benefício, mais pesquisa, mais ajuda, mais um olhar afetuoso dos governantes e dos munícipes, seja do governo municipal, seja do estadual, seja do federal, porque aquele que tem mão calejada e que produz alimento merece ser respeitado.O nosso muito-obrigado!