Notícias

Veto parcial ao Estatuto da Igualdade Racial recebe parecer pela manutenção

Estatuto já se encontra em vigor no Estado, porém parte do texto original foi vetada pelo governador.

Imagem

Recebeu parecer pela manutenção, nesta quinta-feira (20/3/25), o Veto Parcial 23/25, que incide sobre a Proposição de Lei 26.117. Os dispositivos vetados pelo governador Romeu Zema (Novo) integrariam o Estatuto da Igualdade Racial de Minas Gerais, a Lei 25.150, de 2025, construída pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e já em vigor no Estado.

Botão

Com origem no Projeto de Lei (PL) 817/23, das deputadas Leninha (PT), Ana Paula Siqueira (Rede), Andréia de Jesus (PT) e da deputada licenciada Macaé Evaristo (PT), a legislação visa garantir os direitos de pessoas negras e comunidades tradicionais.

O relator da Comissão Especial para análise do veto foi o deputado Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), eleito para o cargo de vice-presidente do colegiado também nesta quinta (20). Em seu parecer, ele ratificou os motivos apresentados pelo governador na Mensagem nº 182/2025, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais.

Um dos dispositivos vetados estende a pessoas negras o direito à Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI), garantido a povos e comunidades tradicionais pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

Segundo a mensagem do governador, ao prever a adoção do referido instrumento de consulta à população negra, a proposição desconsiderou critérios de distinção desse grupo de outros setores da coletividade previstos na convenção. Ele frisou ainda a ausência de fundamento lógico-jurídico para a adoção de maneira indistinta desse instrumento à população negra e aos povos e comunidades tradicionais.

O governador também vetou dispositivo que determina a inclusão, em provas de concursos públicos estaduais, de temas referentes às relações étnico-raciais e à história das populações negra e indígena e de povos e comunidades tradicionais.

Para ele, tal normativa invadiria a competência exclusiva político-administrativa do Poder Executivo, já que cabe à própria administração, beneficiária do certame, gerir de modo exclusivo o processo do concurso que propõe.

O parecer pela manutenção do veto recebeu votos favoráveis do relator Professor Wendel Mesquita e dos deputados Gustavo Valadares (PMN) e Zé Laviola (Novo). Já o deputado Cristiano Silveira (PT) manifestou-se contrário à posição do relator.

Ele argumentou que o veto à garantia do direito à CLPI pela população negra impede a participação dessas pessoas em discussões que afetarão suas próprias vidas. Ele também questionou o outro ponto vetado, afirmando a importância de que candidatos ao serviço público tenham conhecimento sobre questões que se relacionam com a própria cultura brasileira.

O Veto 23/25 segue agora para votação no Plenário da ALMG, em turno único.

Comissão Especial - análise do Veto nº 23/2025

Receba as notícias da ALMG

Cadastre-se no Boletim de Notícias para receber, por e-mail, as informações sobre os temas de seu interesse.

Assine