Em entrevista concedida após a Reunião Ordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta terça-feira (24/6/25), o presidente, deputado Tadeu Leite (MDB), abordou a aprovação de mais dois projetos que integram o pacote enviado pelo Executivo para a adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

Estavam pautados o Projeto de Lei (PL) 3.732/25, sobre a cessão de direitos creditórios do Estado para a União; e o Projeto de Lei Complementar (PLC) 69/25, que dispõe sobre compensação previdenciária. Ambas as proposições foram aprovadas definitivamente (2º turno). 

A Assembleia já havia aprovado, em 29 de maio, o PL 3.731/25, permitindo a adesão de Minas ao programa federal. Para Tadeu Leite, o ritmo para a aprovação das três matérias comprova o empenho do Parlamento em acelerar os trâmites das proposições que visam a sanar a dívida de Minas com a União.

A respeito dos dois projetos concluídos na reunião desta tarde, o chefe do Legislativo mineiro alertou sobre a necessidade de aguardar os estudos que o Governo do Estado precisa fazer a fim de levantar quais créditos “vai querer e poder” disponibilizar para a União. 

Tadeu Leite ressaltou que praticamente todas as proposições que compõem o pacote do Propag já estão tramitando de alguma forma. “Alguns em comissão, outros um pouco mais avançados ou aguardando audiência pública”, citou o presidente da Casa, registrando o compromisso da Assembleia em ouvir a população.

“Os únicos dois projetos que ainda não estão tramitando são os referentes à privatização da Cemig (Companhia de Energia) e da Copasa (Companhia de Saneamento), porque precisamos esperar a manifestação da Assembleia sobre o referendo. Matéria que vem tramitando com obstrução muito grande, e legítima, da oposição, mas sendo pautada nas comissões para darmos sequência à discussão, que, na minha avaliação, é a mais importante da Casa no momento”, avaliou Tadeu Leite.

O presidente da ALMG lembrou que, caso o referendo seja mantido, não haverá necessidade de discutir as privatizações no momento. Tadeu Leite ainda voltou a enfatizar que a Assembleia não vai perder nenhum prazo colocado pela lei federal, mas também não fará nada de forma “atabalhoada”.

Presidente aborda vaga no TCE, possível aumento do número de deputados e eleições de 2026

Questionado sobre a abertura, oficializada em Plenário, de apenas uma das três vagas da Assembleia para a indicação de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tadeu Leite ponderou que, no momento, uma vaga é o que foi permitido pelo consenso entre os membros do Parlamento. Ressaltou a necessidade de cumprimento de prazos normativos, além de salientar que as demais vagas serão abertas a contento, considerando entendimentos. 

“Precisamos ter o mínimo consenso por meio de conversas com os líderes, os deputados e as deputadas. Existe um sentimento consensual, de construção, para a primeira vaga, o que não é verdadeiro para a segunda, nem para a terceira ainda”, avaliou. 

Tadeu Leite respondeu a dúvidas sobre especulações e articulações que estariam sendo feitas sobre o lançamento de seu nome para o Governo do Estado em 2026. Os questionamentos ainda abarcaram o projeto que tramita no Senado Federal, visando aumentar o número de deputados federais, o que elevaria também a quantidade de parlamentares estaduais, com a ALMG passando a ter um membro a mais.

Para o presidente da Assembleia, não é momento de falar sobre um projeto "que ainda está em discussão em âmbito federal", quando existem temas mais importantes do que um possível aumento de parlamentares, seja na Assembleia ou no Congresso Nacional. 

A respeito da eleição, disse não ser candidato e não haver tal discussão por ora, mas fica feliz em ter seu nome lembrando, o que seria decorrente do trabalho que fez nos últimos quatro mandatos como deputado estadual. 

Tadeu Leite enfatizou, entretanto, que, neste momento, seu compromisso é dar sequência ao trabalho como presidente da Assembleia. “Temos temas diversos, fundamentais e importantes em pauta, inclusive o Propag, aqueles que estão focados nas eleições de 2026 estão errados”, concluiu, ressaltando que a preocupação do presente deve ser com Minas Gerais e os mineiros.