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Parque Tecnológico de BH busca recursos para expansão

Com foco na pesquisa e no desenvolvimento, quase 500 produtos já foram gerados no BH-TEC entre 2017 e 2022.

09/10/2023 - 16:15 - Atualizado em 09/10/2023 - 16:54
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Como parte da agenda de fortalecimento dos parques tecnológicos mineiros, a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitou na manhã desta segunda-feira (9/10/23) o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), localizado na região da Pampulha, na Capital. 

Com um faturamento nos últimos cinco anos de mais de R$ 1 bilhão, 100% de ocupação e 873 postos de trabalho gerados diretamente só em 2022, o BH-TEC está buscando recursos para sua expansão, já tendo conseguido R$ 15 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para iniciar a construção de seu anexo em 2024. 

De acordo com o diretor-presidente da instituição, Marco Aurélio Crocco Afonso, atualmente as áreas de pesquisa e desenvolvimento de 30 empresas ocupam o prédio, sendo que, ao todo, 33 funcionam de maneira associada ao parque, que foi fundado na década de 1990 em parceria pela UFMG, Sebrae, Fiemg, Governo do Estado e Prefeitura de Belo Horizonte. 

A presidenta da comissão da ALMG, deputada Beatriz Cerqueira (PT), visitou cinco empresas localizadas no parque. Já passaram pelo BH-TEC 64 empresas, o que resultou, de 2017 a 2022, em quase 500 produtos gerados no parque tecnológico, sendo que parte deles já está no mercado. Minas Gerais possui outros quatro parques tecnológicos; no País são quase 60. 

Dentre eles, destacam-se os produtos da Pele Rara, empresa de produtos cosméticos dermoconstrutores, desenvolvidos pela farmacêutica e pesquisadora Cynthia Nara. Segundo ela, o ambiente propiciado pelo BH-TEC foi fundamental para o desenvolvimento de seu creme corporal, que atua ajudando pacientes com feridas provocadas por quimioterapia, radioterapia, psoríase e nas manchas do vitiligo. 

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Os cosméticos da Pele Rara usam sistemas nano-estruturados para entregar extratos naturais na pele, com eficácia científica comprovada. Em outra empresa que está no BH-TEC, a FabNS, estão sendo fabricados nanoscópios, os primeiros aparelhos a permitirem, usando a luz, a caracterização de materiais de tamanho dez mil vezes menores que um fio de cabelo. 

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Dona de 16 patentes, a FabNS é resultado de 20 anos de pesquisa, tendo sido capa da Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo. Esta é a única empresa do Hemisfério Sul a fabricar o nanoscópio, e a sua primeira unidade acaba de ser vendida para a Universidade de Berlim. De acordo com o pesquisador e co-fundador da empresa, Hudson Miranda, o ambiente de integração propiciado pelo BH-TEC foi fundamental para que eles obtivessem êxito.

"Já estamos buscando outros nanoprodutos e estávamos precisando de uma câmara termal para fazer uma pesquisa. E por coincidência aqui neste mesmo corredor tem uma empresa de câmaras termais e já pudemos pegar uma emprestada para fazer o que queríamos. É um ambiente de muita troca de experiências, conhecimentos e as tecnologias que saem daqui impactam as pessoas e elas nem se dão conta”, afirmou.

Iniciativas desenvolvidas no BH-TEC impactam a vida dos mineiros 

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Outras empresas visitadas pela parlamentar foram a Biosfera Soluções Sustentáveis, que oferece consultoria a empresas para transformação de resíduos em iniciativas sustentáveis; o Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas), que está desenvolvendo a vacina SpiN-TEC contra a Covid-19; e a Wetlands, que faz o tratamento natural de águas, efluentes e lodos, prestando serviços de saneamento para empresas, municípios e indústrias. 

De acordo com o Diretor Executivo da Biosfera, Henrique Hélcio Eleto dos Santos, mais de 1000 km já foram pavimentados usando lama, areia da mineração e agregado siderúrgico, além da transformação de resíduos em corretivos e fertilizantes.

“O que antes ia para aterros, agora é reaproveitado. Trabalhamos com pavimentação ecológica, e o que era motivo de preocupação e descarte conseguimos fazer com que seja transformado”, afirmou.

Já o CT Vacinas está na fase 2 de testes das vacinas contra a Covid-19, já com voluntários, além de testes de malária e leishmaniose estarem em desenvolvimento. 

De acordo com o diretor-presidente do BH-TEC, Marco Aurélio Crocco Afonso, o foco da instituição é a tecnologia e inovação. “Buscamos entregar para a sociedade empresas que tenham na inovação sua grande característica. É no parque tecnológico que você transforma a patente em nota fiscal. As áreas de convivência que propiciamos são fundamentais no processo de inovação”, frisou.

Ao final da visita, a deputada manifestou interesse em que seja realizada na ALMG uma audiência pública para que várias empresas da instituição apresentem seus resultados à sociedade. “Acho que é a forma mais pedagógica de mostrarmos a todos os mineiros tudo de tão precioso e importante que está sendo desenvolvido no BHTec”, completou. 

Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia - visita ao BH-TEC
“Com o que aprendi aqui consegui parceria com a Associação Mineira do AVC e com o Hospital da Baleia, para onde doamos os cremes e testamos sua eficácia com os pacientes. Pudemos constatar uma maior taxa de cicatrização e uma melhor recuperação, com maior síntese de colágeno. Agora estamos expandindo para o Hospital de Barretos, onde faremos mais estudos.”
Cynthia Nara
Farmacêutica e pesquisadora
Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia - visita ao BH-TEC
O BH-TEC, Parque Tecnológico de Belo Horizonte, reúne pesquisa acadêmica e aplicações práticas por meio de produtos e serviços TV Assembleia

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