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Manifestações contra o processo eleitoral pautam discursos

Parlamentares denunciam caráter antidemocrático de atos, e deputado protesta contra o que considera censura no País.

08/11/2022 - 19:21
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As manifestações pelo País que se seguiram à confirmação da eleição de Lula para a Presidência da República, com o bloqueio de rodovias e atos em frente a quartéis, foram tema de pronunciamentos na Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta terça-feira (8/11/22).

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Beatriz Cerqueira e Doutor Jean Freire, ambos do PT, classificaram essas manifestações como golpistas, por tentarem tirar a legitimidade de um processo eleitoral atestadamente correto.

A deputada listou problemas causados “a partir da atuação de grupos fascistas, que têm como líder máximo o atual presidente”, como os bloqueios de vias que prejudicaram o deslocamento de milhões de pessoas e resultaram no cancelamento de voos e no desabastecimento de supermercados.

Beatriz Cerqueira também leu notícias sobre a agressão a jornalistas e profissionais das forças de segurança, o uso de crianças como “escudos” nas manifestações, a impossibilidade de alunos de irem para a escola e pedidos de golpe militar.

Ela ainda abordou o aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e, assim como Doutor Jean Freire, criticou o reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Janir Soares, por ter solicitado à Polícia Militar o bloqueio de estradas, em favor de um movimento contra a eleição de Lula.

Doutor Jean Freire lembrou que Janir nem constava na lista tríplice elaborada pela própria universidade para o cargo de reitor e o chamou de “interventor” na instituição. “Por que ele não chamou alunos para ocuparem a universidade quando os cortes na educação foram feitos?", provocou.

“O presidente ainda não reconheceu a derrota, o que tem estimulado essas manifestações pontuais”, disse. O deputado também questionou o discurso de bolsonaristas de que lutaram contra o “sistema”, ao acusar o presidente de ser o próprio sistema, com o uso de uma máquina de mentiras e de órgãos de Estado nas eleições. “Não foi simplesmente ganhar a eleição. Foi mais do que isso, foi derrotar o fascismo”, concluiu.

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Protesto

Depois de escutar o discurso dos colegas, o deputado Bruno Engler (PL) afirmou que tinha muitas considerações a fazer sobre o processo eleitoral, mas que ficaria em silêncio diante da censura, na sua opinião, instituída no País.

“Ter opinião é crime no País. Em tempo de censura, o que nos resta é o silêncio”, protestou, antes de tampar a sua boca com uma fita com a inscrição STF.

Defesa da diversidade

A deputada Leninha (PT) também ressaltou a importância da vitória de Lula para a “redemocratização do País”. Ela focou o seu discurso, no entanto, nos temas que pautarão o seu mandato na Assembleia e, acredita, o governo federal.

Entre esses temas, estão a agricultura familiar, políticas públicas para minorias e o respeito às diferenças. “Queremos construir um País diverso e múltiplo”, salientou.

A deputada ainda celebrou a expansão da bancada feminina da ALMG e na Câmara dos Deputados, respectivamente, de 67% e 18% em relação às últimas eleições. “Somos a maioria do eleitorado e demorou muito tempo para furarmos a bolha de que a política era para homens endinheirados. A cada eleição estamos tomando lugar nos espaços de poder que são nossos por direito”, pontuou.

Reunião Ordinária - tarde - oradora
Na tribuna do Plenário desta terça-feira (8/11/22), deputados abordaram assuntos relacionados às eleições 2022. Leninha comemorou o aumento no número de mulheres eleitas. TV Assembleia

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