Má gestão de aterros sanitários na Zona da Mata motiva audiência
Moradores de Divino e Manhuaçu denunciam descaso do poder público, com impactos na saúde pública e meio ambiente.
Os danos causados pela má gestão de dois aterros sanitários, localizados nos Municípios de Divino e Manhuaçu, ambos na Zona da Mata, serão debatidos em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na segunda-feira (30/6/25). A reunião especial da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social acontece às 10 horas, no Auditório do andar SE, a pedido do deputado Leleco Pimentel (PT).
De acordo com a assessoria do parlamentar, o tratamento de lixo na região da Zona da Mata enfrenta graves problemas, com grandes lixões e aterros sem gestão adequada, causando sérios impactos à saúde pública e ao meio ambiente.
No Município de Divino, o aterro sanitário que atende a cidade possui mais de 40 anos e se encontra próximo de residências e propriedades, afetando a produção agrícola local e a qualidade de vida das famílias devido à contaminação, mau cheiro e presença de animais e insetos. Agravando a situação, catadores de material reciclável trabalham precariamente sem equipamentos no local, onde até mesmo resíduos hospitalares e industriais são descartados de maneira irregular.
Há planos para transferir o lixão para outra comunidade mais distante, sem tratamento adequado, o que, na opinião da assessoria do deputado Leleco Pimentel, apenas deslocaria o problema. A comunidade busca respostas sobre prazos e soluções efetivas para a questão.
Já no Município de Manhuaçu, uma proposta de lei municipal visa reduzir a distância mínima para a instalação de aterros sanitários, de 2000 para 500 metros de afastamento de áreas residenciais. Atualmente, o lixão local fica em uma área afastada, mas sem gestão.
A nova lei permitiria a transferência do aterro para a comunidade do Barreiro, que possui alto potencial turístico e agrícola, com famílias residindo lá há mais de 60 anos. A comunidade se sente ameaçada, pois, segundo os moradores, a área destinada ao aterro estaria na verdade a menos de 100 metros de residências e próxima a fontes de água.
Não teriam sido apresentados estudos de impacto ambiental confiáveis, sendo que o único existente é de uma empresa com interesse direto na instalação. A população tem se mobilizado contra a lei, já aprovada na Câmara de Vereadores de Manhuaçu.
Foram convidados a participar da audiência pública na ALMG dessa segunda (30) representantes do Legislativo e Executivo municipal de Divino e Manhuaçu, de associações de moradores das duas localidades, de sindicatos de trabalhadores rurais e membros da Comissão de Direito Ambiental da OAB.
