Lançamento da 7ª Marcha das Margaridas será tema de reunião
Evento que acontece de quatro em quatro anos terá como tema em 2023 a reconstrução do Brasil e o bem viver.
10/07/2023 - 10:49A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza, nesta terça-feira (11/7/23), a partir das 14 horas, no Auditório, audiência pública para debater o lançamento da 7ª edição da Marcha das Margaridas, que na edição 2023 terá como tema central a reconstrução do Brasil e o bem viver.
O requerimento para a realização da reunião é da deputada Leninha (PT). De acordo com a parlamentar, a marcha é um grande momento de animação, capacitação e mobilização das mulheres trabalhadoras rurais em todos os estados brasileiros.
A Marcha acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. Organizada a cada quatro anos desde o ano 2000, o nome do evento é uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em 1983.
Foram convidadas a participar da reunião na ALMG a coordenadora Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Alaíde Lúcia Bagetto Moraes; a presidente da Associação do Coletivo de Mulheres do Norte de Minas, Eliane Aparecida Fernandes Souto Silva; e a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Celina Alves Padilha Arêas, entre outras representantes de entidades.
A Marcha
A Marcha das Margaridas é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de outras entidades sindicais. O evento nasceu como uma ação afirmativa destinada a dar visibilidade às mulheres, sobretudo às do campo.
Participam desta edição camponesas, quilombolas, indígenas, cirandeiras, quebradeiras de coco, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e extrativistas de todo o Brasil.
Esta sétima edição foi construída em diversas reuniões pelo País, realizadas desde 2021, e apresenta aquilo que as mulheres consideram necessário para “combater a violência sobre os nossos corpos” e “efetivar programas, medidas e ações que contribuam para nossa autonomia econômica”.
A pauta de reivindicações é composta por 13 eixos:
- Democracia participativa e soberania popular;
- Poder e participação política das mulheres;
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
- Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios (territórios costeiros, influenciados pela maré);
- Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns;
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
- Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária;
- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.