Gasmig pretende investir R$ 2,3 bilhões em cinco anos
Presidente Gilberto Valle apresentou aos deputados da Comissão de Minas e Energia o planejamento da companhia.
05/07/2023 - 14:22A Comissão de Minas e Energia recebeu nesta quarta-feira (5\7\23), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o presidente da Companhia de Gás do Estado, a Gasmig, Gilberto Moura Valle Filho. Ele apresentou aos deputados os projetos em curso da empresa e o planejamento para os próximos anos.
Distribuidora exclusiva de gás canalizado em todo o território mineiro, a Gasmig pretende investir no seu programa de expansão R$ 2,3 bilhões até 2027. O maior gargalo é a infraestrutura de transporte de gás em um estado grande como Minas Gerais e não litorâneo – a produção brasileira vem basicamente do oceano.
O suprimento mineiro se dá por dois gasodutos, um que vem da refinaria em Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, e vai até Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e outro que transporta o gás de Paulínia, em São Paulo, até Jacutinga, no Sul de Minas.
Uma vez no Estado, outros gasodutos distribuem o gás natural. Atualmente, a rede tem 1.537 quilômetros e atende 46 municípios, cerca de 5% das 853 cidades mineiras. Apenas em 2012 a companhia passou a atuar na distribuição de gás no mercado urbano.
Centro-Oeste e Vale do Aço
Respondendo a questionamento do deputado Eduardo Azevedo (PSC), o presidente Gilberto Valle informou que, no segundo semestre de 2025, deve estar concluído o projeto Centro-Oeste, um gasoduto ligando Betim a Divinópolis.
Ao custo de R$ 780 milhões, oito municípios serão atendidos. O gasoduto terá 100 quilômetros de extensão no tronco principal e 200 quilômetros em ramais secundários.
A próxima etapa, ainda de acordo com o executivo, será um gasoduto no Sul de Minas, de Extrema até Pouso Alegre, com 120 quilômetros. As duas cidades já são atendidas via “gasoduto virtual”, na verdade o transporte terrestre de gás natural por caminhões para atender clientes específicos.
A meta da Gasmig é atender, até 2026, 100 mil clientes em 7 mesorregiões. Hoje são cinco, uma delas o Vale do Aço, com o gasoduto que leva o gás natural de São Brás do Suaçuí, na Região Central, a Belo Oriente. Em relação ao atendimento da região, o deputado Enes Cândido (PP) cobrou a expansão da rede até o distrito industrial de Governador Valadares, o que possibilitaria a instalação de grandes empresas.
O presidente Gilberto Valle concordou que o município tem um posicionamento estratégico e que, por isso, o desejo da Gasmig é chegar até lá com outro gasoduto, oriundo do Sul da Bahia ou do Norte do Espírito Santo, se conectando ao tronco de Belo Oriente, reforçando a rede de fornecimento de toda a mesorregião.
Fábrica de fertilizantes viabilizaria gasoduto até Uberaba
Outro tema comentado pelos deputados, apresentado à direção da Gasmig pelos deputados Bosco (Cidadania) e Gil Pereira (PSD), é o fornecimento de gás canalizado a Uberaba (Triângulo Mineiro), com a possibilidade de reativação do projeto de uma fábrica de fertilizantes da Petrobras no município, interrompido em 2015.
Gilberto Valle confirmou que a forte demanda da fábrica de amônia seria a âncora para o novo gasoduto, que não foi para frente com a desistência da Petrobras. Segundo o executivo, empreendedores locais estão atuando para criar um centro consumidor de gás na região, de forma a viabilizar esse ramal, mas ainda não chegou à direção da Gasmig nenhuma demanda real.
O deputado Gil Pereira também questionou o presidente da companhia sobre a extração de gás no Norte de Minas, em Buritizeiro. Contudo, a Gasmig não possui autorização para esse tipo de atividade, se concentrando apenas na distribuição do gás natural.
Para além do gás canalizado, a companhia planeja políticas para ampliar o segmento de gás natural veicular (GNV), focando no fornecimento para veículos pesados de transporte de cargas, com corredores de postos na malha rodoviária do Estado.