Copasa e prefeitura de Contagem vão fazer obras de saneamento no Bairro Industrial
Córrego Manoel Moreira recebe esgoto sem tratamento e afeta saúde de moradores. Solução do problema exige atuação conjunta.
Representantes da Copasa e da Prefeitura de Contagem se comprometeram, em audiência pública, a resolver as questões referentes ao Córrego Manoel Moreira, que tem causado problemas ambientais e de saúde no Bairro Industrial. Eles apontaram, porém, caminhos que a mobilização popular precisa seguir para facilitar e agilizar os processos.
Em reunião da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (30/9/25), moradores falaram do mau-cheiro e do desconforto gerados pelo córrego, no qual há despejo de esgoto não saneado e ressaltaram, em especial, os problemas de saúde aos quais são expostos no local.
A representante da comunidade do Bairro Jardim Industrial, Síntique Sampaio Cunha, destacou o grande número de escorpiões e o alto índice de doenças transmitidas em especial por ratos e mosquitos. Segundo ela, 80 famílias são diretamente afetadas pelo problema. Organizados, os moradores já fizeram outras reuniões com autoridades municipais e estaduais, mas ainda não encontraram solução para a questão.
De acordo com Cláudio Fontana de Melo, os encontros apontaram que caberia à Copasa o tratamento do esgoto e à Prefeitura de Contagem a canalização da água da chuva. Segundo outro morador, Lucas dos Santos Rosa, a empresa de saneamento não tem dialogado com os moradores. Ele cobrou a instalação de canais para acompanhamento e fiscalização das medidas.
Os convidados ressaltaram que o problema persiste há cerca de 50 anos. Aulerino Fernandes, da Associação Pró-Melhoramento do Bairro Jardim Industrial, disse que mora no local há 60 anos e se lembra do córrego ainda limpo. “Não podemos deixar abandonado um curso d´água com tantas nascentes”, disse, ressaltando o problema ambiental da falta de saneamento.
O deputado Marquinho Lemos (PT) salientou que a situação é inadmissível, em especial considerando-se que Contagem é um município rico e que garante alta arrecadação à Copasa. Sendo assim, a falta de saneamento é inaceitável. Também o deputado Ricardo Campos (PT) destacou a urgência das obras.
Prefeitura e Copasa terão que trabalhar juntas
Quem representou a Copasa na reunião foi a gerente operacional da unidade de Contagem, Renata Mayrink. Segundo ela, grande parte do entorno do córrego já tem rede de esgoto implantada. É necessário, porém, contar com o apoio da comunidade para encorajar moradores a se conectarem à rede.
Nas áreas em que ainda não há rede implantada, é necessário, de acordo com Renata Mayrink, que a infraestrutura urbana, responsabilidade da prefeitura, avance nas obras. Ela explicou que as tubulações precisam acompanhar os pontos mais baixos das ruas e, por isso, o trabalho da gestão municipal precisa anteceder o da Copasa.
Ela afirmou que as tratativas da companhia de saneamento com a gestão municipal já estão avançadas. Há um compromisso da prefeitura, ainda de acordo com Renata Mayrink, de compartilhar com a empresa os projetos das obras assim que finalizados, para que a Copasa também avance no planejamento.
Por sua vez, Mara Ketlen de Castro, responsável pela regional da gestão onde está o córrego, representou a prefeitura. Ela sugeriu que a população se mobilize para eleger um representante para o conselho local onde se decidem as obras prioritárias para os bairros. Segundo a convidada, isso poderia facilitar o empreendimento.
Ela também ressaltou algumas obras já realizadas no local, em especial para contenção de encostas e instalação de guarda-corpo para garantir a segurança de quem passa pelo local. Afirmou, ainda, que intervenções como capina ainda serão feitas este ano. Já no primeiro semestre de 2026, estudos prévios para as obras serão feitos.