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Comissão propõe novo texto para ampliação da Estação Ecológica de Fechos

Emendas a projeto sobre a estação de Arêdes também foram analisadas e rejeitadas pelo relator.

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Com a apresentação de um novo texto em substituição ao aprovado pelo Plenário em 1º turno, o substitutivo nº 1, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta quinta-feira, parecer sobre o Projeto de Lei (PL) 96/19, que expande a área da Estação Ecológica (EE) de Fechos, em Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

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As mudanças propostas tiveram voto contrário da deputada Bella Gonçalves (Psol) e manifestação de indignação da autora do projeto, Ana Paula Siqueira (Rede).

O texto que retorna para análise definitiva do Plenário incorpora sugestões enviadas pelo Poder Executivo, a partir de um estudo feito pela mineradora Vale, dona da Mina Tamanduá, situada na zona de amortecimento de Fechos. Na primeira análise em 2º turno, a comissão se mostrou contrária às mudanças. Na discussão em Plenário, a proposição recebeu emenda e retornou ao colegiado.

“No entanto, o reexame da matéria nos leva a rever o posicionamento desta comissão com relação ao exarado em 2º turno. Após novo estudo do material recebido do Poder Executivo em 1º/6/22, em resposta à diligência solicitada por este órgão colegiado, entendemos que a proposta apresentada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) possui mérito ambiental relevante e merece ser acolhida. É o que propomos com o substitutivo ora apresentado”, alega em seu parecer o relator Gustavo Santana (PL).

Ele opinou pela rejeição da emenda apresentada pelo presidente da comissão, Tito Torres (PSB).

Autora do projeto protesta contra redução da área de proteção

A nova proposta aprovada prevê a inclusão de seis glebas à unidade de conservação (UC), totalizando acréscimo de 250,77 hectares (ha).

De acordo com Ana Paula Siqueira, o substitutivo exclui 45,8 ha dos 222 contidos no texto anterior, o que corresponde a 20,6% da área mais importante da recarga do córrego Tamanduá. “Estamos deixando de proteger campos rupestres ferruginosos que são responsáveis pelo armazenamento da água e outras rochas importantes”, disse.

A deputada afirma que, se aprovado o novo texto, haverá um impacto negativo para a população de cidades da RMBH, abastecidas pelos mananciais de Fechos. A ideia original era ampliar o abastecimento de água para mais 200 mil pessoas.

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Bella Gonçalves, que votou contra o parecer, comparou os impactos negativos do novo texto ao que ocorre em Maceió, em consequência da atividade minerária. “Lá, a mineração transformou a cidade num queijo suíço; aqui, pretende transformar as cidades da RMBH em um deserto sem água.”

A deputada apresentou uma emenda na tentativa de assegurar que numa das partes desafetadas pelo substitutivo seja implementada uma estrada que, segundo ela, está sendo pactuada entre a Vale e moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos. O objetivo é garantir uma rota de fuga em casos de rompimento de barragens. A emenda foi rejeitada.

Parecer rejeita emendas sobre projeto da Estação de Arêdes

Gustavo Santana também foi o relator de nove emendas apresentadas por Bella Gonçalves ao PL 387/23, do deputado João Magalhães (MDB), em análise de 1º turno. As mudanças propostas foram rejeitadas pela comissão.

O projeto altera os limites da Estação Ecológica Estadual de Arêdes, no município de Itabirito (Região Central). Quatro emendas pretendiam alterar a descrição final da UC, apresentando formas diferentes de delimitar as áreas.

As demais pretendiam exigir estudos técnicos, consultas à população, participação do Ministério Público, vedar a supressão de campos rupestres e outras vegetações, impedir atividades de impacto ambiental negativo e obrigar a recuperação pelas empresas de áreas degradadas.

Segundo a autora das emendas, o projeto está trocando uma importante área de valor cultural e arqueológico por outra de pasto e sem qualquer valor, para permitir a mineração na estação ecológica.

Os dois projetos retornam ao Plenário para votação.

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - análise de proposições (reunião das 10:00)
“O projeto (com o novo texto) propõe trocar água límpida por água que em brevíssimo tempo estará suja de lama por uma empresa expert em estragar patrimônio natural.”
Ana Paula Siqueira
Dep. Ana Paula Siqueira

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