Comissão de Saúde vai discutir cursos de Suporte Básico à Vida
Segundo estudos, o SBV, especialmente a ressuscitação cardiopulmonar, dobra as chances de sobrevivência de vítimas de parada respiratória.
Debater a importância do treinamento de leigos para o Suporte Básico à Vida (SBV) no Estado, visando ao aumento da taxa de sobrevida nos casos de paradas cardíacas ocorridas fora do ambiente hospitalar. Essa é a finalidade da audiência pública que a Comissão de Saúde realiza nesta terça-feira (24/6/25), às 16 horas, no Plenarinho I da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O deputado Enes Cândido (Republicanos) é o autor do requerimento da reunião. Ele ressalta que a implantação de cursos de SBV voltados para leigos reveste-se de relevância social e estratégica para a política estadual de saúde pública.
Segundo o requerimento, o Suporte Básico à Vida, especialmente por meio da técnica de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), é a principal medida de intervenção imediata diante de uma parada cardiorrespiratória. O evento figura como uma das principais causas de mortalidade súbita no Brasil e no mundo.
Estudos demonstram que as chances de sobrevivência de uma vítima de parada cardiorrespiratória podem mais que dobrar quando há intervenção precoce por pessoas treinadas em SBV, ainda que leigos. Nesse sentido, a disseminação de cursos de primeiros socorros, com ênfase em RCP e no uso de Desfibriladores Externos Automáticos (DEA), é uma estratégia eficaz, de baixo custo, com alto potencial de impacto na redução da mortalidade evitável.
Além disso, de acordo com a justificativa, a proposta de implantação dos cursos de SBV está em consonância com três princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): promoção da saúde, participação da comunidade e universalidade do acesso às ações de prevenção.
Conforme Enes Cândido, “a inclusão de treinamentos em Suporte Básico à Vida em ambientes escolares, comunitários, locais de trabalho e espaços públicos amplia o alcance da política de saúde e fortalece a cidadania ativa e solidária”.
Redução no tempo de resposta aumenta sobrevida
Além disso, afirma, iniciativas do tipo respeitam as diretrizes adotadas por países que avançaram na redução do tempo de resposta às emergências médicas e no aumento da sobrevida em eventos críticos. Entre os exemplos estão Estados Unidos, Japão e países da União Europeia.
“Minas Gerais pode chegar à vanguarda do País ao estimular a capacitação da população para agir em situações de urgência”, avalia o parlamentar. Ele completa que a ação contribuiria para reduzir a carga sobre serviços de emergência como o SAMU e para promover uma cultura de cuidado compartilhado.
“A realização desta audiência representa um compromisso com a vida, a saúde preventiva e a construção de uma sociedade mais preparada para salvar vidas, antes mesmo da chegada de uma ambulância”, conclui.
Para a reunião desta terça (24), foram chamados especialistas, gestores, profissionais da saúde e representantes da sociedade civil, para debater a viabilidade, os modelos de implementação e os benefícios da difusão dos cursos de SBV.
Entre os convidados, estão representantes do Corpo de Bombeiros Militar, da UFMG, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), do Conselho Estadual de Saúde, da Secretaria de Estado de Educação, e de entidades médicas, entre outros.
