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Assembleia de Minas debate impacto da gripe aviária no Estado

Minas é um dos grandes produtores avícolas do Brasil e pode ser muito impactado se as restrições às exportações se prolongarem.

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As causas, os impactos, as medidas de prevenção e as estratégias de enfrentamento da gripe aviária no Brasil serão debatidos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (27/5/25), em audiência pública da Comissão de Agropecuária e Agroindústria. A reunião acontece às 16 horas, no Plenarinho II  da ALMG, atendendo requerimento do deputado Antonio Carlos Arantes (PL) e do presidente da comissão, deputado Raul Belém (Cidadania).

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O Brasil registrou seu primeiro foco de gripe aviária no dia 15 de maio, em uma granja comercial do município de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A gripe aviária é causada por uma variedade do vírus influenza. Sua transmissão para seres humanos, no entanto, não acontece por meio do consumo de carne e ovos, mas apenas pelo contato direto e prolongado com animais infectados. O risco de contágio é baixo e atinge principalmente os profissionais que lidam com as aves. 

Esse é o primeiro foco de gripe aviária detectado na avicultura comercial do Brasil. Após essa identificação, diversos países suspenderam a importação de ovos e carne de frango brasileiros, inclusive muitos dos maiores compradores destes produtos, como a China, Argentina e Canadá.

Minas Gerais é um dos grandes produtores de ovos e frangos 

De acordo com um relatório publicado pela Fundação João Pinheiro (FJP), Minas Gerais contava com um efetivo de aproximadamente 121 milhões de galináceos em 2024, o que representa 7,68% do plantel nacional. Em 2023, o Estado produziu 431 milhões de dúzias de ovos, o que representou 8,64% do total nacional

O valor da produção de ovos de galinha em Minas Gerais mais que dobrou (+110,7%) entre 2018 e 2023, chegando a R$ 2,9 bilhões. O segmento de ovos de codorna cresceu 94%, atingindo R$ 86,6 milhões. De acordo com o relatório da FJP, a participação mineira na produção nacional de ovos de galinha e no abate de frangos apresentou tendência de alta ao longo de 2024.

O Valor Adicionado (VA) é o montante que cada setor da economia acresce ao valor final de tudo que foi produzido em uma região. De acordo com as estimativas publicadas pela Fundação João Pinheiro, Minas Gerais poderia ter uma redução de R$ 279,3 milhões no Valor Adicionado estadual caso houvesse uma queda de 8,7% nas exportações avícolas. Se acontecer um embargo total às exportações de carne de aves, a redução estimada no valor adicionado estadual sobe para impressionantes R$ 925,5 milhões, segundo o mesmo relatório.

Estes dois cenários simulados pela FJP, no entanto, consideram restrições às exportações que atinjam a produção de todo o território nacional durante um ano, cenário considerado pouco provável pelas autoridades brasileiras. A Rússia, por exemplo, já limitou suas restrições ao território gaúcho.

De acordo com informações do gabinete do deputado Raul Belém, a intenção do parlamentar é obter informações sobre as providências tomadas pelo Estado tanto na área sanitária quanto econômica, uma vez que Minas Gerais é um grande produtor de ovos e frangos para abate,  podendo sofrer um grande impacto financeiro com a suspensão das exportações.

Medidas sanitárias em Minas incluíram destruição de 450 toneladas de ovos

No dia 17 de abril, o governo mineiro determinou a destruição de 450 toneladas de ovos fecundados e outros materiais, por terem sido identificados no Estado ovos férteis trazidos de uma granja comercial da cidade gaúcha de Montenegro, onde está o foco de gripe aviária recém-descoberto. 

Segundo informações do governo, a iniciativa foi necessária para manter o controle sanitário, seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor. Todas as medidas que estão sendo tomadas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patoneneidade (IAAP), firmado entre União, Estados e setor produtivo em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na  América do Sul.

O governo também ressaltou que os ovos férteis são aqueles usados para fecundação e produção de aves, e não para consumo.

Estão convidados para a audiência pública na Assembleia de Minas, nesta terça-feira, representantes de órgãos estaduais voltados para a agropecuária e o desenvolvimento econômico, além de dirigentes de entidades representativas da avicultura mineira. O presidente da Associação de Agricultores de Minas Gerais, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, já confirmou participação.

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