DEPUTADA BEATRIZ CERQUEIRA (PT)
Declaração de Voto
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/11/2025
Página 66, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 4380 de 2025
PEC 24 de 2023
73ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/11/2025
Palavras da deputada Beatriz Cerqueira
A deputada Beatriz Cerqueira – Gente, na minha declaração de voto, o primeiro recado que eu quero dar é ao mercado: não acreditem nessa privatização. Porque cada passo que se avança na privatização, aqui dentro, nos dá elementos para questionar a legitimidade dessa votação. Aconteceu na comissão especial, aconteceu agora, e tudo isso não ficará só no Parlamento. O segundo recado: feliz o povo de Belo Horizonte, que não elegeu um prefeito que não cuidaria dos interesses da cidade, votando a favor da privatização da Copasa. Esse foi o voto nº 48 aqui. Que feliz é uma cidade que não elegeu quem atua contra os interesses da capital mineira, Belo Horizonte. O terceiro recado: o governo vai perder. Ainda dá tempo. Entre os 47 que registraram voto, ainda dá tempo de ficar do lado do povo. Porque agora a privatização vai entrar na pauta, o projeto de lei que vai passar por três comissões. E o nosso Bloco Democracia e Luta tem dois representantes em cada comissão. Então o nosso tempo de obstrução e de luta dobra, triplica. E quem ainda acreditava que, no Parlamento mineiro, não era possível tirar do povo o direito de decidir sobre a Copasa, com essa votação sem legitimidade, que eles estão, sim, fazendo avançar. Quero lamentar a postura do governo, que foi buscar colegas que estavam em situação de afastamento médico ou, no mínimo, com dificuldade médica e, portanto, não compareceriam ao Plenário. Que triste fim desta votação depender de quem veio para o Plenário, porque a solidariedade aqui é seletiva, e para isto ninguém falou nada. Que triste fim para uma votação que teve que buscar pessoas que não tinham condições de trabalhar. Era visível. Partes do corpo enfaixadas e tendo que vir aqui, buscadas pelo governo, para conseguir a votação. É lamentável um governo conseguir 47 votos desse jeito. O último recado é para a gente mesmo: a batalha vai continuar. Infelizmente, às vezes acontecem votações em que o resultado foi o que foi, os 47, mas que nos reforça uma luta para aqueles que ainda não acreditavam que era possível um parlamento votar contra o povo, retirando da Constituição o direito de decidir sobre um patrimônio que é dele. Então as pessoas viram isso, e agora, de fato, elas acreditam. Quem não acreditava pensa: olha, pode privatizar mesmo. Então agora, gente, é a batalha das batalhas. Nós vamos nos organizar, nós vamos estabelecer as estratégias de lutas aqui no Parlamento. Vocês viram que era possível ganhar. Nós não estávamos mentindo ou jogando para a galera ou lacrando nas redes sociais, porque não fazemos isso. Nós trabalhamos com lealdade com as lutas que fazemos. Quando nós dissemos, lá atrás, que o governo não tinha os votos, e não tinha. Quando nós fomos decidir pela votação aqui, e o governo desesperou, porque ele perderia. Por isso começaram as questões e discussões que o governo não conseguiu explicar no microfone porque ele era a favor da privatização. Foi uma vergonha. Ao vivo, não só para as galerias, para a parte externa. Ao vivo, para toda Minas Gerais, a vergonha de um governo que não sabe argumentar sobre o que está defendendo. Então nós vamos ganhar. Vamos ter que trabalhar bastante, mas nós vamos fazer a luta, e é possível vencer. Então vamos juntar todo mundo, vamos construir táticas coletivas dentro e fora do Parlamento, para que tenhamos a vitória, porque os 47 no placar, no painel, demonstraram que é uma vitória possível. Ainda vou terminar lembrando ao mercado: vocês não levarão a Copasa, porque há luta aqui, há luta nas ruas, há luta no Judiciário, há muita luta para ser feita. E este processo está todo sem legitimidade. Forte abraço de luta. Parabéns. Eles precisam que a gente canse e perca a esperança, porque quem não tem esperança não acredita e pensa: ah, é isso mesmo, não há o que fazer. Então nós não vamos perder esperança na luta e vamos continuar, mesmo que fiquemos cansados. Podemos lutar cansados, o que não podemos é parar de lutar. E nós venceremos. A Copasa permanecerá do povo porque nós vamos lutar muito! Todos nós, em todos os lugares – no Parlamento, fora do Parlamento, nas ruas, nas cidades mineiras. Vamos chamar os prefeitos, gente. Cadê os prefeitos das cidades que serão impactadas com esta privatização? Tem que defender o interesse do povo do seu município. Vamos chamar as câmaras municipais, vereadores e vereadoras. A conta vai ficar cara é para o povo. Quem não veio agora tem que vir para esta luta. E a gente segue fazendo todas as lutas na defesa da Copasa, compartilhando sempre com vocês, compartilhando as informações com muita lealdade na luta coletiva. Nós venceremos. A Copasa não será vendida.