Pronunciamentos

DEPUTADO CELINHO SINTROCEL (PCDOB)

Discurso

Declara voto contrário, em 2º turno, à Proposta de Emenda à Constituição nº 24/2023, por retirar a exigência de referendo popular para autorizar a privatização Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa. Critica o governador Romeu Zema pela intenção de privatizar a empresa.
Reunião 32ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/11/2025
Página 30, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PEC 24 de 2023

32ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/11/2025

Palavras do deputado Celinho Sintrocel

O deputado Celinho Sintrocel – Boa tarde a todos os trabalhadores, servidores da Copasa. Quero cumprimentar o presidente, todos as deputadas e os deputados aqui, no Parlamento.

Como último inscrito para fazer o encaminhamento deste Requerimento nº 14.992, volto aqui, agora, no 2º turno da votação dessa PEC nº 24, para mais uma vez dizer ao povo mineiro, aos telespectadores da Assembleia, a toda a nossa população de Minas Gerais que o governo do Estado, que o governo Zema está na contramão da história. Parece que o governo Zema não conhece o que é a Copasa, parece que o governo Zema não sabe o que é uma empresa de saneamento básico. No entanto, eu quero relembrar e dizer que, dos 853 municípios de Minas Gerais, a Copasa hoje nos orgulha de atender 689 municípios. A Copasa atende 689 municípios com abastecimento de água, mas também 346 municípios com tratamento de esgoto.

E a gente volta aqui para fazer um apelo no sentido de reafirmar a nossa luta, o nosso compromisso contra a PEC do Cala a Boca. E por que nós somos contra a PEC do Cala a Boca? Temos hoje em nosso Estado de Minas Gerais 21 milhões de habitantes, e o governador Zema quer calar os 21 milhões de mineiros em nosso estado. (– Manifestação nas galerias.) O governador Zema quer retirar o direito do povo mineiro de dizer se quer ou não privatizar a Copasa. E nós sabemos o que o governo Zema fez nos últimos sete anos à frente do governo do Estado. Por isso não vou cansar de dizer: além de o governo Zema aumentar, quase dobrar a dívida do Estado de Minas Gerais com o governo federal, ele conseguiu precarizar um patrimônio do povo mineiro, que é a Copasa. E, quando ele precariza a Copasa, ele quer tão somente facilitar a venda dela. Porém, o povo sabe que nós não concordamos com esse posicionamento do governo. Volto a dizer aqui, desta tribuna, que, para mim, é um crime tirar o direito de o povo mineiro escolher se quer ou não a privatização da Copasa.

Em nosso estado temos 853 municípios, e o poder de concessão de água e de esgoto é dos prefeitos. O governador, além de tirar o direito do povo mineiro de dizer se aceita ou se não aceita vender a Copasa, ele também não escuta nenhum prefeito de Minas se concorda ou se não concorda. O atual prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, já disse: “Se quer fazer qualquer proposta de privatização, venha conversar comigo, prefeito de Belo Horizonte”. Mas o governador Zema não quer isso, ele quer passar um trator, ele quer passar por cima de tudo, achando que é dono do mundo.

No nosso pronunciamento, quero falar, de forma muito tranquila, de forma muito simples, para vocês, para o telespectador, para a Dona Maria, para o Sr. José, para o aposentado, para o trabalhador, para a dona de casa. O que o Zema quer fazer, o crime que o governador quer cometer é o seguinte: é a mesma coisa de você ter uma casa; esta casa é seu patrimônio; você alugou a sua casa; o inquilino que alugou a sua casa resolve vender a sua casa sem perguntar se você quer ou não quer vender a casa. Nós não podemos concordar com esse procedimento, com essa atitude do governador Zema. Os interesses de tirar o direito do povo de falar se quer ou não quer, se aceita ou não aceita a privatização da Copasa são simplesmente… Entendo que o governo sabe que seria derrotado numa pesquisa, num referendo público. Ele sabe que a Constituição Mineira garante isso a cada cidadão e a cada cidadã de Minas Gerais. Sabendo que vai perder, sabendo que não vai ganhar e que a população vai ser contrária, o governador Zema vem para a Assembleia, com a PEC, alterando a Constituição Mineira. É mais um crime que se comete aqui no Parlamento.

A vocês todos, eu quero deixar uma coisa muito clara. Vocês sabem, os copasianos sabem que essa proposta é do governador Zema, que essa proposta é do vice-governador Mateus Simões. São eles que mandaram essa PEC para esta Casa. Nós, deputados e deputadas do Bloco Democracia e Luta, já nos posicionamos no primeiro turno, não concordando com essa PEC nº 24, que altera um direito constitucional de todos nós.

Olha, nós temos orgulho de ter a Copasa como nosso patrimônio, porque ela foi construída, foi edificada com recursos públicos, com recursos do povo mineiro, mas agora querem entregá-la a preço de banana para a iniciativa privada. A iniciativa privada só tem interesse no lucro, não tem interesse em nenhum tipo de investimento em favor da nossa população. Eu volto a dizer, em todos os lugares em que houve privatização, o povo pagou uma conta mais alta. Hoje recebemos o ministro Boulos. O ministro Boulos esteve aqui e disse que, lá em São Paulo, privatizaram a Sabesp. O que o povo está pagando? Não há investimentos, e a conta de água está cada vez subindo mais, porque há a ganância do lucro.

Nós não podemos permitir que isso aconteça aqui em Minas. Por isso nós estamos aqui para somar e para dizer, a todos os trabalhadores e trabalhadoras da Copasa, para dizer para todo o nosso povo mineiro: água é vida. A Copasa não pode ser vendida. Essa luta é nossa. Todos nós, deputados da Assembleia, temos a responsabilidade de rever posição ao votarmos em segundo turno essa PEC nº 24.

Mas eu reitero a todos vocês, com enorme respeito, que vocês podem ter certeza de que o meu voto e a minha luta é pela Copasa, é pelo povo mineiro. Vamos dizer sempre “não” à PEC nº 24, a PEC do Cala a Boca. Nós não aceitamos a privatização da Copasa ou de qualquer empresa do povo mineiro. Nós não podemos tirar e acabar com a nossa soberania. O patrimônio é nosso, e nós vamos lutar até o final para que possamos garantir essa vitória de Minas e de todos nós. Um grande abraço! Contem com o nosso mandato! Estamos juntos! Eu continuo dizendo: eu não vou embora!