DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PL), presidente "ad hoc", coautor do requerimento que deu origem à homenagem
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 02/07/2025
Página 3, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 11409 de 2025
18ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 30/6/2025
Palavras do presidente (deputado Antonio Carlos Arantes)
Muito obrigado. O deputado Leonídio Bouças também foi importante nesse requerimento. Infelizmente ele teve uma agenda marcada para hoje, então foi impossível chegar a tempo. Mas ele também nos ajudou muito para viabilizar esta homenagem.
Eu gostaria muito de cumprimentar o nosso presidente do Sistema Ocemg, Dr. Ronaldo Scucato. Dr. Ronaldo, a cada dia a gente o admira mais pela sua energia. Mesmo com a idade… O senhor está muito novo, não é? A verdade é que o senhor realmente é uma energia, e a sua liderança realmente serve de muita inspiração para nós, não é, deputado Domingos? Eu gostaria de cumprimentar também o meu amigo e irmão deputado federal Domingos Sávio, presidente do nosso PL, cooperativista autêntico. É muito bom tê-lo conosco neste evento tão importante de homenagem. Cumprimento também o superintendente da Superintendência de Limpeza Urbana, Dr. Gilberto Silva Ramos. É uma alegria reencontrá-lo. Fazia tempo que não nos encontrávamos. Ele está representando aqui o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião. Cumprimento também o nosso amigo e irmão vereador Maninho Félix, que está conosco e é o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo em Belo Horizonte. Queria cumprimentar também todas as lideranças e todos os cooperativistas presentes e os telespectadores da TV Assembleia.
Falar de cooperativismo é falar daquilo que está no nosso sangue, que está no meu sangue. Eu posso dizer que comecei no cooperativismo, atuando mesmo em cooperativa, aos 18 anos, quando me associei à Cooxupé. Na época, plantando café, eu me associei à Cooxupé. Aos vinte e poucos anos, à Cooparaíso, não é, Melles? E depois, em 1993, o Melles me convidou para trabalhar na Cooparaíso e coordenar um programa de renovação de café. Enquanto em 1992 o café estava a US$40,00 e o pessoal estava arrancando café, o Melles disse: “Não, não é hora de arrancar. É hora de plantar café”, e convence as cooperativas, os sindicatos, os produtores. E convencemos. Era um projeto para renovar 10 milhões de sacas a 10 milhões de mudas de café, de pés de café. E chegamos a 17 milhões em dois anos. Então, foi um sucesso.
Foi essa renovação que mudou toda a cafeicultura da região. Mudou com variedades, com vinhagens novas, junto com a Epamig, com os sindicatos, com várias cooperativas – outras se desenvolveram. Hoje nós falamos de café… Na época, falávamos de 20 sacas por hectare, 18 sacas por hectare; hoje, falamos de 30, 40, 60, 100 sacas por hectare. É o cooperativismo. Depois, a fruticultura na região se deu em função também daquele trabalho, não é, Melles?
E, quando se fala de cooperativa, nós temos uma mãe, um guarda-chuva – não é, Dr. Ronaldo? –, que abriga todo mundo, 785 cooperativas. São adimplentes, ou seja, acreditam, porque ele tem responsabilidade, tem confiança. Tanto, que o que a gente viu foi o fortalecimento dessas cooperativas, o fortalecimento dos nossos produtores, que se associam. O pequeno é pequeno, não é? Junto, em cooperativa, eles se tornam grandes. Esse é o segredo do cooperativismo.
E o que a gente tem visto, como eu já falei outro dia… A maioria já deve estar dizendo: “Esse discurso do deputado já está meio maçante, porque ele está se repetindo”. Mas quando você está falando aquilo que sente e vive no dia a dia, eu acho que pode repetir, primeiro, porque o público da TV Assembleia pode entender que o cooperativismo nunca foi tão importante, nunca teve um papel tão primordial na vida dos produtores, dos cidadãos – porque não se trata só do produtor, mas também de livre admissão através dos Sicoobs.
Neste momento de instabilidade econômica do País, a melhor forma de ter uma estabilidade é o cooperativismo. No momento em que, no nosso caso, o café sai, em pouco mais de um ano, de menos de R$1.000,00 por saca e chega a R$2.600,00, R$2.700,00, de repente volta para em torno de R$2.000,00… Se não fosse o cooperativismo, eu acho que a maioria dos produtores estaria com muita dificuldade, mesmo com os preços altos. E muitos produtores não saberiam hoje onde estaria o seu café.
Na semana passada, eu falei isto em algum lugar – eu estava num evento da Ocemg também – e, agora, repito hoje, porque hoje aconteceu de novo. Naquele dia, comentei… Naquele dia, há dois dias, tinham roubado duas carretas de café, cheias de café. Roubaram as duas carretas… – Nossa Patrulha Rural, da Delegacia de Repressão a Crimes Rurais, conseguiu prender as duas carretas. Graças a Deus! Uma delas já não estava mais com café, estava com milho, que vale muito menos, mas recuperaram em torno de 60% do prejuízo. No dia eu disse: “Provavelmente esse café não estava numa cooperativa”. E hoje eu tive a confirmação de que ele não estava na cooperativa, Marco Valério. Estava numa fazenda, porque na região de Várzea da Palma não há cooperativas. Se houvesse uma cooperativa ou se tivessem levado a mercadoria para a Coccamig, para qualquer uma das quase vinte cooperativas da nossa região, em Varginha e Três Pontas, esse café estaria lá.
A dimensão da importância das cooperativas está também no fato de que poucas empresas privadas conseguiriam se manter vivas diante das oscilações tão grandes do preço do café. O cooperativismo sempre foi primordial, sempre foi vivo e ativo, mas agora, no meu entendimento, Ronaldo, é o momento em que a cooperativa mais está mostrando a sua grandeza e o seu porto seguro. Aí está o caso do Marco Valério, da Coccamig. São 17, 20 cooperativas. Às vezes uma cooperativa começa pequena, mas se une com outras e se torna grande, transformando-se na cooperativa das cooperativas. É o caso da Fecoagro, do leite. A crise das cooperativas de leite… Nós vimos cooperativas pequenininhas, como a minha e do Toninho, a Cooperjac, de Jacuí. A cooperativa está viva, está uma beleza, está indo bem. Por quê? Porque há a Fecoagro, que tem uma parceria alinhadíssima com a Ocemg, não é, Dr. Ronaldo? Então a Ocemg tem um papel fundamental na sobrevivência e no fortalecimento dessas cooperativas.
Quando se comemora o Ano Internacional do Cooperativismo… Nós podemos ficar um dia inteiro, uma semana com o Dr. Ronaldo, porque são realmente fantásticos os exemplos positivos de cooperativismo e de crescimento que ele tem. Esse é o motivo pelo qual nós – eu, como presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, e o deputado Leonídio Bouças, apoiados pelo nosso presidente Tadeu Martins Leite e por muitos deputados que fazem parte desta frente parlamentar – temos o orgulho de hoje homenagear o cooperativismo e comemorar o Ano Internacional do Cooperativismo, homenageando a nossa Ocemg, que representa tantas cooperativas.
Quem está aqui sabe, mas a quem está nos assistindo digo que, por meio do cooperativismo, são mais de três milhões de cooperados, de associados a essas cooperativas e mais de cinquenta e sete mil funcionários. Um dos aspectos importantes do cooperativismo que percebo, Dr. Ronaldo, é o seguinte: se você for a uma cidadezinha pequena do interior e procurar uma agência da Caixa Econômica, do Banco do Brasil ou do Itaú, não vai achar, mas vai achar um Sicoob. E não é um banquinho, não, gente. É um bancão. É um banco respeitado. As pessoas ali encontram a porta aberta e são clientes fiéis. A cidade sente o pertencimento. Isso tem valor para uma cidade. Quando você coloca um Sicoob ali, isso tem um valor muito grande para a cidade. E o nosso Sebrae orienta e participa ativamente. Então realmente vale a pena.
A gente vê problemas com a Unimed por todos os lados, mas a nossa é forte, não é? A nossa Unimed realmente é fantástica. Lá em Paraíso, a gente está em contato direto com a nossa turma da Unimed e percebe também a importância das cooperativas de saúde, além das cooperativas de crédito, é lógico. Então esse é mais um motivo para a gente poder comemorar. Muito obrigado a todos.