15ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/6/2025

Palavras do deputado Lucas Lasmar

Boa noite a todos. Primeiramente, agradeço a presença de todos aqui, nesta Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Quero agradecer a uma deputada que mora no meu coração, a nossa deputada Leninha, vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que está representando o nosso presidente Tadeu Martins Leite; à nossa homenageada Hildegard Angel – é uma honra ter você em Minas Gerais e no Parlamento mineiro; ao ex-deputado estadual e ex-deputado federal Nilmário Miranda, assessor Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, representando a nossa ministra mineira Macaé Evaristo; ao prefeito municipal Angelo Oswaldo; ao ex-deputado e padrinho Sávio Souza Cruz; à ex-deputada Maria Elvira; à nossa querida reitora da Universidade Estadual de Minas Gerais, Profa. Lavínia Rosa. Quero saudar os colegas parlamentares, as autoridades presentes, os familiares e os amigos da homenageada, além daqueles que nos acompanham pela TV Assembleia.

Hoje, nesta Casa do povo mineiro, temos a honra de reconhecer uma vida dedicada à cultura, à memória e à democracia. Minas Gerais recebe como filha honorária a jornalista, escritora e ativista cultural Hildegard Angel. Hildegard construiu uma trajetória marcada pela ousadia e pelo compromisso com o Brasil profundo, aquele que resiste, que sonha, que não esquece. No jornalismo combativo, nas colunas que marcaram época, nos programas que deram voz à cultura e à política brasileira, sua atuação sempre foi muito além da superfície. À frente do Instituto Zuzu Angel e da Casa de Memória da Moda Brasileira, Hildegard transformou moda em memória, e memória em resistência. Criou o primeiro curso de moda com brasilidade no Rio de Janeiro e trouxe a identidade nacional para as passarelas e também para o debate político.

Mas é impossível falar de Hildegard sem lembrar de sua mãe, Zuzu Angel, mineira de Curvelo que bordou em tecido o grito de uma geração. Zuzu, como cantou Chico Buarque, “cantava como dobra um sino”, na busca incansável pelo seu filho desaparecido, Stuart. Zuzu encontrou em Hildegard a continuidade de sua coragem, a permanência de sua luta. Hildegard, como sua mãe, tornou a ausência em presença e hoje é guardiã de uma história que o Brasil não pode e não deve jamais esquecer.

Curvelo, Tiradentes, Juiz de Fora são exemplos de cidades mineiras que já a acolheram como filha. Hoje é o Estado de Minas Gerais que a recebe de braços abertos e diz: “Querida Hildegard Angel, Minas a reconhece como cidadã”. Querida Hildegard, se a saudade, como escreveu Chico, “é o revés de um parto”, você nos ensina que ela também pode ser o motor de uma memória viva. Seu trabalho é também o nosso: construir memórias, defender a democracia e valorizar a cultura como força transformadora. Você, Hildegard, fez nascer uma nova forma de esperança, não só com dor mas também com beleza. Minas a abraça e, com esse título, diz: “Você já era nossa – agora é oficial”. E, nesse título, nós entregamos não apenas um papel mas também o braço de um povo inteiro, que valoriza a verdade, a cultura e sempre a liberdade. Receba esta homenagem com muito carinho, respeito e admiração de todos os mineiros e de todas as mineiras.

A sua presença enriquece muito a nossa história de Minas Gerais e do nosso país, que alguns tentam apagar. Infelizmente, o nosso governador de Minas ainda vive no raso da política mineira, em que tenta relativizar a democracia através de seus discursos, em busca de likes nas redes sociais. Mas nós, do Parlamento mineiro, junto com o Bloco Democracia e Luta, sempre defendemos a liberdade e a vida do povo mineiro e do nosso país. Muito obrigado pela sua presença. A história nunca se apaga, graças a Deus! Eu tenho certeza de que a sua história, a da sua mãe e a da sua família sempre estarão registradas em Minas Gerais e no nosso país. Muito obrigado a todos.