DEPUTADO BRUNO ENGLER (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 06/06/2025
Página 85, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PEC 26 de 2023
34ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 4/6/2025
Palavras do deputado Bruno Engler
O deputado Bruno Engler – Sra. Presidente, art. 164.
A presidenta – Obrigada. Deixe-me ler o Regimento interno para você, por favor, porque o deputado pode fazer questão de ordem somente uma vez por sessão: “Sobre a mesma questão de ordem, o deputado poderá falar uma vez”. O senhor já usou a questão de ordem.
O deputado Bruno Engler – Não é sobre o mesmo tema, presidente. Se a senhora ler o art. 164, a senhora vai ver a citação ofensiva.
A presidenta – Estou lendo aqui: “Art. 164: Ao deputado, partido político ou bloco parlamentar que tenha sido citado em pronunciamento e não tenha tido a oportunidade de manifestar-se, será dada a palavra, a critério do presidente, pelo prazo de cinco minutos, exceto na ocorrência do decurso do prazo regimental”.
O deputado Bruno Engler – Sim, Sra. Presidente, eu pedi pela ordem porque não consegui chegar a tempo de falar no Grande Expediente, para tratar da questão do Nikolas.
A presidenta – Deputado, o senhor poderia ter usado o seu tempo…
O deputado Bruno Engler – Eu não havia sido citado, presidente; agora eu fui e não tive oportunidade de me defender.
A presidenta – O senhor poderia ter usado o seu tempo de pronunciamento e mais uma questão de ordem. O senhor entrou com uma questão de ordem. E, na questão de ordem, o senhor vai abordar o mesmo assunto que o senhor já abordou.
O deputado Bruno Engler – Não é o mesmo assunto, Sra. Presidente, eu quero me defender do que foi falado. Eu não poderia me defender do que foi falado antes de ser dito, é humanamente impossível, só se eu tivesse uma máquina do tempo.
A presidenta – Se a temática é a mesma, eu não posso lhe conceder questão de ordem.
O deputado Bruno Engler – É isso que eu estou lhe dizendo, Sra. Presidente: não é a mesma temática. O que eu quero dizer é o que foi dito a meu respeito. Da última vez, eu vim falar a respeito do Nikolas e pedi a palavra, pela ordem, porque eu não consegui chegar a tempo do grande expediente. Na ocasião, eu estava fazendo um atendimento no gabinete, e a senhora, cumprindo a sua função democraticamente, me chamou. Cheguei depois, e a senhora gentilmente me concedeu a palavra. Agora, quando eu peço o art. 164, é porque fui citado de maneira ofensiva. São coisas diferentes. Eu não posso me defender da ofensa que eu sofri antes de ela ocorrer. É impossível.
A presidenta – Com a palavra, pelo art. 164 do Regimento Interno, o deputado Bruno Engler.
O deputado Bruno Engler – Muito obrigado, Sra. Presidente. Inclusive, quero fazer o registro aqui, deputada Leninha, que, apesar de termos posições muito divergentes, V. Exa. sempre tem uma condição muito democrática quando está à frente deste Plenário. Quero dizer que vim aqui pedir o art. 164 porque fui citado nominalmente e de maneira ofensiva. Eu vou, de maneira muito tranquila, rebater o que foi colocado. Primeiro, que me foi cobrado o posicionamento acerca disso e daquilo, coisas sem pé nem cabeça, pediram até para eu defender o Aécio Neves. Ora, eu não sou partidário do Aécio Neves. Se quiser cobrar, cobre dos partidários dele, muitos aqui nesta Casa. Ele tem amigos aliados nesta Casa, mas eu não sou um deles. Mais uma vez a questão do Nikolas: “Ah, porque o primo do Nikolas fez isso e aquilo”. Eu acho engraçado que o Nikolas seja responsável pelas ações do primo dele, que ele já condenou, mas, quando a gente aponta, por exemplo, o benefício que o irmão do Lula tem no esquema do INSS, que é comandado pelo Lula, aí não tem nada a ver, aí a esquerda fecha os olhos, aí é algo que não precisa ser dito e não precisa ser frisado. E, mais uma vez, lamentavelmente, a minha PEC sendo chamada de PEC de estuprador numa demagogia e numa mentira. Eu já li o que diz a PEC, que traz direitos do nascituro a sua identidade genética, a alimentos gravídicos, a ter os batimentos cardíacos ouvidos pela mãe. Em que isso beneficia o estuprador? Em nada. Mas por que se recusam a falar do conteúdo da PEC? Porque se a gente for falar do conteúdo da PEC, vão ter que dizer a verdade: que defendem a morte, que querem matar uma criança inocente. E aí eu volto a perguntar: quando Jair Bolsonaro propôs no Congresso Nacional castração química para estuprador, por que os partidos de esquerda foram contra? Ora, para defender os direitos humanos do estuprador. O estuprador não pode sofrer castração, o estuprador não pode sofrer pena de morte, o estuprador tem que ter os seus direitos humanos garantidos. Agora, a criança, que é inocente e que nada fez, tem que ser morta? Isso é hipocrisia, sim. É defender o criminoso e condenar o inocente à morte, é algo que eu considero inaceitável. Então pode vir, pode xingar, pode espernear, pode falar mal de mim, pode falar mal da minha PEC, mas nós vamos continuar firmes na defesa da vida, Sra. Presidente. Obrigado.