HUGO BARROS DE MOURA LIMA, procurador-geral de Justiça Adjunto Institucional do Ministério Público de Minas Gerais - MPMG
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/06/2025
Página 6, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 10785 de 2025
14ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 30/5/2025
Palavras do Sr. Hugo Barros de Moura Lima
Bom dia. Vocês verão que eu vou ser muito breve. Mas eu não poderia deixar de cumprimentar o nosso cozinheiro de mão cheia, ex-produtor de sorvetes, deputado…
O presidente – Dr. Hugo, para os netos ainda produzo sorvete.
O Sr. Hugo Barros de Moura Lima – Então não é ex. Deixa eu retificar: produtor de sorvetes, deputado e grande líder. É difícil até de falar do deputado Zé Guilherme, porque, para nós, ele é o Lito, o Lito, um grande, grande líder, como é também o presidente desta Casa que o senhor está representando. Faz questão de dizer Tadeu Leite, carinhosamente apelidado por nós de Monstro, porque tem uma vocação realmente muito forte para essa conciliação, para essa política. Eu admiro muito o deputado Lito, não só por esses predicados que disse, mas também pela família que ele criou. São quantos anos de casado, Lito?
O presidente – Quarenta e cinco.
O Sr. Hugo Barros de Moura Lima – São 45 anos de casado. Primeiro, ele é um herói porque conseguiu colocar juízo num adolescente que era incontrolável, chamado Marcelo Aro, criou outro filho também, o Adriano Aro, que é um exemplo, um exemplo para todos nós – não é, Lito? – e manteve um casamento por 45 anos com a Marli.
Gente, todo relacionamento humano – e olha que o casamento é o mais profundo deles, é o mais profundo deles – é muito difícil. Viver 45 anos de casado significa que eles passaram por muitas dificuldades. Não tenho dúvida disso. E o Lito conseguiu amar a esposa, principalmente nos dias em que não gostava dela. Esse é o desafio do casamento: amar sua esposa nos dias em que você não gosta dela, porque o amor não é um sentimento não é, Lito? Você tem 45 anos de casado e sabe disso.
O presidente – Com certeza.
O Sr. Hugo Barros de Moura Lima – O amor é uma decisão. O amor é um ato da vontade. O amor é, acima de tudo, um compromisso. Quando a gente diz na alegria e na tristeza, na alegria, todo mundo vai bem, na saúde, todo mundo vai bem. A gente demonstra que o amor é um ato da vontade quando a gente ama na tristeza, quando a gente ama na doença. Eu estou falando isso tudo porque passei poucas e boas com essa família já há muitos anos e me emociona, deputado Lito, ver o senhor sentado nessa cadeira hoje sabendo de tudo que passou. Como Deus é providente. Como Deus é fiel. Como Deus é bom. Hoje, a gente tem que dar glória pela sua vida e pela vida da sua família.
A gente está falando aqui de casamento. O Sindsemp está completando 20 anos, bodas de porcelana. A porcelana significa beleza, significa elegância e significa também a fragilidade, essa fragilidade de toda relação que tem que ser cuidada para perdurar. Toda relação humana para perdurar tem que ter cuidado, tem que ter cuidado. Eu sei que foram muitas conquistas nesses 20 anos para os servidores e para o Ministério Público, muitas vitórias, muito esforço. Isso tudo tem que ser comemorado mesmo, mas eu acho que o que a gente mais deveria comemorar, pelo menos eu sempre tento ver assim, não é tanto o que aconteceu externamente.
Toda conquista externa, primeiro, tem que começar dentro. O mais difícil é dentro de nós. Muito mais difícil do que mudar o mundo é mudar o próprio coração. Essa é a verdadeira luta. E se vocês alcançaram 20 anos de união nesse empreendimento é porque muitas e muitas pessoas tomaram o verdadeiro caminho. Pessoas se doaram e se doeram por um esforço comum. Houve renúncia. Pessoas abdicaram de si, negaram a si, para que algo maior pudesse prosperar. Isto é o que a gente tem que comemorar: a doação de si pelo outro, por um propósito comum. Isso é bonito. Aliás, nós fomos criados para isso. Ninguém foi criado para si mesmo. Ninguém se basta, e a gente só descobre a verdadeira alegria quando percebe que foi feito para o outro. O Lito conheceu meu pai e já me contou muitos casos dele. Um caso recente foi o do para-choque, não é, Lito? Meu pai dizia uma frase que me marcou muito. Ele já faleceu, mas nunca me esqueço dela e a tenho repetido com certa frequência: “No dia em que eu tiver me perdido no outro, terei me encontrado”.
Uma organização humana como um sindicato é feita para isso. Ela é feita para uma doação de mim para um coletivo e para um propósito que são maiores que eu. Então são 20 anos. São 20 anos de vida matrimonial, de pessoas que decidiram permanecer unidas em um propósito, mesmo na tristeza, mesmo nas dificuldades, mesmo nos fracassos, para colher o bom fruto que vem desse sacrifício. Sacrifício é dor com amor. Isso é o sacrifício. Quero registrar os meus parabéns a cada um. Por coincidência, o sindicato começou em 2005. Esse foi o ano em que entrei na carreira. Em 2005, entrei na carreira do Ministério Público de Minas Gerais. Também estou completando 20 anos neste ano. A gente sabe como 20 anos passam, por vezes, rapidamente, mas deixam muita coisa. A gente deixou muita coisa ali. Em 20 anos de sindicato, muita gente deixou muita coisa ali. Essas sementes que essas pessoas deixaram, com a própria doação de si, têm frutificado. E sei que elas vão frutificar muito mais, porque essas pessoas se fizeram pequenas para que o Ministério Público fosse grande. Isso merece realmente os nossos aplausos. Fiquem com Deus.