Agostinho Patrus disse que reeleição da atual Mesa da Assembleia demonstra acerto das ações no primeiro biênio

Presidente reeleito diz que vai priorizar autonomia da ALMG

Agostinho Patrus afirma que Assembleia Fiscaliza vai ganhar força e que a Casa está atenta à pandemia.

04/12/2020 - 14:55

Em entrevista coletiva concedida à imprensa nesta sexta-feira (4/12/20), após ter sido reeleito presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por unanimidade, o deputado Agostinho Patrus (PV) afirmou que a prioridade para o segundo biênio desta 19ª Legislatura será continuar o trabalho de fortalecimento da independência do Poder Legislativo, além de dar ênfase a projetos de lei de autoria parlamentar.

“Criamos o Assembleia Fiscaliza, que é fundamental para essa atuação, de cobrança de como foram realizadas as ações do Executivo e de como o recurso público, que é tão escasso, foi aplicado. É fundamental que ele seja bem aplicado e retorne à população com qualidade”, afirmou o parlamentar.

Agostinho Patrus frisou que o Assembleia Fiscaliza terá ainda mais força no próximo biênio e avaliou que a recondução da Mesa atual à frente da ALMG, que teve mantida a composição de seis dos sete cargos, demonstra a assertividade dos passos que foram dados no atual biênio.

Questionado sobre se a eleição da Mesa foi realizada de surpresa desta vez, e se isso teria relação com a pandemia da Covid-19 e com uma possível antecipação do recesso parlamentar, Agostinho Patrus esclareceu que o Regimento Interno da Casa define que a eleição pode ser feita entre os dias 1º e 15 de dezembro. “Isso é regimental”, frisou.

Presidente afirma que a Casa está vigilante na pandemia

O presidente, que contraiu Covid-19 em novembro, afirmou que foi liberado por seu médico na quarta-feira (2), quando novo exame deu negativo e ele pôde retornar presencialmente à Casa. Isto permitiu a inclusão da eleição da Mesa e de proposições importantes na agenda, disse ainda, mencionando que os projetos de lei (PLs) que contêm a Revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e o Orçamento do Estado para 2021 estão na pauta de duas Reuniões Extraordinárias que o Plenário realiza ainda nesta sexta (4). Sâo eles, respectivamente, os PLs 2.201/20 e 2.202/20.

Mesmo se forem concluídas essas votações, o presidente disse que não há previsão de antecipação do recesso parlamentar, havendo inclusive reuniões e atividades agendadas para os próximos dias. Agostinho Patrus acrescentou, contudo, que a ALMG continua atenta ao desenrolar da pandemia. “Estamos vigilantes e ouvindo o nosso setor médico e, se ele entender que a Assembleia precisa adotar 100% de trabalho remoto ou reduzir mais o presencial, é o que a Casa vai fazer”, afirmou.

O parlamentar ainda destacou que a Assembleia está preocupada com a pandemia e que decretou luto oficial pelos mineiros que perderam pessoas queridas, diante das mais de 10 mil mortes registradas por Covid-19 no Estado.

Eleições - O presidente foi ainda indagado sobre as eleições de 2022 e sobre o papel da ALMG na sucessão no Estado. “A Assembleia vai se preocupar com 2021 e com os seis primeiros meses de 2022, com os desafios a serem enfrentados e com sua responsabilidade para com os mineiros. Eleição fica para momentos posteriores a essas responsabilidades”, respondeu.

“Não vamos permitir pressão”, diz sobre Executivo

Em outro momento, o deputado foi questionado sobre declaração do Secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy, de que teme uma demissão em massa de servidores se a Assembleia não aprovar projetos de lei como o que trata da renovação de contratações temporárias do Estado.

“Esperamos que o secretário cumpra o seu papel e venda as ações da Codemig. E, ainda, que cuide do trabalho dele, que não está sendo bem feito, em vez de ficar fazendo comentário sobre a Assembleia Legislativa”, disse Agostinho Patrus, ao lembrar que o governo não cumpriu o que anunciou no ano passado quanto à aprovação do projeto de lei do governador Romeu Zema autorizando a venda antecipada do nióbio da Codemig. Segundo o Executivo, isso permitiria pagar o 13º salário do funcionalismo na época.

“O secretário disse que, se a Assembleia votasse o projeto, em 15 dias faria a antecipação do nióbio, porque já teria 30 empresas cadastradas na bolsa de valores para comercializar, o que não foi feito. Quando ele (secretário) expuser as coisas com realidade, vamos ouvir”, declarou.

Projetos do Executivo - Quanto à votação de outros projetos considerados estratégicos para o governo, o presidente disse que isso depende da vontade dos parlamentares e do entendimento dos líderes.

“O que a Assembleia não quer e não vai permitir é essa pressão de que, se vender a Lua, paga o 13º em dia. Se vender o Sol, põe o salário em dia. Quem resolve os problemas do Estado é o Executivo, e não a ALMG”, respondeu.

Uso de recursos acordados com a Vale deve passar pela ALMG

Sobre a destinação de recursos em negociação pelo Governo do Estado com a mineradora Vale - como reparação aos danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte) -, o presidente da Assembleia disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 64/20, aprovada na semana passada, será promulgada pela ALMG na próxima semana.

A PEC determina que a ALMG deve autorizar o governo a abrir crédito suplementar cuja fonte de custeio seja proveniente de excesso de arrecadação superior a 1% da receita orçamentária total, no mesmo exercício financeiro. Isso deve ocorrer quanto aos recursos oriundos da Vale, o que para Agostinho Patrus dará maior transparência à sua utilização.