A Associação Atlética Garimpense ficou lotada com o encontro da Caravana da Saúde
No evento, foi anunciado que Conceição das Alagoas colheu mais de 2 mil assinaturas

Conceição das Alagoas quer agentes de saúde mais capacitados

Caravana da Saúde esteve no município do Triângulo para mobilizar a população por mais recursos para o setor.

06/06/2013 - 13:05

Os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo e da população de Conceição das Alagoas (Triângulo Mineiro) foram unânimes em afirmar que é preciso qualificar e capacitar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). A reivindicação foi feita durante a audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que levou a Campanha Assine + Saúde ao município. O evento aconteceu no auditório da Associação Atlética Garimpense, nesta quinta-feira (6/6/13). A cidade foi a 24ª a receber a Caravana da Saúde.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Elcio Souto de Paula, anunciou que Conceição das Alagoas conseguiu mais de 2 mil assinaturas para a campanha e que ainda pretende colher mais. Ele cobrou o apoio dos deputados para que a cidade tenha mais profissionais de saúde e para que eles sejam mais bem capacitados para o atendimento à população, em especial a mais pobre. Segundo ele, a escassez de pediatras, por exemplo, tem deixado as crianças da cidade a mercê da própria sorte.

O presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira, fez coro ao vereador e disse que a saúde brasileira vive um processo de resgate, tendo o que comemorar e o que lamentar. Para ele, apesar dos avanços desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), há sucateamento dos hospitais, baixa capacitação de profissionais e pouco investimento em tecnologia. “Temos que aproveitar esse movimento criado pela Assembleia para que possamos tornar o sistema de atenção à saúde mais próximo daquilo que queremos”, salientou.

Municípios investem mais que o previsto pela Constituição

O prefeito de Conceição das Alagoas, Celson Pires de Oliveira, afirmou que a saúde é um dever do Estado, mas, ainda assim, é preciso que sejam colhidas assinaturas para que o governo seja alertado para a necessidade de mais recursos para a saúde. “As demandas são infinitas e os recursos são limitados. Em Conceição das Alagoas, o investimento supera 22% do orçamento, sendo que o compromisso constitucional dos municípios é de 15%”, lamentou.

O superintendente regional de Saúde de Uberaba, Iraci José de Souza Neto, que representou o Governo do Estado, concordou que os municípios investem muito mais do que a Constituição determina, o que compromete seus orçamentos. Com isso, de acordo com ele, a União precisa participar mais da distribuição de recursos para a saúde. Ele também destacou que a população mineira deve aproveitar o movimento criado pela ALMG, com a Campanha Assine + Saúde, para pressionar o Governo Federal. Ele ainda reforçou a necessidade de qualificar a estrutura e os profissionais que fazem parte do SUS para promover um melhor atendimento à população.

O deputado Elismar Prado (PT) também reforçou que os municípios são os que mais sofrem. Para ele, os prefeitos são obrigados a assumir as obrigações dos governos federal e estadual para atender as necessidades básicas da população, não somente em saúde, mas em educação, segurança pública e outras áreas. “A Campanha Assine + Saúde quer acabar com essa distorção, portanto, contamos com o apoio da população mineira nesta luta”, finalizou.

Parlamentares fazem balanço da campanha

O presidente da Comissão de Saúde da ALMG, deputado Carlos Mosconi (PSDB), destacou que a Campanha Assine + Saúde, que teve início no ano passado, está em fase adiantada. Ele lembrou que várias cidades foram visitadas e que a participação da população tem sido ampla. “Temos mais de 1,2 milhão assinaturas colhidas até agora, sendo mais de 500 mil somente em Minas Gerais”, anunciou.

O 3°-vice-presidente da ALMG, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), afirmou que a Assembleia está cumprindo um papel importante em diversas cidades do Estado, ao buscar assinaturas para sensibilizar o Congresso Nacional, para que efetive uma legislação que garanta mais recursos da União para a saúde. “O Brasil é um dos países que menos aplicam na saúde, menos, inclusive, que países africanos”, concluiu.