O poeta e pesquisador Affonso Ávila será homenageado com admissão póstuma na Ordem do Mérito Legislativo, durante a solenidade que lança o Dia do Barroco Mineiro, na quarta-feira (28/11/12), às 10 horas, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A cerimônia também marca o início das atividades comemorativas do bicentenário da morte do artista barroco Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Nascido em Belo Horizonte, em 1928, Ávila era ensaísta e estudioso do barroco, estilo artístico que marcou o período colonial do Brasil. O escritor mineiro foi responsável pelo estudo que levou a Unesco a declarar Ouro Preto patrimônio cultural da humanidade. Iniciou sua carreira na literatura por volta de 1950, com a revista Vocação, e é citado como um dos mais importantes poetas brasileiros contemporâneos.

Ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, com a obra “Cantigas do Falso Alfonso el Sabio”, também foi prestigiado com os prêmios Cidade de Belo Horizonte e Cláudio Manuel da Costa (1961); Prêmio Nacional de Ensaio da Fundação Cultural de Brasília (1968); e Prêmio Jabuti (1990 e 2006).

Em 1963, coordenou a Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, evento que reuniu alguns dos principais pensadores do País naquela época. De 1969 a 1996, dirigiu a revista Barroco, a primeira publicação especializada sobre o tema no mundo, que ainda é publicada pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, sob coordenação de sua filha Myriam Ávila.

Affonso Ávila foi um dos fundadores do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), do qual foi superintendente, e um dos criadores do projeto original do Centro de Estudos do Ciclo do Ouro (Ceco) da Casa dos Contos de Ouro Preto, na década de 70. Foi casado com a também escritora e poeta Laís Corrêa de Araújo, com quem teve cinco filhos. Faleceu em 27 de setembro deste ano, em consequência de uma parada cardíaca.