1. Aula expositiva
Você deverá partir do conceito de poder popular ou poder do povo para instigar os alunos a perceberem a importância da política. A ideia é fazer com que os estudantes compreendam a seguinte lógica: na democracia, o poder vem do povo e o povo é o cidadão.
Mas o que é ser cidadão? A definição, de Pinsk e Pinsk (2003, p. 9), pode servir de apoio:
“Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar do destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais, fruto de um longo processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos.”
2. Debate
Após discutir os conceitos de democracia e de cidadania, organize as cadeiras da sala em círculo para o debate sobre a participação política dos cidadãos na sociedade atual, enfocando, sobretudo, a participação das mulheres. É importante estimular os estudantes a se posicionarem sobre o assunto. Por exemplo:
- Vocês sabem o que são políticas afirmativas? São políticas públicas criadas para reverter a desigualdade e a discriminação de alguns grupos sociais, como negros, indígenas e mulheres. Quantas vocês conhecem?
- Por que a participação da mulher entre nossos representantes políticos é minoritária?
- A democracia tem garantido uma sociedade mais justa para as mulheres? Se isso não acontece, o que precisa ser melhorado na sociedade?
É importante que os alunos tomem nota do debate e que você oriente as discussões.
3. Teatro (diálogo com a peça de Aristófanes)
Quatrocentos anos antes de Cristo, os gregos já se questionavam e pensavam sobre como seria se as mulheres participassem da vida pública no lugar dos homens. Aristófanes, dramaturgo ateniense, elaborou a peça A Assembleia das Mulheres (também conhecida como A revolução das mulheres ou As mulheres na Assembleia), retratando exatamente isso.
A ideia é a turma ler em conjunto a obra de Aristófanes. São 17 personagens na trama, escrita em apenas 35 páginas – sendo também possível que o professor selecione apenas algum trecho da obra para ser trabalhado. Você, professor, deve indicar os alunos ou pedir para que a turma se manifeste pelos papéis destacados na trama.
É importante que você imprima um texto para cada aluno leitor ou que leve a turma para a sala de informática a fim de que todos possam ler a peça em conjunto.
A peça pode ser exibida em um auditório ou mesmo em sala de aula, desde que o ambiente seja propício para que todos se atentem à trama.
É possível que você queira fazer algo mais elaborado, como uma apresentação a outras turmas da escola ou aos pais.
Em A Assembleia das Mulheres, Aristófanes trabalha de forma irônica a troca de papéis na sociedade grega antiga. Na peça, as mulheres, que geralmente trabalham em casa, vão para a assembleia política, enquanto os homens, acostumados com o fazer político, vão cuidar das tarefas domésticas. Utilizando-se desse contraste entre as funções sociais tradicionais dos homens e das mulheres, você deve fazer com que os alunos resgatem suas próprias experiências domésticas e as tragam à tona para o debate.
4. Pesquisa no Portal da Assembleia
Leve os alunos para a sala de informática para que pesquisem, no Portal da Assembleia, quais são os representantes da atual legislatura, de forma a constatar que a representatividade das mulheres nesse espaço de poder é minoritária.
A participação das mulheres na vida política é algo extremamente recente no Brasil (surgiu só a partir de 1932). Atualmente, elas são a maioria populacional e, desde 2000, também a maioria no universo de eleitores do País, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Essa instituição aponta para uma evolução na participação das mulheres como cidadãs.
No entanto, a ocupação de cargos públicos de liderança, o envolvimento das mulheres na política e a escolha delas pela população para ocupar cargos eletivos ainda ocorrem em pequena quantidade. Um exemplo disso é o número reduzido de deputadas estaduais na ALMG.
Fechamento
Para finalizar, relacione o conteúdo administrado – democracia e a participação ou a exclusão dos cidadãos – com a realidade política do cotidiano dos alunos.
O cenário da ALMG, com poucas cadeiras ocupadas por mulheres, se repete na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em que as mulheres ocupam apenas cerca de 10% das cadeiras. Ou seja, a maioria da população se encontra sub-representada no corpo político do Brasil.
Por isso, algumas leis foram criadas para quebrar essa barreira da sub-representatividade, como a Lei Federal 12.034, de 2009, que determina o preenchimento de 30% das vagas nas chapas eleitorais para candidaturas de mulheres. Essa legislação tem contribuído para que os partidos políticos tentem apoiar as mulheres na vida pública e política.
Você pode também apresentar Power Point, disponibilizado nesse plano, com o nome de algumas brasileiras que ocupam cargos públicos no Brasil.