EMERSON SILAMI GARCIA., Diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Estado de Minas Gerais - UFMG.
Discurso
Comenta o tema: "Esporte, desafios e perspectivas", dentro do 2º painel
do evento.
Reunião
61ª reunião ESPECIAL
Legislatura 16ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/12/2009
Página 58, Coluna 2
Evento Seminário Legislativo: "Esporte, infância e adolescência - caminho para a cidadania".
Assunto ESPORTE. MENOR.
Observação No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibição de "slides"
Legislatura 16ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/12/2009
Página 58, Coluna 2
Evento Seminário Legislativo: "Esporte, infância e adolescência - caminho para a cidadania".
Assunto ESPORTE. MENOR.
Observação No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibição de "slides"
61ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 25/11/2009
Palavras do Sr. Emerson Silami Garcia
Meu bom-dia a todos. Após esse pequeno incidente com a energia da
Casa Legislativa do Estado de Minas Gerais, tentarei completar
minha fala antes de a bateria do sistema de reserva acabar.
Passarei minha palestra rapidamente. Meu nome é Emerson Silami
Garcia e sou professor universitário. Participei da organização
deste seminário legislativo desde sua concepção e fui escolhido
por meus pares para representá-los. Agradeço aos que me indicaram
para proferir esta palestra e espero poder representá-los
condignamente.
Tentarei apresentar um resumo dos temas discutidos exaustivamente
durante cinco meses, nas fases prévias deste seminário, em
reuniões realizadas nesta Casa e em cidades do interior do Estado,
como Juiz de Fora, Montes Claros, Poços de Caldas, Ipatinga e
Patos de Minas, que têm representantes aqui hoje.
Acredito que não sou uma pessoa tão conhecida. Poucos me
conhecem, e, como estou falando sobre esporte e já sou um senhor
de certa idade, atingindo a terceira idade, tenho de mostrar quem
sou, por que estou falando sobre esporte, principalmente sobre
esporte para a infância e a adolescência. Falarei um pouco sobre
minha vida para que vocês possam entender por que sou árduo
defensor do esporte. Hoje sou Diretor da Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG e estarei até
2013 cumprindo esse mandato; sou pesquisador do CNPq, Conselheiro
Federal do Confef e consultor científico do Cruzeiro Esporte
Clube.
Esta é uma foto de minha turma de formatura, em 1974, quando já
era professor de Educação Física. Minha atuação teve início nos
anos 70. Durante 37 anos atuei alternadamente ou simultaneamente
em várias áreas, desde a educação física escolar, passando por
esporte escolar, magistério superior, administração, pesquisa,
esporte de alto rendimento - em que ainda atuo -, principalmente o
atletismo. Além de atleta, fui técnico durante muitos anos. Nas
duas últimas décadas, atuei no futebol, como fisiologista de um
clube de futebol. Pode não parecer, mas também fui atleta. Fui
recordista estadual durante alguns anos aqui em Minas.
Não sei se esta foto está visível. Como toda criança brasileira,
tentei jogar futebol, mas não enxergava muito bem a bola e passei
para o atletismo, porque não precisava enxergar. Não tinha
problema. Esta foto, de 1965, registra o maior título que obtive
no futebol. Fui campeão infantil de Santo Antônio do Monte,
jogando pelo Flamengo de Santo Antônio do Monte, que não sei se
ainda existe. E depois passei para o atletismo, onde segui
carreira. Tenho também grande experiência como docente, lecionando
disciplinas relacionadas ao esporte. Sou revisor de periódicos
científicos nacionais e internacionais. Já publiquei artigos em
diversas revistas nacionais e internacionais. Tenho uma carreira
bastante diversificada, mas o esporte sempre me acompanhou. Desde
1968 minha vida está ligada ao esporte. Nas últimas duas décadas,
concentrou-se no futebol. Minha primeira experiência foi na
Seleção Brasileira Olímpica, cujo treinador era o Prof. Carlos
Alberto Silva, como mostra a foto. Esta é a foto do Romário, na
universidade, há mais de 20 anos. Atuei também no Japão. Sou
consultor técnico-científico de um clube de alto nível de futebol,
portanto já participei de 28 títulos. Minha vida é o esporte. Vivo
o esporte. Aquela foto foi uma oportunidade que tive, em 2005, de
acompanhar o Prof. Wanderley Luxemburgo no Real Madri. Mostro
estas fotos para que vejam que sou uma pessoa do esporte, portanto
credenciado a falar de educação e de formação para o esporte. Isso
é que levou meus parceiros a me escolher.
Este evento se reveste de grande importância, pois terá sido uma
das poucas vezes em que a comunidade se manifesta especificamente
a favor do esporte para crianças e adolescentes em nosso Estado.
Considero este acontecimento como um dos mais importantes da
minha carreira profissional. Hoje é um dia em que me sinto
extremamente honrado. No final de minha carreira profissional,
recebo um reconhecimento pela minha vida anterior.
O Prof. Paulo Faria e a Secretária Vanessa, aqui representada
pela Profa. Raquel, sabem que temos muito a pedir no que se refere
ao esporte. O Deputado João Leite, assim como outros Deputados, já
estão acostumados com isso, sabem que sempre queremos mais.
Um dos grandes problemas que enfrentamos é a formação de
profissionais na área, que é deficiente e não contempla de forma
adequada a iniciação ou o treinamento de atletas visando ao alto
rendimento. Os profissionais são mal preparados até para as aulas
de Educação Física. Isso é uma realidade.
Dirijo uma escola de uma universidade conceituada e conheço,
participo de eventos, converso com os dirigentes - ontem
encerramos um encontro com Diretores de 53 escolas do Estado -, e
sabemos dos problemas. Isso faz com que o Brasil hoje esteja
importando técnicos de outros países: da Espanha, de Cuba, dos
Estados Unidos, porque realmente não preparamos nossos
profissionais para atender à educação física de maneira geral.
Tanto o Prof. Paulo Faria quanto nosso Secretário Gustavo Correa
demonstraram que essa é uma realidade e que muitos investimentos
estão sendo feitos. Mas teremos de tirar o atraso porque passamos
muitos anos sem fazer nada, ou seja, vivemos umas duas décadas de
vazio. Recentemente, graças a ação de Deputados como João Leite e
outros, assim como do próprio Secretário Gustavo Correa, que é
nosso parceiro na universidade, construindo conosco um centro de
treinamento esportivo, estamos tirando esse atraso. A Secretaria
de Educação está fazendo o mesmo. Estamos fazendo um mutirão para
solucionar os problemas, e as escolas também têm de fazer isso.
Na reunião que realizamos ontem, um dos temas discutidos foi a
necessidade de melhorar a formação dos professores. Mas temos
problemas piores, porque a educação física por muitos é vista como
perda de tempo.“O menino deveria estar estudando matemática,
inglês, francês, biologia, etc., mas está lá brincando”. Na
realidade, não está brincando, está tendo uma aula, que muitas
vezes não é boa, porque a escola não dispõe de equipamentos
necessários, quadra decente, ginásio coberto, e o número de aulas
é reduzido. Essa é uma realidade. Entendo os problemas econômicos,
financeiros, administrativos etc., mas temos exemplos de pessoas
que foram hereges até os 60, 70 anos e se converteram ao
cristianismo, viraram santos e foram para o céu. Agora, conhecemos
poucas pessoas que nunca fizeram atividade física, mas chegarão
aos 60, 70 anos. Atividade física não é como matemática e inglês.
Aprendi a falar inglês com 25 anos e hoje falo fluentemente. Temos
exemplos de pessoas que aprenderam física e química depois de 40,
50 anos de idade. Mas a pessoa não pode esperar 50 anos, depois de
já ter tido infarto, ter colocado ponte de safena, para fazer
atividade.
A responsabilidade pela formação esportiva foi transferida para
clubes e escolinhas de esportes. Isso não é correto. No Brasil, a
maioria das crianças não tem condições de ir a um clube ou a uma
escolinha de esporte. A escola é que tem de oferecer isso. Não
existe outra saída. Como já foi falado, as escolas não dispõem de
instalações esportivas. Compreendo que é muito caro, que ocupa
muito espaço físico, mas não vamos consertar isso de hoje para
amanhã. Nem os profissionais, Deputado, querem que isso seja feito
de hoje para amanhã, mas queremos que as medidas sejam tomadas,
como o Estado de Minas já tomou. E todas as novas escolas precisam
ter, no mínimo, uma quadra poliesportiva. Já é um passo. Queremos
que outros passos sejam dados. Como disse a Secretária Vanessa,
sempre vamos querer mais.
O outro problema é que não existe emprego para técnico
desportivo. Quantos concursos foram abertos para técnico em
esporte? Nenhum. Podem dizer que tal Prefeitura abriu uma vaga,
mas isso é muito raro. Algumas Prefeituras estão fazendo coisa
pior, ou seja, contratando monitor de esporte. Não existe monitor
de esporte. Técnico em esporte é formado e credenciado para
exercer essa função. O Ministério do Esporte e autoridades terão
de reconhecer que técnico em esporte não consta apenas no Código
Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho, porque ele
existe realmente. Conhecemos poucas pessoas que vivem do salário
de técnico em esporte. Geralmente há professores ou pessoas que
desempenham outra atividade, e a profissão de técnico é um bico.
Se o Brasil quer se tornar um destaque olímpico, terá de valorizar
o treinador, o técnico desportivo, não o técnico de futebol, que
ganha muito bem, mas o do vôlei, de basquete, da natação, de
ginástica artística, que vimos aqui.
Outro problema foi a falência do esporte universitário. Quando
era atleta, esse esporte fornecia os atletas para as
confederações. Os atletas universitários eram os mesmos que iam
para os jogos olímpicos, para os jogos panamericanos e campeonatos
mundiais. Hoje, o esporte universitário também ficou abandonado. É
muito investimento, não é Deputado? É preciso ter muito dinheiro.
Há falta de sequência nos programas oficiais. Hoje, disse para o
Prof. Paulo que a Rede Cenesp - Centro de Excelência Esportiva -,
que seria destinado ao atendimento a atletas das universidades, já
está há algum tempo sem receber dinheiro. Ele me garantiu que a
partir de agora recomeçarão os investimentos nessa rede.
A cultura do esporte é quase inexistente no nosso país. Todos
conhecem futebol, voleibol, futsal, basquete. Muitos profissionais
de Educação Física nunca pegaram um martelo. Por exemplo, a
maioria nunca pegou uma vara para fazer salto com vara. Nem as
escolas estão se preocupando com isso. Na formação, isso está
sendo extinto; alguns esportes, completamente. Acabou o
levantamento de peso, ninguém mais o pratica, assim como o boxe.
Há uma infinidade de esportes que poderiam ser a grande
oportunidade para uma pessoa com grande talento, para uma pessoa
carente. Por falta de oportunidade, o seu talento nunca será
explorado. A pessoa poderia ser um campeão mundial de boxe; Deus
lhe deu o dom, mas não teve oportunidade de desenvolvê-lo, porque
a sociedade não lhe ofereceu oportunidade.
Outro problema sério é o antagonismo entre esporte de rendimento
e programa de inclusão e lazer. Discutimos muito essa questão.
Recursos que poderiam ser destinados ao esporte estão sendo
canalizados para outros programas e projetos igualmente
importantes. Ou seja, estão despindo um santo e vestindo outro.
Temos de buscar o equilíbrio, pois todos os programas são
importantes. Engana-se quem pensa que o esporte é rico. Esporte
rico no Brasil é o futebol; o vôlei é um pouco; todos os outros
são pobres. Perguntem aos professores Paulo César e Ataíde
Lacerda. Todos os esportes tinham de constar dos programas de
inclusão, não priorizando uns e deixando outros de lado.
Há professores de Educação Física contrários a esporte para
crianças e adolescentes, adotando uma visão maniqueísta, segundo a
qual o esporte é um mal supremo. Como não quero que ninguém me
considere leviano, cito alguns exemplos. Primeiro: em agosto,
publicou-se o artigo de um especialista da Universidade de São
Paulo, que afirma que a função da disciplina é investigar como os
grupos sociais se expressam pelos movimentos. Considerado um dos
principais investigadores dessa tendência, o Prof. Marcos Garcia
Neira, da USP, defende que a principal função da Educação Física é
analisar a diversidade das práticas incorporadas à sociedade,
mesmo as consideradas mais polêmicas, como danças tipo “funk” e
axé. Quem é da Educação Física e do esporte vê que, desse jeito, a
situação fica difícil. Quem ler todo o artigo, verá coisas piores.
Segundo: este artigo antigo, quase uma bíblia para alguns
professores, diz assim: “A criança que pratica esportes respeita
as regras do jogo” - reticências - “capitalista”. É uma visão
ideológica, que considera o esporte um instrumento para escravizar
o proletariado. Leiam os artigos. Não quero ser leviano nem tenho
medo de citar quem são as pessoas. Terceiro: “A educação física
educa o corpo e a mente”. Essa afirmação também é de um professor
de Educação Física contrário ao esporte, que diz ainda que a
Educação Física não tem nada a ver com saúde, com afastar as
crianças da droga, nada a ver com nada, tem a ver com brincar. É
brincar também, concordo. Quarto: “Sistematização epistemológica
da Educação Física brasileira - concepções pedagógicas crítico-
superadora e crítico-emancipatória”. Leiam o artigo da revista
“Meio Digital” e ficarão assustados. São pessoas que renegam o
esporte na infância e na adolescência, principalmente na escola.
Educação física escolar e esporte na escola são coisas diferentes.
É preciso haver aula de Educação Física na escola três vezes por
semana para todos, indistintamente.
Obrigado. O esporte tem de ser um complemento para os que são
melhores. Sempre foi assim, não tem jeito de ser diferente. Da
mesma forma, na banda de música da escola, não toca quem não sabe
tocar; não canta no coral da escola quem tem voz como a minha,
porque seria dispensado. Nem por isso o coral é algo ruim. Por que
com o esporte será diferente?
Outro problema que está havendo, e teremos de combatê-lo, é na
educação. Não adianta ficar punindo. O número de atletas punidos
por substâncias ingeridas é cada vez maior. Esse problema deve ser
enfrentado, punindo-se as pessoas que fornecem as drogas aos
atletas. No caso do atletismo, devo acentuar que os envolvidos são
um fisioterapeuta, que já estava exercendo ilegalmente a profissão
de técnico, e um professor universitário não registrado, que
exercia a função fora. Não sei como o Cref de São Paulo está
agindo em relação a eles. Ambos cometeram um crime e uma
contravenção penal. O Ministério já os autuou por fornecerem
drogas. Recentemente, quase toda a elite do atletismo brasileiro
foi punida por uso de drogas. Então, temos de educar essas
crianças, para que não cheguem lá em cima e queiram chegar ao
resultado de qualquer jeito. Atletas de outros esportes também
foram denunciados. Vimos isso, recentemente, com atletas da
ginástica, da natação e por aí vai. Não conseguimos nem lembrar o
número, pois são muitos. Isso é uma má educação.
Falamos de coisas ruins antes, mas agora vamos falar de coisas
boas. O Prof. Jorge, Presidente do Confef, nos disse que um
“tsunami” esportivo vai invadir o Brasil. Vamos ter, em 2011, os
Jogos Militares; a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos
Olímpicos, em 2016. A esse “tsunami” ninguém vai resistir. Não
podemos perder o bonde. Esses eventos vão trazer investimentos,
mas não vão fazer milagres. Não vão achar que vamos ganhar 200
medalhas. Não vai ser assim. Mas devemos iniciar um trabalho, em
médio e longo prazos, lembrando que não se prepara um atleta
olímpico da noite para o dia. Em 2016, não acontecerão as últimas
olimpíadas. Haverá outras, com certeza. Temos de ter esses atletas
já prontos no futuro. Hoje, já existem clubes que realizam
trabalhos de grande importância, mantendo acesa a chama olímpica,
educando os atletas. Eles oferecem até escolas dentro dos próprios
clubes. O Minas Tênis Clube é um clube que nunca deixou o esporte
acabar. Se o financiamento aumenta, ele contrata atletas melhores,
forma mais atletas, oferece mais condições às crianças. O
Cruzeiro, há mais de uma década, tem uma escola dentro do clube.
Os atletas são obrigados a frequentar a escola e a passarem de
ano. Várias empresas já contribuem para que o esporte seja
competitivo. Acho que elas vão ser atraídas por esse “tsunami”. Os
profissionais de educação física, os bacharéis, tanto na escola
quanto fora dela, não podem deixar de considerar esse fenômeno.
Temos de estar preparados. Os dirigentes de escola têm de saber
que devem preparar bem os alunos. Já existe um movimento dessas
escolas com esse objetivo.
Já foi mencionada aqui pelos que me antecederam a valorização da
educação física escolar, do esporte na escola. Tudo isso é
indispensável. Sabemos que os investimentos já são maiores. O
Secretário Gustavo Corrêa já deixou isso claro. Parece-me que
seiscentas e tantas cidades participaram dos jogos escolares. Isso
é um sucesso, pois trata-se de investimento do poder público.
Temos esses representantes e um governo sensível à importância do
esporte. Ele está investindo e obtendo respostas. O governo do
Estado de Minas, entre outras coisas, está liberando verbas para
um centro de treinamento na Escola de Educação Física da UFMG.
Lamento que o Secretário não esteja aqui para lhe agradecer por
isso. Foi por sua intercessão que isso aconteceu, com participação
importante do Rogério Romero e do Alexandre Massura, dois ex-
atletas, com os quais estou tendo o prazer de conviver em
reuniões. Somos hoje parceiros, nessa obra conjunta, da
Universidade. Esse centro de treinamento vai ficar à disposição do
esporte de rendimento no Estado. Pela primeira vez, vai haver um
centro assim, com administração conjunta da Secretaria de Esportes
e da UFMG.
Esperamos que ocorra a valorização dos profissionais que
trabalham no esporte, porque não se trata só de técnica nem só de
professor. Temos médicos, preparadores físicos, fisioterapeutas,
psicólogos, nutricionistas, administradores, entre outros
profissionais de que não estou me lembrando. Temos o roupeiro, por
exemplo; sem ele, nada funciona, não é, Deputado? Não tem jeito.
Tem de haver alguém para cuidar do material. A bola tem de estar
na pressão correta, em bom estado, assim como as chuteiras, os
tênis, a camisa. Temos as lavadeiras, enfim, tudo está envolvido
nesse processo. E todos são indispensáveis à evolução do esporte.
Então, é muito mais que apenas aquilo.
Gostaria de encerrar mostrando essa parceria entre o poder
público, a universidade e os órgãos. O Ministério do Esporte
construiu recentemente um ginásio para lutas, levantamento de peso
e ginástica lá na Escola. É bastante confortável e seria um sonho
para os levantadores de peso, que são cinco. Temos esgrima também,
um único treinador com um único atleta, que disputa campeonatos.
Como as escolas terão de contratar treinadores para treinar
realmente suas equipes para competição, não para dar aula de
Educação Física, as empresas que estão financiando o esporte terão
de separar um dinheiro para termos os profissionais necessários ao
caminhar do esporte, senão ficará uma coisa muito amadora e
improvisada. Era só o que tinha a dizer. Muito obrigado.
- No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibição de
“slides”.
O Sr. Presidente - Muito obrigado, Prof. Emerson Silami, pela
grande contribuição a este seminário.