DEPUTADO WELITON PRADO (PT)
Discurso
Comenta matérias publicadas nos jornais sobre os prejuízos causados pela
queda de energia elétrica no Estado em decorrência de chuva e solicita
rapidez à Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG para solucionar os
problemas. Comenta os projetos de lei, de sua autoria e de outros
Deputados, que tratam da redução da alíquota do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços - ICMS - na tarifa de energia e nas operações
internas com álcool e combustível. Comenta a falta de espaço nas salas de
aula na Escola Estadual Parque São Jorge e as péssimas condições do
Conservatório Musical, no Município de Uberlândia. Comenta a apresentação
de requerimento solicitando audiência pública para tratar da desativação
do serviço de emissão de Carteira Nacional de Habilitação - CNH - na
região do Triângulo Mineiro.
Reunião
77ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/09/2008
Página 47, Coluna 3
Assunto ENERGIA. TRIBUTOS. EDUCAÇÃO. DEFESA DO CONSUMIDOR.
Proposições citadas PL 1 de 2007
PL 681 de 2007
Normas citadas LEI nº 6763, de 1975
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/09/2008
Página 47, Coluna 3
Assunto ENERGIA. TRIBUTOS. EDUCAÇÃO. DEFESA DO CONSUMIDOR.
Proposições citadas PL 1 de 2007
PL 681 de 2007
Normas citadas LEI nº 6763, de 1975
77ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 2/9/2008
Palavras do Deputado Weliton Prado
O Deputado Weliton Prado - Gostaria de saudar a todos e a todas
e deixar aqui a minha solidariedade, Deputado Carlin Moura,
dizendo que vamos lutar muito para derrubar o veto no Plenário
desta Casa. Se os Deputados votaram por unanimidade e aprovaram o
Bolsa-Atleta, tem de prevalecer o sentimento e a vontade do povo
de Minas Gerais. Esse foi um dos mais importantes projetos que
tramitaram na Casa neste ano. Vamo-nos empenhar para derrubar o
veto e ainda sensibilizar toda a base do governo para a
importância da juventude, e mostrar que o nosso Estado, que tem
uma grande potencialidade, pode formar futuros atletas, além da
inclusão social.
Trago à tribuna as manchetes de todos os jornais desta terça-
feira do Estado de Minas Gerais sobre a falta de energia elétrica
na Região Metropolitana de Belo Horizonte. (- Lê:) “BH, a cidade
sem luz. No início da noite de ontem, 50 horas depois do temporal
de sábado, ainda faltava energia elétrica em 36 bairros de Belo
Horizonte. A falta de energia atingiu mais de 10 mil imóveis.
Todos os semáforos desligados, prejudicando o trânsito.” E
prejudicou não só Belo Horizonte, mas também várias cidades da
Região Metropolitana, e outras cidades do Estado. O jornal “O
Tempo” anuncia o seguinte: “Cemig terá de ressarcir consumidor.
Até a tarde de ontem, cerca de 10 mil pessoas continuavam sem
energia elétrica em Belo Horizonte”. A chuva aconteceu no sábado,
e as pessoas ficaram sem energia sábado, domingo, segunda, e hoje
é terça-feira e milhares de pessoas ainda estão sem a energia
elétrica. Nossa pergunta é a seguinte: a Cemig sempre justificou o
alto custo da energia elétrica em Minas Gerais, a mais cara do
País, justamente pela qualidade. Mas não é o que estamos vendo, e
a prova disso está aqui, na matéria divulgada em todos os jornais
de circulação estadual e nacional. Após 72 horas, milhares de
pessoas ainda se encontram sem a energia. Um absurdo! Estamos
protocolando um ofício pedindo explicações à Cemig, e queremos
saber se o consumidor vai ser ressarcido. Vários problemas
aconteceram. Pessoas com doentes em casa ficaram sem energia
elétrica, o que é muito sério, donos de padarias e pequenos
comerciantes que custam a sobreviver perderam suas mercadorias e
não tiveram como trabalhar. E ainda terão de pagar funcionários
sem ter produzido nada. Por que isso aconteceu, se a nossa energia
é de qualidade? Se, como disse a Cemig, fosse feita uma constante
manutenção das redes, não seria uma simples chuva que levaria à
queda de todo o sistema, deixando a população durante vários dias
sem energia elétrica, que é um bem essencial. Queremos uma
explicação por parte da Cemig, e que situações como essa não
venham mais a ser manchete de jornal. Esperamos que, nos próximos
dias, a Cemig realmente faça um balanço. Vamos encaminhar essas
matérias para a Agência Nacional de energia Elétrica, que também
tem de tomar conhecimento da situação. A Cemig tem de investir
mais na manutenção de suas redes, a fim de garantir a qualidade
para o consumidor, que ainda paga uma energia muito cara.
Recentemente tivemos uma grande vitória. Pela primeira vez em 56
anos houve uma redução de tarifa de energia elétrica em Minas
Gerais. Foi uma campanha belíssima, que apaixonou toda a
população. As pessoas entraram na campanha de coração e alma,
ajudando a colher assinaturas em Belo Horizonte, Betim, Contagem,
Triângulo, Sul de Minas, Zona da Mata, Norte de Minas, enfim, em
todas as regiões do Estado. Foram mais de 500 mil assinaturas.
Fizemos a maior audiência pública de toda a história das
concessionárias de energia elétrica aqui em Belo Horizonte.
Estivemos presentes em Brasília e protocolamos vários
requerimentos que foram aprovados aqui na Assembléia. O Deputado
Federal Elismar Prado, da mesma forma, fez esse procedimento em
Brasília. Estivemos várias vezes reunidos com a relatora do
processo, Dra. Joisa. Foi uma grande vitória. Muitos não
acreditavam que seria possível vencermos. Conseguimos garantir a
economia para o consumidor de todo o Estado de Minas Gerais, em
todas as regiões, de quase R$1.000.000.000,00. As tarifas eram
muito caras, e conseguimos a redução de 17%. Muitos também não
acreditavam que conseguiríamos impedir a cobrança de taxa para
chamar a polícia. Obtivemos também essa vitória. Impedimos, ainda,
a cobrança da Taxa de Incêndio para todas as residências. Estamos
agora com uma ação no Ministério Público relativa ao valor da água
cobrado pela Copasa, que é muito alto. Nas próximas semanas há
possibilidade de haver uma decisão judicial, pela qual esperamos.
Realizaremos, aliás, uma audiência pública nesta Casa. Assim,
esperamos conseguir mais essa redução. Em princípio, o Ministério
Público já concordou, já detectou as irregularidades nas planilhas
e já sinalizou a possibilidade da redução do valor da água.
Estamos, assim, na esperança de uma decisão judicial para reduzir
o valor da água cobrado pela Copasa. Retomando a questão da
energia elétrica, foi uma campanha vitoriosa, pois obtivemos uma
redução de 17%.
Uma outra luta nossa nesta Casa é a diminuição - a propósito, o
meu projeto já está tramitando - do ICMS da conta de energia
elétrica da Cemig. O ICMS de Minas também é o mais caro do Brasil.
Para as residências, na cobrança por dentro, chega a 42%. É o mais
caro do Brasil, repito, maior do que os de Goiás, São Paulo e
Brasília. Então, não se justifica ter um ICMS tão alto como esse.
A carga tributária no nosso país já é muito pesada. Os pequenos e
médios empresários sentem isso na pele. Temos necessidade de uma
reforma tributária, e o Deputado Federal Elismar Prado apresentou
uma emenda ao projeto de reforma tributária fixando o valor máximo
da cobrança de ICMS em 25%. Não justifica que nosso Estado, um dos
mais ricos da Federação, que aliás está tendo um grande
desenvolvimento, cobre um ICMS mais caro do que outros Estados. Um
exemplo é o álcool, cujo ICMS em Minas Gerais é de 25%; em Goiás é
de 15%; em São Paulo, 12%. É um grande contra-senso, pois aqui é
um dos Estados que mais produz álcool. Essa redução poderia chegar
às bombas, beneficiando, assim, o bolso do consumidor, isso para
quem tem veículo a álcool ou “flex”. Fica, então, a nossa
solicitação à Mesa de que os nossos dois projetos sejam colocados
em pauta. O primeiro visa reduzir o ICMS da conta de energia
elétrica da Cemig. O segundo objetiva diminuir o ICMS do álcool
combustível, passando de 25% para 12% no Estado de Minas Gerais,
igualando-se ao Estado de São Paulo. Trago a esta tribuna um outro
ponto. É com imensa alegria que trago ao conhecimento de V. Exas.
a manchete do “Correio de Uberlândia” que diz: “UFU cria acesso
exclusivo para estudantes de escolas públicas”. Uma outra notícia
diz respeito à criação do curso de Jornalismo por aquela entidade,
que era uma luta nossa histórica. Há muitos anos defendemos a
implementação desse curso na Universidade Federal de Uberlândia.
Estive semana passada com o Reitor Arquimedes e, hoje, vejo que
isso é uma realidade. Assim, haverá o curso de Comunicação Social,
com habilitação em Jornalismo, com 40 vagas anuais, no horário
diurno integral. Haverá também o curso de Relações Internacionais,
com 40 vagas. Ficamos muito felizes pela criação desses dois novos
cursos. Ainda, no caderno “Revista” do “Correio de Uberlândia”, há
a seguinte manchete: “Conservatório enfrenta dificuldades”.
Estamos apresentando um requerimento solicitando, o mais rápido
possível, a garantia da acessibilidade, que não há, aos
deficientes físicos no conservatório, além de garantir o bom
funcionamento para a entidade. Os alunos hoje é que estão ajudando
a manter as despesas do conservatório, cujos instrumentos estão
estragados, acumulados numa sala do prédio. O maior desafio ainda
é melhorar a estrutura física, que é muito ruim.
Falta tudo no Conservatório. Não há estrutura física, não existem
instrumentos. Há é muita boa-vontade dos alunos, da comunidade e
dos professores, que são verdadeiros guerreiros, pois, sem
condições, conseguem fazer um belíssimo trabalho. Solicitamos que
o governo resolva, o mais rápido possível, esse problema do
Conservatório Estadual de Uberlândia, assim como o dos demais
conservatórios de nosso Estado que também estão enfrentando
dificuldades. Esperamos que o governo tome as devidas
providências.
Outro ponto é relativo à Escola Estadual do Parque São Jorge.
Houve uma fusão de turmas, e 43 alunos foram obrigados a estudar
em uma sala de 40m² apenas. Esse absurdo, sobre o qual a TV Globo
até fez uma reportagem, causou grande revolta em todos.
Solicitamos providências também para esse problema.
Também apresentamos requerimento relativo à emissão da Carteira
Nacional de Habilitação - CNH -, tema sobre o qual esperamos
realizar audiência pública a fim de sensibilizarmos as
autoridades. A centralização do serviço de impressão de CNH
revoltou toda a população de Uberlândia e do Triângulo. Havia a
descentralização, muito comemorada por todos, em Uberlândia, que
atendia a todo o Triângulo. O governo desativou as gráficas do
interior do Estado, como a de Uberlândia, e esse problema existe
em todo o interior do Estado, causando muita revolta. O cidadão,
com a impressão descentralizada, receberia sua CNH em, no máximo,
cinco dias. Agora, com a centralização, serão necessários mais de
70 dias. O cidadão esperará por mais de dois meses a confecção de
sua CNH. Solicitamos providências também para esse problema. Não
podemos andar para trás; devemos, sim, avançar. Infelizmente, isso
não está ocorrendo. Esse tipo de burocracia dificultará muito a
vida das pessoas que moram no interior de Minas.
Outro requerimento visa aparelhar melhor o Corpo de Bombeiros.
Votamos nesta Casa contra a Taxa de Incêndio para o comércio e
para as indústrias e conseguimos impedir sua cobrança para as
residências; todavia, ainda há o sério problema de falta de
equipamentos nas instituições do Corpo de Bombeiros em Minas
Gerais. Falta a escada magirus, assim como o desfibrilador
cardíaco. Solicitamos que sejam destinados recursos para cobrir
essas pendências.
Mais uma vez, queria agradecer ao Presidente, a quem solicito que
nossos projetos relativos à redução do ICMS sejam colocados em
votação. O Deputado que seja contra o projeto precisa posicionar-
se explicando o porquê de ser contra a redução do ICMS da conta de
energia elétrica, que em nosso Estado é uma das mais caras do
Brasil, pois chega a 42%. Ele precisa explicar porque é contra a
redução de 25% para 12% relativamente ao álcool combustível, cujo
índice em São Paulo é de 12%. Novamente solicitamos à Mesa que
nossos projetos sejam apreciados nesta Casa. Caso algum Deputado
seja contra o projeto, que se posicione, que se utilize desta
tribuna para dizer que é contra a redução do ICMS da energia
elétrica, votando posteriormente contra o projeto. Democracia é
isso. Estaremos aqui para votar favoravelmente a essa redução, que
defenderemos enquanto não é realizada a reforma tributária
federal, que certamente limitará o valor máximo cobrado de ICMS em
todos os Estados da Federação e acabará com a guerra fiscal, que
prejudica muito Minas Gerais. Essa reforma definirá uma alíquota
única para todos os Estados ou alíquotas de acordo com a realidade
de cada região. Que seja feito tal estudo e que seja aprovada, o
mais rápido possível, essa reforma tributária. No entanto, nada
disso impede que nossos projetos sejam apreciados e votados nesta
Casa.
Esperamos que o ano eleitoral não impeça o debate de assuntos
importantes, como os já citados. É necessário mobilidade para
resolvermos os problemas, que são latentes, em relação ao Corpo de
Bombeiros, à confecção da CNH para toda a população do interior de
Minas, especialmente Uberlândia e o Triângulo, e à recuperação dos
conservatórios, que estão em situação de penúria, sendo necessário
melhor estruturá-los e equipá-los.
Há ainda o problema da Escola Estadual do Bairro Parque de São
Jorge, em Uberlândia, e a necessidade da melhora de qualidade dos
serviços prestados pela Cemig quanto à manutenção das redes
elétricas, para não haver outros apagões. Belo Horizonte e a
Região Metropolitana, de sábado até hoje, vivenciaram um
verdadeiro apagão. Esperamos que esses problemas sejam resolvidos
o mais rápido possível.