Pronunciamentos

DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT), Presidente " ad hoc"; autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Homenagem à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – pelo lançamento da Campanha da Fraternidade de 2024, cujo tema é “Fraternidade e amizade social”, e cujo lema é “Vós sois todos irmãos e irmãs”.
Reunião 10ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/03/2024
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 5719 de 2024

10ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 21/2/2024

Palavras do presidente (deputado Leleco Pimentel)

Todos os dias em que tenho a oportunidade aqui, na Assembleia Legislativa, eu, que também estou ladeado de pessoas que lutam para que os irmãos e as irmãs tenham a dignidade da vida mesmo vivendo em situação de rua – e me sinto sempre nessa pele, nesse lugar –, me lembro do porquê, da razão pela qual estamos aqui servindo, viu, Padre João? Nunca me esqueço. Toda vez que compreendo que a minha palavra pode ser sinal de vida ou de morte, mesmo quando voltada para aqueles que se sentirão ofendidos, eu percebo a importância da política. É pela razão de não negarmos a política que estamos aqui, num ato político, para debater esta grande provocação que nos faz a CNBB a fim de sairmos da condição de conforto e irmos ao encontro do outro e da outra: “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Às vezes, olho para muitos que se sentam onde vocês estão e aí é que me provoco mesmo e penso: “Não há nada mais revolucionário do que o amor em Jesus, porque eu tenho que amar gente que pensa muito diferente de mim”. Este é o lugar onde talvez a representação de 77 deputados e deputadas… Elas, as mulheres, em minoria, assim como ocorre nesta Mesa aqui, Claudenice. Elas estão sofrendo por processos culturais que nós temos a obrigação de romper, de desmanchar, de desnudar e de transformar. Esse processo cultural não pode ser culpado por aquilo que somos responsáveis por mudar.

Então a nossa saudação de boa noite – e sempre faço isso – e a nossa saudação de alegria por nos encontrarmos nesta Casa para discutirmos e homenagearmos a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Além disso, quero falar da grande provocação da própria CNBB, nesta 60ª Campanha da Fraternidade, que vem trabalhando, nesses 60 anos, temas e lemas que são profundamente ligados às mazelas, às dores e à exclusão do povo e da formação do povo brasileiro. Não é à toa que nós estamos também há 60 anos do Golpe Militar de 1964. Eu diria que aquela campanha antecedia alguns dos piores momentos para o fechamento ao diálogo que nós temos na história recente do Brasil. No entanto, estamos nós aqui para tratar dos 60 anos do tema da Campanha da Fraternidade e não para fazer o que muitos que querem se fechar ao diálogo vêm fazendo para provocar violência. Alguns, infelizmente, entre nós, estão comemorando os 60 anos de outra história: a história da morte, a história do silêncio, que jamais iremos esquecer, mas que também não a transformaremos em arma para matar o irmão. É por isso que, neste mesmo tempo, somos provocados a não ficar calados e a não ficar só indignados com a morte das irmãs e dos irmãos que estão sendo assassinados na Palestina e televisionados, nesse tempo em que estamos aqui. Tudo isso eu quero dividir nesta boa noite em que homenageamos o Revmo. Sr. Pe. Rodrigo Souza, secretário executivo do Regional Leste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –, aqui representada por ele.

Nós estamos aqui ao lado do Revmo. Sr. Pe. Roberto Rubens da Silva, vigário episcopal da Arquidiocese de Belo Horizonte; com a presença do Sérgio Fernando Pinho Tavares, vereador de Belo Horizonte, representando a câmara e a capital; ao lado da Sra. Claudenice Rodrigues Lopes, querida companheira, coordenadora, que coordena a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte; bem como do nosso querido Rafael Roberto da Fonseca, do Movimento Nacional da População de Rua. Quando vocês aqui entravam, eu dizia: “Todos nós temos um Júlio Lancellotti que nos provoca a lutar todos os dias”. Viva o Pe. Júlio Lancellotti! Viva a sua luta! A nossa homenagem também se dá de forma muito especial.

Eu quero pedir ao Padre João, esse companheiro que também nos ajuda nesta caminhada do Juntos para Servir, que possa, com as suas palavras, dar as boas-vindas e nos ajudar também neste dia de homenagem à CNBB. Padre João, que escolheu caminhar à luz do Evangelho e tão radical quanto ao amor de Jesus, tem sofrido na política essa mesma violência e buscado caminhos. Por essa razão, Padre João, felizes os que também dividem a sua angústia no afã de poder encontrar caminhos para o amor. O amor que é profundo, radical e que nos exige muito.

Com a palavra, o deputado Padre João. Se preferir falar dali; senão, podemos dividir aqui este microfone. Deputado federal Padre João, que foi também deputado desta Casa, eu quero, com esta acolhida, dizer que a deputada Leninha, que hoje é a 1ª-vice-presidente, assim como o deputado Professor Cleiton, que está com o filho em tratamento de dengue hemorrágica, a deputada Ana Paula e todos os deputados desta Casa o honram também e sempre se lembram da sua presença neste Plenário durante os dois mandatos que exerceu de 2003 a 2010. Seja sempre bem-vindo!