Pronunciamentos

CÁSSIO AZEVEDO FONTENELLE, Juiz de direito, membro da Corte Eleitoral e ouvidor do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais – TRE-MG

Discurso

Agradece, na condição de homenageado, o Título de Cidadão Honorário do Estado de Minas Gerais.
Reunião 17ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/05/2024
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 1032 de 2023
RQN 6124 de 2024

Normas citadas RAL nº 5614, de 2023

17ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 9/5/2024

Palavras do Sr. Cássio Azevedo Fontenelle

Boa noite a todos! Cumprimento o deputado Zé Guilherme, presidente desta cerimônia. É uma honra ter V. Exa. presidindo este ato tão importante para mim.

Saúdo o nosso desembargador Octavio Boccalini, presidente do TRE, com quem tenho a honra de trabalhar no dia a dia lá no nosso querido TRE; o desembargador Rui Magalhães Almeida, representando o desembargador José Arthur, presidente do Tribunal de Justiça e colega de longa data – fomos companheiros na Corregedoria. É uma honra contar com a presença de V. Exa. aqui. Saúdo o amigo Paulo de Tarso, promotor de justiça – da mesma forma, é uma honra ter V. Exa. aqui representando o procurador Jarbas Soares, nosso companheiro de tantas jornadas e do Clube Atlético Mineiro. Saúdo o ilustre Dr. Guilherme Deckers, defensor público, representando a defensora pública-geral. Como dito, eu, durante cinco anos, fiz parte dessa casa pela qual tanto carinho tenho. Saúdo, ainda, a Dra. Maria Alice Faria, ilustre delegada-geral de polícia – é uma honra também contar com vossa presença.

Pois bem, meus queridos amigos, eu tenho por hábito nunca preparar um discurso escrito e sempre peco por essa falta de técnica, mas, às vezes, a gente ganha um pouquinho de emoção nas palavras. Eu gostaria de externar aqui o meu mais sincero agradecimento, deputado Zé Guilherme, a todos os 77 membros desta Casa. Vi o deputado Bruno Engler aí, não sei se há outros, mas, se estiverem aqui também, sintam-se, desde já, abraçados.

Saúdo o deputado Charles Santos, que, juntamente com outros 27 deputados, subscreveu a indicação do meu nome para receber esse título hoje. Saúdo, de forma muito especial, um ex-deputado desta Casa, o deputado Zé Reis, que foi presidente da Comissão de Orçamento e secretário municipal, um amigo nosso dos tempos em que eu fui juiz lá em Januária. Já se foram aí 15 anos talvez. E um abraço também muito especial, deputado Zé Guilherme, ao Marcelo Aro, nosso secretário de Governo. Recebi um telefonema de cumprimentos, pois ele está em missão oficial do governador. Então fica aqui o meu registro.

Antes de iniciar propriamente a minha fala, eu vou começar falando da minha origem, lá do meu querido Ceará, e vou me permitir voltar os olhos muito rapidamente a outro extremo do nosso Brasil, o Rio Grande do Sul, que passa por um momento tão difícil. Eu não me sentiria confortável em começar qualquer celebração sem antes imanar-me àquele povo, aos amigos, aos companheiros, e desejar a todos um pronto restabelecimento daquele Estado, mandando, pelo menos, talvez a melhor coisa que a gente pode enviar, além das doações, uma oração muito especial pelo Rio Grande do Sul.

Eu gostaria de falar da minha origem, porque começar um discurso sem reconhecer a origem me parece ingratidão, e esse talvez seja um dos poucos defeitos que eu não tenho. Certamente, um defeito que eu não tenho é a ingratidão. Mesmo tendo saído de lá com 5 anos, meus parentes, a família Fontenelle toda continua residindo em Fortaleza. Tenho um carinho especialíssimo por aqueles primos de lá.

Vou me permitir saudar a todos na pessoa da minha madrinha, Bernadete Fontenelle, que deve estar nos acompanhando pelo canal do YouTube, pela transmissão do YouTube. Quando eu penso em Fortaleza… Eu estava tendo algumas lembranças, olhando para o meu sogro, que é de Itabira, é até parente do Carlos Drummond. Há um poema dele… Ele saiu de Itabira também muito cedo; eu saí de Fortaleza com 5 anos. Carlos Drummond, salvo engano, saiu de Itabira com 18 anos. Em Confidência do itabirano, ele termina o poema dizendo: “Hoje Itabira é só um quadro na parede. Ah, mas quanta saudade!”. É o que eu diria hoje de Fortaleza, pois saí de lá muito cedo: Fortaleza hoje também é só um quadro na parede da minha casa, mas quanta saudade! Para toda a família Fontenelle que lá se encontra, o meu abraço mais fraterno e mais carinhoso!

Eu gostaria de lembrar uma frase. Eu tenho muito respeito pelas pessoas com as quais eu aprendi a trabalhar, a seguir a minha vida. O desembargador Ramom Tácio, futuro presidente do tribunal, que vai suceder o nosso querido desembargador Boccalini, sempre fala nas sessões: “Sozinho, a gente chega mais rápido; acompanhado, a gente vai mais longe”. Para ser muito sincero com todos vocês, eu nunca imaginaria estar numa cerimônia dessa, jamais. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria ocupar esta tribuna. E eu digo isto com gratidão a todos vocês, a todos os amigos que estão aqui: tenham plena certeza de que vocês fazem parte dessa jornada.

Eu gostaria muito de dividir este momento com vocês. Quero mencionar de forma muito especial… Eu tenho amigos de 45 anos de jornada. Tenho alguns colegas que eu não sei nem como a segurança da Assembleia os deixou adentrarem o recinto, deputado. Estou muito alegre de ver colegas meninotes e outros tantos que a gente vai fazendo ao longo dessa jornada.

Como eu estava comentando com o deputado Zé Guilherme, eu gostaria de fazer uma saudação muito especial a essa família que me acolheu. Refiro-me a José Morais, meu sogro, que está presente – tanta história tem nesta Casa, não é? Cito também a minha namorada, Viviane Morais, que tanta história tem nesta Casa. Quis o bom Deus que eu viesse receber esta homenagem aqui, no lugar em que Mara Denise, a falecida esposa do Sr. Morais, mãe da minha namorada Viviane construiu uma carreira. Foi diretora de recursos humanos por longos e longos anos. Eu sei do carinho que vocês têm por esta Casa. Eu tenho certeza de que foi um presente de Deus me colocar aqui. Em homenagem a ela, eu faço questão de registrar: seguiu o caminho, de forma muito especial.

Cito os meus irmãos, cunhadas e sobrinhos que estão presentes: Gustavo, Fernando, Vanessa, Jane e todos os demais. Esses são os verdadeiros suportes ao longo da minha vida. Viviane, da mesma forma que a gente faz uma homenagem à sua mãe, in memoriam, a gente faz também uma homenagem ao meu pai e à minha mãe, ambos falecidos. Mas eu tenho certeza… Eu me tornei advogado porque o meu pai, quando ia trabalhar, levava uma mala no estilo 007. Quem é um pouquinho mais antigo, vai se lembrar disso. O meu sonho era ser advogado para ter uma mala daquela. Havia um código, e dentro havia canetas, lápis coloridos, marca-textos. Eu achava aquilo… Então, na verdade, eu entrei para o direito para usar uma mala como a do 007. Hoje está démodé, fora de moda.

Quanto à minha mãe, eu diria que nunca conheci uma pessoa tão generosa na vida. Nunca conheci uma pessoa tão boa na minha vida! Eu digo isso sem tristeza. Na verdade, é uma lembrança muito boa, e falo disso com alegria no coração. Eu tenho certeza de que ela está beliscando alguém e apontando: “Olha, aquele é meu filho, aquele outro é meu filho; eles vão chegar longe”. Ela tinha tanto orgulho de todos os filhos! Fica aqui a homenagem póstuma, mas muito carinhosa aos meus pais já falecidos.

Acabaram de adentrar no recinto – logo percebi pelo raio de sol que iluminou este Plenário – minhas filhas Isabele e Carolina, que são a maior riqueza que eu tenho na vida e que acabaram de aprumar ali. Eu digo que todo o amor que vocês imaginarem que uma pessoa pode sentir por vocês, este velho pai sente por vocês duas. Cada um tem a sua medida de riqueza: alguns pensam em bens materiais, outros… Cada um tem a sua medida. Eu diria que sou um homem extremamente favorecido e agraciado por ter tantos amigos e ter esses dois tesouros que me prestigiam neste momento.

Já caminhando para o fim, talvez este seja o discurso mais longo que eu tenha proferido. Já devo ter falado por uns 5 minutos. Agora, como sou cearense e mineiro, vou utilizar, vou me socorrer do compositor Raimundo. Na sua música Terral, que fala do Ceará, ele diz: “Eu sou a nata do lixo/ eu sou do luxo da aldeia/ eu sou do Ceará”. Já emendando o meu mineirês, vou encurtando esta prosa: estou esperando vocês todos logo ali, para tomar um cafezinho e comer um pão de queijo.

Muito obrigado a todos. Um abraço afetuoso e até a próxima oportunidade.