46ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/12/2024

Palavras do Sr. Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Cumprimento a Exma. Sra. Deputada Lohanna, que preside esta sessão solene e é membro da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; saúdo todos os membros da Mesa na pessoa do nosso presidente Jacyntho Lins Brandão; cumprimento a plateia e agradeço à deputada por quebrar o protocolo para me conceder a palavra.

Eu a solicitei para fazer uma comunicação que considerei imprescindível. Em primeiro lugar, quero registrar que nós estamos muito bem em uma Casa Legislativa e na Casa Legislativa dos mineiros e mineiras, que é a nossa Assembleia, porque a Academia Mineira de Letras nasceu em uma casa legislativa. A sessão de instalação, em 25 de dezembro de 1909, ocorreu na Câmara Municipal de Juiz de Fora, presidida por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, futuro presidente do Estado. Ele foi, entre os governadores de Minas Gerais, um dos que mais se dedicou aos desafios da cultura e foi um dos pioneiros na preservação do patrimônio cultural do nosso estado.

Antônio Carlos tinha uma visão da cultura mineira e da força de Minas Gerais e mandou gravar, naquele monumento que ele erigiu na Praça Rui Barbosa, a Praça da Estação, uma inscrição latina, presidente Jacyntho Lins Brandão: montani semper liberi – “os montanheses serão sempre livres”. E é assim que nós consideramos, na Academia Mineira de Letras e por toda parte em Minas Gerais, essa condição da mineiridade. Seremos sempre livres até daqueles que usam e manipulam a palavra “liberdade” em nome de Minas Gerais.

Mas o pedido que fiz para estar aqui é para um registro muito interessante. Neste exato momento, deputada, a Prefeitura de Conselheiro Lafaiete e a Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, que têm essa sigla ACLCL, estão inaugurando a Praça Bernardo Guimarães, no centro de Conselheiro Lafaiete, como uma homenagem ao livro, à leitura e à literatura, com uma escultura muito interessante – um arco de livros –, realizada pelo escultor, natural de Lafaiete, um dos grandes artistas mineiros, Jorge Fonseca. A cidade de Conselheiro Lafaiete, antiga Queluz de Minas, abre, assim, as comemorações do bicentenário de nascimento de Bernardo Guimarães, o nosso grande escritor do século XIX.

Bernardo nasceu e morreu em Ouro Preto, mas viveu alguns anos em Conselheiro Lafaiete, depois de ter estudado direito em São Paulo. Ele viveu também em Catalão, em Goiás, onde foi juiz. Ele passou por Uberaba e faleceu em Ouro Preto, em 1885, aos 60 anos. Então nós temos um ano de celebrações em torno de Bernardo Guimarães, que é patrono de uma das cadeiras da Academia Mineira de Letras e tio do patrono da academia, o poeta Alfonso de Guimarães.

Eu não podia deixar de registrar aqui, neste instante, uma palavra sobre essa iniciativa tão rica de significados que acontece em Conselheiro da Lafaiete. Peço à deputada Lohanna que apresente, em nome do Legislativo mineiro, as congratulações a Conselheiro Lafaiete por dedicar uma praça importante da cidade ao escritor Bernardo Guimarães, por homenagear o livro, a leitura e a literatura e dar início a essas celebrações, das quais eu tenho certeza que a Academia Mineira de Letras fará parte, com muita ênfase.

Parabéns à Assembleia por esta realização. Parabéns à deputada Lohanna, conterrânea de Adélia Prado, que só não está na academia porque não aceita se candidatar. Ela já foi convidada várias vezes, mas não se candidata. Em compensação, nós estamos na academia para aplaudir esses prêmios maravilhosos, maiores da língua portuguesa, a ela atribuídos.

Parabéns, Lohanna. Obrigado à Assembleia. Parabéns, presidente Tadeu, pela recondução à Presidência da Assembleia Legislativa. Que esta Casa seja sempre a voz firme de Minas Gerais pela liberdade, pela democracia, pela paz, pela construção de uma Minas Gerais mais feliz para todos.