As mudanças do sistema partidário em 40 anos
Um artigo recém-publicado por uma dupla de pesquisadores faz uma leitura de três gerações de siglas do sistema partidário do país. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, um deles, o cientista político e professor do IDP, o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, Vinicius Alves, delimita o período de análise do início dos anos 1980 até hoje. Ele aponta o primeiro grupo, MDB, PT, PSB, PP e PSDB , como legendas tradicionais, mais ideológicas, que nascem comprometidas com as instituições e a Constituição de 1988. Descreve como segunda geração, partidos como Avante e Cidadania, que já começam a abrir espaço para as desconfianças populares. E na terceira geração, cita legendas que surgem como reação à erosão de credibilidade do sistema político, como PSOL e Rede. O professor ainda comenta que os partidos mais resilientes são os da primeira geração. O cientista político avalia que a renovação partidária é desejável, mas que no Brasil e diversas partes do mundo há a ascensão de forças que integram o fenômeno da antipolítica.