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Restauração do Parque das Águas é anunciada em visita a Caxambu

A área, uma das mais importantes estâncias hidrominerais do mundo, está com fontes e outros equipamentos em estado precário.

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Uma boa notícia foi dada durante visita técnica que a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou na sexta-feira (28/11/25) ao Parque das Águas de Caxambu (Sul de Minas). A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), responsável pela gestão da área, já está com projetos prontos para a restauração de todas as fontes e o desassoreamento do lago, demandas antigas da comunidade, acompanhadas pela comissão.

A deputada Beatriz Cerqueira, autora do requerimento para a visita, esteve no local e afirmou que essa é mais uma vitória de uma antiga luta pela preservação do parque e sua manutenção como bem público. Ela lembrou que a conquista se soma ao esforço da oposição, que conseguiu retirar a área da lista de imóveis que o governador Romeu Zema tenta vender ou federalizar para adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

A deputada também citou como avanço o cancelamento da licitação que previa a concessão do parque à iniciativa privada. “Já fizemos algumas audiências para evitar a privatização porque sabemos que esse não é melhor caminho para cuidar de algo que é do interesse coletivo”, rememorou.

Na visita, constatou-se que várias fontes estão se deteriorando, além do labirinto na área de recreação e do anfiteatro. Estruturas de ferro estão enferrujadas, bancos sujos e tomados por lodos, além de artes de madeiras carcomidas. “Precisamos muito de restauração e sabemos que há recursos”, disse a deputada.

Embora admita que o anúncio seja motivo de comemoração, Beatriz Cerqueira afirmou que vai solicitar o cronograma das obras e realizar outra audiência pública para ter mais conhecimento sobre o trabalho de restauração.

O coordenador de Suporte aos Ativos no Interior Codemge, Cláudio Fernandes Souza, relatou que outra reivindicação da comunidade também está em andamento: o retorno da gestão do parque para a Prefeitura. A autarquia assumiu a condução da área em 2017, após 28 anos sob responsabilidade do executivo municipal. A partir daí investiu cerca de R$ 30 milhões para recuperação de alguns serviços que já não estavam funcionando, como a restauração do balneário, segundo o coordenador.

Com 210 mil m², o Parque das Águas é composto por 12 fontes de águas minerais, a maioria gasosa e de propriedades terapêuticas diferentes. Ali também há um lago, coreto, esculturas e uma natureza exuberante. O gêiser, fonte de água quente, jorra duas vezes por dia para a alegria de muitos frequentadores do parque.

Nova lei representa mais uma ferramenta de proteção

A deputada Beatriz Cerqueira também esteve em visita à Câmara Municipal de Caxambu para fazer a entrega simbólica da Lei 24.793, de 2024, que reconhece como de relevante interesse cultural do Estado a coleta e o uso tradicionais das águas das fontes hidrogeológicas pela população dos Municípios de Cambuquira, Caxambu, Lambari, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Caldas e Poços de Caldas, todos no Sul de Minas. A norma é oriunda do do Projeto de Lei (PL) 3.952/22, de sua autoria, aprovado pela Assembleia em maio de 2024.

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Ela emoldurou o texto da lei e entregou os quadros ao prefeito Luiz Henrique, ao presidente da Câmara, Mário Alves, e a representantes da sociedade civil. Foram agraciados, além dos políticos:

  • Maria Antônia Muniz Barreto Siqueira, presidente da Sociedade Amigos do Parque das Águas (Ampara)
  • Isabela Souza, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde
  • Luciana Marino, representante da Ordem dos Advogados do Brasil
  • Luciano Benito, do Sindicato dos Servidores Publicos Municipais de Caxambu (Sindiscaxa)
  • Thamires Ventura, representando os professores da rede municipal de ensino
  • Liana Bahia, da Academina de Letras Caxambuense
  • Carla Fernandes de Carvalho, professora da rede estadual e
  • Estudantes do Parlamento Jovem da cidade

Beatriz Cerqueira também presenteou as dezenas de pessoas que acompanharam a cerimônia com uma marcador de página que trazia um QR code para acessar a página de tramitação do projeto. “É importante fazer uma devolutiva à sociedade para divulgar os resultados das pautas de nossas lutas”, explicou.

A deputada afirmou que o reconhecimento dos modos de cultura da população das cidades alcançadas pela legislação é uma ferramenta para preservar as tradições e as áreas onde estão localizadas as estâncias hidrominerais.

A medida foi recebida com emoção e aplausos da plateia que acompanhou o gesto simbólico da deputada. Liana Bahia exaltou a importância da norma e relatou que muitos moradores de Caxambu não possuem filtros porque se abastecem das águas do parque. Durante a visita, os convidados encontraram várias pessoas carregando garrafas pet cheias de água que jorram gratuitamente das fontes.

Segundo Liana, durante a pandemia da covid-19, o parque chegou a ficar fechado por cinco dias e gerou grande transtorno, principalmente para pessoas mais pobres, que perderam o acesso à água.

A deputada explicou que o projeto sofreu muita pressão de lobistas para que não fosse aprovado, mas que a lei é mais um passo na luta para a manutenção do parque sob gestão pública.

Comissão de Administração Pública - visita ao Parque das Águas de Caxambu
Comissão de Administração Pública - entrega simbólica da lei que recohece relevante interesse cultural das fontes hidrogeológicas das cidades de Cambuquira, Caxambu, Lambari, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Caldas e Poços de Caldas

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