Projeto federal sobre trabalho de motoristas de aplicativo pauta audiência
Comissão de Assuntos Municipais realiza nesta quarta (3) debate sobre iniciativa do governo federal que tem encontrado resistência de parte desses trabalhadores.
02/04/2024 - 10:45Polêmico, o Projeto de Lei Complementar Federal (PLP) 12/24, de autoria do governo federal e que muda as relações de trabalho dos chamados “motoristas de aplicativo”, será tema de audiência pública nesta quarta-feira (3/4/23), na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O debate, que atende a requerimento do deputado Carlos Henrique (Republicanos), está previsto para acontecer a partir das 16 horas, no Auditório José Alencar. A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social foi convidada para participar do debate.
O PLP 12/24, fruto de negociações entre o governo federal, empresas e sindicatos, introduz a categoria do “trabalhador autônomo por plataforma” sem estabelecer um vínculo empregatício. A proposição, que tramita na Câmara dos Deputados, garantiria aos motoristas de aplicativo, na visão do governo federal, um pacote de direitos trabalhistas e previdenciários, como horário e jornada de trabalho.
Esses motoristas teriam a garantia de uma remuneração mínima de R$ 8 por hora trabalhada, com as empresas arcando com 20% das contribuições ao INSS. O restante seria de responsabilidade dos próprios trabalhadores. Inicialmente, os entregadores que prestam serviços por aplicativo não seriam contemplados no projeto.
Mas parte da categoria tem se mobilizado contra a iniciativa que, na prática, segundo argumentam, levaria à redução dos valores pagos por quilômetro rodado ao impor mais taxações, diminuindo ainda a flexibilidade de trabalho. No último dia 26 de março, motoristas de aplicativo organizaram protestos por todo o Brasil.
Em Belo Horizonte, após percorrem diversas ruas da Capital, motoristas de aplicativo se reuniram nas imediações da ALMG para um ato público, o que levou inclusive ao agendamento da audiência pública desta quarta (3). Para o debate, foram convidados diversos representantes da categoria no Estado.
Em seu requerimento, Carlos Henrique lembra a evolução e a importância do serviço prestado pela categoria nos tempos atuais, relevância essa reforçada pela necessidade de isolamento social em razão da pandemia de covid-19. “As empresas tiveram que se adaptar, e o serviço de entregas deixou de ser um diferencial, passando a ser uma necessidade”, pontua.
Nesse contexto, reforça o deputado, houve um crescimento na oferta de trabalho no setor, mas a contratação do serviço aconteceu, na maioria das vezes, de forma avulsa e sem seguir as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, sem vínculo empregatício, sem horário definido e com remuneração atrelada à produtividade.