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Organizadores garantem realização da Parada LGBTQIAPN+ de BH

Cellos-MG espera reverter decisão judicial que limitou repasse de recursos municipais para financiar o evento, marcado para este domingo (20).

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“Vai ter parada!”. Com esse grito de guerra, manifestantes de movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais garantiram a realização da 26ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de Belo Horizonte neste domingo (20). O assunto foi repercutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta sexta-feira (18/7/25), durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos.

A organização da parada foi surpreendida com uma liminar (decisão judicial provisória) publicada na noite da última quinta-feira (17). O juiz Danilo Couto Lobato Bicalho determinou que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pode repassar apenas R$ 100 mil para o evento, organizado pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos-MG).

A PBH havia garantido o repasse de R$ 450 mil para financiar os custos da parada. A decisão judicial não apontou indícios de irregularidades no contrato firmado com o Cellos-MG, mas considerou que não havia justificativas suficientes para o repasse desse valor. Foi uma resposta a uma ação popular movida pelos vereadores Pablo Almeida (PL) e Uner Araújo (PL).

O presidente do Cellos-MG, Maicon Chaves, disse que a Parada LGBTQIAPN+vai acontecer de qualquer jeito. “Ninguém vai nos impedir de estar na rua. Não vai ser um vereador de extrema direita que vai nos dizer onde o nosso pé pisa”, afirmou. 

Segundo os organizadores da parada, os custos do evento giram em torno de R$ 1,3 milhão. Na avaliação de Maicon Chaves, o cancelamento dos recursos da PBH constitui uma tentativa de apagamento da população LGBTQIAPN+. No entanto, ele acredita na possibilidade de reversão da decisão judicial. “Amanhã (19) vamos comemorar a derrubada dessa liminar”, disse.

Evento resiste, mesmo sem recursos públicos

As dificuldades enfrentadas pelas pessoas homossexuais foram lembradas pelos participantes da audiência pública. Soraia Menezes, que organizou a primeira parada LGBTQIAPN+ de Belo Horizonte, contou que o evento sempre foi alvo de ataques, mas nunca deixou de ser realizado. “A gente não depende do ‘big money’. Não é agora que vão impedir essa parada de sair”, afirmou.  

Em Esmeraldas (Região Metropolitana de Belo Horizonte), a primeira parada foi realizada no ano passado, graças a um grande esforço pessoal dos organizadores. Segundo Márcia Torralbo, não houve patrocínio com recursos públicos e foi preciso pedir dinheiro nas ruas para garantir a realização do evento. “A gente só quer mostrar que a gente existe”, justificou.

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos, deputada Bella Gonçalves (Psol), que solicitou a realização da audiência, lembrou a importância dos movimentos sociais na conquista de direitos da população LGBTQIAPN+. Ela se considera a primeira parlamentar “orgulhosamente LGBT” na Assembleia e disse estar otimista com os avanços conquistados nos últimos anos.

Ela citou a realização de pelo menos 20 conferências municipais sobre os direitos dos homossexuais e espera contar com a ampliação da representação desse segmento populacional nos espaços de poder nas próximas eleições. “Nós vamos ocupar todos os lugares. Vamos fazer as paradas, vamos estar nos conselhos, vamos ter os nossos espaços de saúde, vamos construir um país de diversidade”, afirmou.

Tópicos: Direitos Humanos
Comissão de Direitos Humanos - entrega de votos de congratulações formulados com parlamentares, ativistas e prefeitos LGBTQIAP+

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