A cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata mineira, foi novamente cenário da entrega da medalha que leva o nome do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica brasileira. A solenidade, realizada nesta quinta-feira (20/11/25), foi acompanhada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB), que também preside o Conselho da Medalha. 

A Medalha Santos Dumont é destinada a aviadores civis e militares, além de pessoas e instituições que contribuem para a aviação e para o desenvolvimento do Estado e do País. A honraria é concedida nos graus Ouro, Prata e Bronze e Grande Colar, que é destinado apenas a Chefes de Estado, de Governo, de Poderes e Ministros de Estado. Nesta edição, não houve a entrega do Grande Colar.

Sete membros da Assembleia Legislativa foram indicados para receber a honraria, mas cinco não puderam comparecer à cerimônia e receberão a comenda em outro momento. O presidente Tadeu Leite condecorou os agraciados com o grau Prata, entre os quais os deputados Bim da Ambulância (Avante) e Dr. Maurício (Novo). 

No total, foram indicadas três entidades e 130 personalidades, entre as quais parlamentares, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Aeronáutica e das forças de segurança pública. 

Além do chefe do Parlamento, a solenidade contou com a presença do governador Romeu Zema, dos presidentes do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado, respectivamente desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior e Conselheiro Durval Ângelo, do Secretário de Governo e Chanceler da Medalha, Marcelo Aro, e de prefeitos de diversos municípios, entre outras autoridades.

Os pronunciamentos do Governador Zema e do Prefeito de Santos Dumond, Pacífico Estites Rodrigues Júnior, reverenciaram a memória e a história de Santos Dumont, lembrado como um gênio humilde, generoso e inspirador, motivo de grande orgulho para Minas Gerais.

Visão endossada pelo Chanceler da Medalha e pela oradora oficial do evento, Coronel Jordana de Oliveira Filgueiras Daldegan, primeira mulher a ocupar o cargo de comandante-geral do Corpo de Bombeiros. 

Falando em nome dos agraciados, Coronel Jordana enfatizou que o Patrono da Aeronáutica é um exemplo de superação e compromisso com o bem comum. Para a chefe do bombeiros, todos que foram nomeados para receber a medalha devem honrar o legado de Santos Dumont, com mesma convicção do inventor de que “voar é elevar o padrão do que fazemos”.

Comenda relembra um dos grandes feitos do inventor mineiro

A Medalha Santos Dumont foi criada em 1956, para comemorar o cinquentenário do primeiro voo do 14-Bis, invenção do mineiro Alberto Santos Dumont, nascido na cidade que recebe o seu nome, e onde é feita a entrega da honraria anualmente. 

O voo do 14-Bis entrou para a história por ser o primeiro voo público homologado de um aparelho mais pesado do que o ar, e impulsionado por motor próprio. O feito demonstrou a viabilidade da invenção e lançou as bases para o desenvolvimento da aviação.

A Medalha Santos Dumont é regida por um Conselho Permanente, composto por 22 membros e presidido pelo chefe do Legislativo estadual. Cada membro pode propor até quatro indicações.

Pai da aviação é orgulho para o Estado

Alberto Santos Dumont nasceu em 20/7/1873 na cidade que hoje leva seu nome. Era o sexto filho de Francisca Santos e do engenheiro Henrique Dumont. Estudou na França a partir de 1892. Em 1906, realizou o voo histórico do 14-Bis, construído com alumínio, bambu e seda japonesa.

Além do 14-Bis, criou outras 20 máquinas voadoras e recebeu vários prêmios, como o do Aeroclube da França.

Debilitado, Santos Dumont passou seus últimos dias em uma estação de repouso no Guarujá (SP), onde morreu em 23/7/1932, tinha apenas 59 anos, completados três dias antes de seu falecimento.

A antiga residência do inventor, a Fazenda Cabangu, no mesmo município da Zona da Mata mineira, abriga hoje um museu com peças históricas, réplicas de aeronaves, fotos, cartas, objetos pessoais e obras ligadas à trajetória do aviador.