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Indicados ao Conselho Estadual de Educação passam por sabatina

Pareces favoráveis às indicações foram aprovados por comissão especial e seguem para análise do Plenário. 

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Seis pessoas indicadas pelo governador Romeu Zema para compor o Conselho Estadual de Educação (CEE) foram sabatinadas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (20/8/25).

A Comissão Especial criada para analisar as indicações aprovou pareceres favoráveis a cada uma delas. As proposições, de autoria do governador, tramitam em turno único e seguem, agora, para a aprovação do Plenário.

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Foram aprovadas as seguintes indicações para o CEE:

Inicialmente, cada um dos indicados falou sobre a própria formação e experiência profissional. A seguir, foram interpelados pelos deputados presentes: Leonídio Bouças (PSDB), presidente da comissão, Charles Santos (Republicanos), e Zé Laviola (Novo). O deputado Antonio Carlos Arantes (PL) também esteve na reunião e elogiou os indicados pelo compromisso com a educação.

A mestre em educação, advogada e pedagoga Galdina Arraes, por exemplo, atribuiu sua indicação ao CEE ao trabalho na União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme). Ela atua na coordenação desses conselhos, na defesa de seu fortalecimento e no incetivo às prefeituras para que criem seus próprios sistemas.

Ela foi questionada por Leonído Bouças sobre os possíveis motivos pelos quais o Brasil, apesar de tantos planos de educação, ainda se sair mal em exames internacionais sobre a qualidade do ensino médio.

Para a indicada, o País tem uma distorção histórica que são as desigualdades. “Antes, lutávamos pelo acesso. Agora, é pelo acesso, permanência e aprendizado. Os municípios têm dificuldades para se informar e para implantar isso de fato”, ponderou.

Par Galdina, porém, há avanços importantes nessa área como a abertura para a participação da sociedade civil no planejamento da educação. “Precisamos de diálogo intersetorial com os municípios. O Conselho está aberto a essa escuta ativa”, afirmou.

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Xadrez como ferramenta pedagógica

O matemático Enzo Lopes destacou, entre os tópicos de sua atuação profissional, o incentivo ao ensino do xadrez como ferramenta pedagógica e também para resgate de crianças em situação de vulnerabilidade. Ele passou por diferentes secretarias do Estado e atuou, também, no suporte à criação de conselhos tutelares e conselhos municipais de crianças e adolescentes.

O indicado destacou que o CEE é um órgão de transformação social e até mesmo sua atividade burocrática é importante. Ele citou as inspeções escolares para credenciamento que levam em conta, por exemplo, a segurança dos alunos e a acessibilidade.

A partir de sua experiência na Escola de Formação de professores no Estado, ele foi questionado por Charles Santos sobre como esse trabalho poderia ser melhor estruturado. O indicado defendeu o esforço contínuo para a capacitação dos docentes, inclusive para lidar com a atual violência na sala de aula.

Já a educadora física Eliane Turra, filha de pais professores, contou que seguiu o mesmo caminho e sempre atuou na sala de aula. Emocionada, ela brincou que se aposentou da educação, mas a educação não se aposentou dela.

Em sua segunda passagem pelo CEE, ela está atuando em duas comissões: a primeira faz um diagnóstico do Plano Nacional de Educação (PNE) para subsidiar o Estado na definição de ações; e o segundo trata da implantação do novo ensino médio.

Zé Laviola destacou a provável destinação de recursos para o ensino técnico, a partir da adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), e questionou a indicada sobre as formas de aprimorar esse ensino.

Eliane Turra defendeu o programa Trilhas de Futuro, do Governo de Minas, que oferta cursos técnicos. Segundo ela, com a extinção progressiva desses cursos no Brasil, houve um aumento da evasão no ensino médio. “Adolescente tem pressa e não tem juízo. O curso superior não pode ser a única opção”, avaliou.

Ciências e afetividade

O ensino de ciências pautou a formação e a atuação profissional de Márcia Fonseca, tanto nas escolas públicas e privadas quanto na Escola de Formação. Vários projetos nessa área foram coordenados pela mestre em educação, entre os quais a criação do Museu de Ciências. No CEE, ela desenvolve atualmente um projeto estratégico de gestão de documentos.

Leonídio Bouças quis saber da indicada o que seria essencial no novo PNE, tendo que vista que várias metas do plano anterior não foram alcançadas. Márcia defendeu metas mais realísticas para as várias modalidades de ensino, que trabalhem a permanência do aluno na escola, e também a institucionalização de metas para a formação continuada de professores.

A psicopedagoga Maria Virgínia relatou seu trabalho como professora por 35 anos e sua experiência em gestão, inclusive como secretária de educação de Itaúna e Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas. No CEE, segundo ela, sua atuação traz a visão da rede municipal de ensino, também por sua passagem pela presidência da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Charles Santos interpelou a indicada sobre a importância da promoção da saúde mental para professores e alunos. Ela defendeu a “afetividade na educação”. Para Maria Virgínia, há uma espécie de abandono das crianças, que hoje têm comportamentos que não condizem com a idade. E também dos professores, sobrecarregados com dois ou três horários.

“Não aprendemos com a pandemia. Precisamos uns dos outros, de conviver bem, de respeito. E de afetividade”, reforçou.

Inteligência artificial é desafio

O último indicado a se apresentar foi Luciano Sathler, um servidor do Banco do Brasil que foi designado para formar colegas e, assim, se descobriu na profissão de professor. Comunicador social e doutor e administração, ele tem passagem por muitas instituições particulares de ensino, inclusive superior.

Sua atuação tem como focos a tecnologia (foi o primeiro pro reitor de educação a distância no Brasil) e, mais recentemente, a inteligência artificial (IA). “Essa é uma mudança de paradigma na educação”, pontuou.

Ele foi questionado por Zé Laviola sobre como o CEE pode auxiliar na regulação da IA de forma a impulsionar a educação no Estado.

Para Luciano, o momento é oportuno porque o currículo de referência em computação ainda não foi implementado nos estados. “Precisamos de alfabetização e IA, para que o aluno possa usar essa ferramenta de forma crítica e criativa e também saiba se defender nesse contexto”, afirmou.

Comissão Especial Indicações Fucam, FHA, Ipem, Conselho Estadual de Educação, Jucemg, FJP, IPSM, Lemg e IMA
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Os profissionais foram sabatinados pela Comissão Especial na tarde de quarta-feira (20). Os pareceres estão prontos para ser votados em Plenário, em turno único TV Assembleia

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