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Estudantes homenageiam etnia cataguás com nome de parque

Comissão de Educação visitou Colégio Santo Agostinho, em Contagem, para celebrar iniciativa estudantil transformada em lei.

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Estudantes do Colégio Santo Agostinho, de Contagem (RMBH), estão comemorando a publicação da Lei 25.366, de 2025, que altera o nome da Área de Proteção Ambiental (APA) Parque Fernão Dias para Parque Cataguás. Os três anos de mobilização pela causa foram lembrados na tarde desta segunda-feira (18/8/25), durante visita da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Os professores de História, Inez Silva, e Ciências, Moacir Moreira, recordaram o pedido para que a turma do 7º ano, em 2022, pesquisasse sobre pessoas e episódios marcantes da cultura mineira. O objetivo já era levantar ideias para a renomeação do parque.

Gustavo Moura, atualmente aluno do 1º ano do Colégio Técnico da UFMG, foi quem sugeriu a homenagem para etnia cataguás. Mesmo com dificuldade para encontrar registros do povo originário, compreendeu o quanto sua presença havia sido relevante no território.

“Eles foram esquecidos da história e nós lutamos durante três anos por essa renomeação do parque”, explicou. Para o estudante, com a publicação da lei, o sentimento é de justiça.

A professora Inez relatou que todo o trabalho coletivo foi um aprendizado sobre pesquisa histórica e processo democrático. Além de buscar referências e confirmar informações, a turma elaborou argumentos, coletou quase 2 mil assinaturas a favor da mudança, visitou gabinetes parlamentares e participou de audiência pública na ALMG.

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Houve um esforço no sentido de sensibilizar políticos e moradores da região para a importância de dar visibilidade aos povos originários. O resultado do esforço é o primeiro espaço público de Contagem com nome indígena. “Estamos deixando um legado, uma contribuição para a comunidade”, avaliou a docente.

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A diretora Aparecida Debona Altoé apontou que a Lei Federal 11.645, de 2008, torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Porém, de acordo com ela, a preocupação vai além do currículo. “Temos uma agenda de contato com essas comunidades, por meio do trabalho voluntário e do compartilhamento do saber”, acrescentou.

Embora tenha admitido a existência de outras demandas urgentes em Contagem, ponderou que não se pode ignorar o risco do esquecimento histórico. “Quem são as vítimas dessa violência, desse apagamento? Conhecimento serve para praticar a justiça, temos responsabilidade como nação”, afirmou.

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Conforme o presidente da Rede Santo Agostinho, frei Eustáquio Gouveia, a atenção com o tema indígena é anterior à legislação. “Isso está no DNA da instituição, é uma causa da vida religiosa”, salientou.

Autora do Projeto de Lei (PL) 1.841/23, que deu origem à norma comemorada, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) destacou que o protagonismo é da comunidade escolar. Ela parabenizou pela mobilização e frisou a importância de preservar a memória dos povos originários. “Não se trata de apagar a história, mas honrar quem esteve neste território antes de todos nós”, sintetizou.

Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia - visita o Colégio Santo Agostinho, o Parque Cataguás e o projeto que deu origem à lei que propôs a alteração do nome do parque
Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia - visita o Colégio Santo Agostinho, o Parque Cataguás e o projeto que deu origem à lei que propôs a alteração do nome do parque
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A mudança de nome é resultado do trabalho de três anos dos alunos do Colégio Santo Agostinho com apoio da Comissão de Educação da Assembleia. A Lei 25.366, de 2025 já foi publicada. TV Assembleia

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