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Estatuto da Igualdade Racial de Minas Gerais pauta audiência nesta terça (7)

Debate na Comissão de Direitos Humanos dá sequência à programação de consultas populares para construção de novo marco normativo do Estado.

06/11/2023 - 17:11
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Debater os direitos humanos sob a perspectiva do Estatuto da Igualdade Racial de Minas Gerais. Esse é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nesta terça-feira (7/11/23), a partir das 16 horas, no Auditório do andar SE, atendendo a requerimento assinado por quatro deputadas, tendo como primeira signatária Macaé Evaristo (PT).

Também assinam o requerimento a presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Andréia de Jesus (PT), a 1ª-vice-presidenta da ALMG, Leninha (PT), e ainda Ana Paula Siqueira (Rede).

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A deputada Macaé Evaristo lembra que o futuro Estatuto da Igualdade Racial será um marco normativo no Estado, compilando e criando legislações para proteger os negros (pretos e pardos), que correspondem a 61% da população mineira em 2019, de acordo com a Fundação João Pinheiro. Segundo ela, o Estatuto organiza um arcabouço legal que perpassa todas as áreas para garantir equidade racial no Estado.

Como o processo de construção do estatuto prevê consultas à população, estão sendo realizados debates públicos na ALMG e em todas as regiões do Estado com os temas que serão eixos do documento. A primeira audiência foi realizada em Montes Claros (Norte), na segunda-feira da semana passada (30/10), e debateu a cultura. A próxima, nesta quarta-feira (7), será justamente direitos humanos.

“O mês de novembro é o mês dedicado à luta da população negra, e 10 de dezembro, o Dia Nacional dos Direitos Humanos, quando celebramos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 com os princípios que embasam a Constituição de 1988. Com o estatuto, a nossa tarefa é garantir os direitos previstos na Constituição Cidadã”, destaca Macaé Evaristo.

Lista

Essa extensa programação começou no último dia 30 de maio, quando foi lançada, também na ALMG, a agenda de diálogos para a construção do Estatuto da Igualdade Racial no Estado, também por iniciativa das mesmas parlamentares. A ideia inicial era de que ela deve durar, aproximadamente, nove meses.

A deputada lembra que agora o objetivo da audiência da Comissão de Direitos Humanos é discutir as inúmeras violências às quais a população negra está submetida, como por exemplo a discriminação racial, altos índices de desemprego, o encarceramento em massa, a falta de oportunidades e perspectiva e, por fim, o assassinato sistemático da juventude negra.

“O Estatuto cria parâmetros para construção e implementação de políticas públicas que superem esses obstáculos”, resume Macaé Evaristo. Entre os convidados da reunião está o senador Paulo Paim (PT-RS), que criou o Estatuto da Igualdade Racial em âmbito federal.

Citação

Também foram convidadas a coordenadora nacional da juventude da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Luana de Souza, a assessora da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Contagem e integrante do Nznga Coletivo de Mulheres Negras, Ayana Odara de Brito, e a defensora pública Ligia Olimpio de Oliveira Rodrigues.

Foram chamados ainda José Eustáquio de Brito, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros; a co-coordenadora do Grupo de Pesquisa e Extensão em Direito, Estado e Relações Raciais da UFMG (Alafia), a advogada Thayná Laís da Silva, e Matilde Ribeiro, professora-adjunta da Unilab.

Lançamento da Agenda por um Estatuto da Igualdade Racial de Minas Gerais
“É importante olhar para os indicadores da população negra no Estado para construirmos políticas públicas de superação das desigualdades. Quando falamos de direitos humanos, tratamos de combate às desigualdades de raça, gênero e classe."
Macaé Evaristo
Dep. Macaé Evaristo

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