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Endividamento do setor agropecuário mobiliza Assembleia de Minas

Em 2024, foram 2.273 pedidos de recuperação judicial no setor, em todo o País, um aumento de 61,8% em relação a 2023.

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O endividamento de produtores rurais e de empresas do setor agropecuário no Estado é o tema de audiência pública da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, nesta segunda-feira (10/11/25), às 15 horas, no Auditório SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

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O requerimento é de autoria do deputado Antonio Carlos Arantes (PL) e também do presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, Raul Belém (Cidadania). “O setor enfrenta atualmente uma crise de endividamento de proporções alarmantes, que ameaça não apenas a sustentabilidade econômica de produtores rurais e empresas do setor, mas também a estabilidade social de vastas regiões do Estado”, afirmam os parlamentares, na justificativa da solicitação.

O objetivo da reunião, de acordo com o requerimento, é discutir e propor medidas concretas para preservar a atividade rural, a segurança alimentar e a sustentabilidade socioeconômica do Estado, a fim de evitar a redução da produção agropecuária e a queda na arrecadação tributária

O problema do endividamento agropecuário afeta Minas e todo o País. Matéria publicada pela CNN Brasil explica que a rentabilidade no campo vem caindo, mesmo diante de uma previsão de crescimento recorde na safra de grãos 2025/2026. 

No requerimento apresentado, os parlamentares ressaltam a importância do agronegócio para a economia mineira. Eles também destacam a vitalidade do setor, que apresenta um aumento de produção mesmo diante de uma crise de financiamento. “Em 2024, o PIB do agronegócio de Minas Gerais registrou um crescimento nominal de R$ 20,5 bilhões em relação ao ano anterior, alcançando R$ 235 bilhões”, afirmam os deputados.

Um dado que ilustra a piora na saúde financeira do setor agropecuário nacional, de acordo com levantamento publicado pela CNN Brasil, é o aumento do número de pedidos de recuperação judicial feitos por produtores rurais em 2024. Foram 2.273 solicitações, um aumento de 61,8% em relação a 2023. Em 2025, o ritmo caiu, mas continua alto: até o segundo trimestre deste ano, já foram registrados 565 pedidos de recuperação judicial por produtores rurais.

Um dos casos mais dramáticos em Minas Gerais foi citado em matéria publicada pelo jornal Estado de Minas em fevereiro de 2025. O Grupo Patense, de Patos de Minas (Alto Paranaíba), que fabrica ração para fazendas e pets, óleo para indústria de beleza e biocombustíveis, que possui uma dívida superior a R$ 2 bilhões, é a segunda maior recuperação judicial de agronegócio do Brasil, atrás apenas da Agrogalaxy Participações, de Goiânia, que possui uma dívida de quase R$ 5 bilhões.

Para o advogado especialista em direito empresarial Ermiro Ferreira Neto, citado pela CNN Brasil, os custos de produção impulsionados por insumos dolarizados e o aumento expressivo da taxa Selic, que encareceu as dívidas e elevou o custo do capital, são alguns dos principais fatores para o endividamento dos produtores.

A fim de discutir soluções para o problema, estão convidados a participar da reunião na Assembleia de Minas autoridades federais e estaduais relacionadas ao setor agropecuário, representantes de bancos oficiais, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Antônio Pitangui de Salvo, outros representantes sindicais do setor, o presidente da Cemil e da Fecoagro Leite Minas, Vasco Praça Filho, e representante da Ordem dos Advogados do Brasil.

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