Desvio de armas reforça cobrança por central de custódia em Minas
Central de custódia pode evitar desvios de armas, drogas e munições que hoje são mantidas pela polícia em locais improvisados.
- Atualizado em 17/11/2025 - 08:43O recente desvio de 220 armas de fogo apreendidas pela Polícia Civil de Minas Gerais mas que voltaram para facções criminosas reavivou uma antiga reivindicação dos servidores de segurança no Estado: a criação de uma central de custódia, um local adequado para armazenar armas, drogas, munições e outras provas apreendidas, hoje são mantidas em locais improvisados.
O assunto será debatido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira (17/11/25), a partir das 9h30, em audiência pública da Comissão de Segurança Pública, no Auditório José Alencar.
De acordo com o requerimento do presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PL), o objetivo é debater o imediato cumprimento do disposto no artigo 158-A do Código de Processo Penal, que define o instituto da cadeia de custódia.
De acordo com o artigo, cadeia de custódia é o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear a posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. Em outras palavras, são os procedimentos e estrutura para preservação de provas judiciais.
De acordo com informações do gabinete do deputado Sargento Rodrigues, uma das entidades que solicitou o debate foi o Sindicato dos Escrivães de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindep). A entidade tem cobrado a criação da central de custódia em Minas desde 2020.
Segundo o sindicato, a estrutura é uma das determinações da Lei Federal 13.964, de 2019, também conhecida como Pacote Anticrime, que modificou diversos códigos (Penal, de Processo Penal e leis especiais) para endurecer o combate à criminalidade.
O recente desaparecimento das 220 armas de fogo sob o poder da Polícia Civil mineira foi noticiado no dia 9 de novembro, quando foi presa uma suspeita, a servidora concursada Vanessa de Lima Figueiredo.
As investigações apontam que ela retirou as armas das instalações da Polícia Civil, depois vendidas para facções como o Terceiro Comando Puro, uma das atuantes na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para debater a questão da cadeia de custódia, já confirmaram participação na audiência pública desta segunda-feira presidentes de várias entidades sindicais: Marcelo Horta, do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de Minas Gerais; Wilton Sales, do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de Minas Gerais; Wemerson de Oliveira, do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais; e Maria de Lurdes Camilli, do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado Minas Gerais.