O tarifaço dos Estados Unidos sobre os produtos exportados pelo Brasil mais uma vez pautou discursos de parlamentares na quarta-feira (6/8/25), durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Parlamentares do PT criticaram a decisão do presidente americano Donald Trump, alegaram que ela foi motivada por articulações conduzidas por bolsonaristas e reclamaram que o governador Romeu Zema não tomou nenhuma iniciativa em defesa do agronegócio mineiro, prejudicado com o aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos.

O deputado Cristiano Silveira (PT) chamou Romeu Zema de “inepto, preguiçoso e incompetente” por, segundo ele, não ter tentado nenhuma negociação para reverter o tarifaço imposto a produtos mineiros como o café. “Onde está Zema nesse processo todo? Ele não teve o zelo de correr atrás dos interesses de Minas Gerais”, afirmou.

Para o deputado Leleco Pimentel (PT), Zema está mais preocupado com o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, em evento a ser realizado em São Paulo no dia 16 de agosto. “Resolveram viver de campanha antecipada”, criticou.

Por sua vez, o deputado Betão (PT) lamentou que Zema tenha se juntado aos bolsonaristas para, segundo ele, culpar o presidente Lula pelo tarifaço imposto por Trump. 

Na sua avaliação, a decisão americana foi motivada pelo interesse nas terras raras, necessárias para o desenvolvimento de novas tecnologias, e no Pix, que se consolidou como um meio de pagamento concorrente das bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard.

“Estamos vivendo o endurecimento do maior país imperialista do mundo. Os Estados Unidos querem transformar o Brasil em seu quintal novamente. Trump: tire as patas do Brasil!”, afirmou.

O deputado Ricardo Campos (PT) foi outro a criticar Romeu Zema. Ele disse que o governador ficou seis anos sem pagar a dívida do Estado com a União, não fez os investimentos necessários para expandir a oferta de energia elétrica e não utiliza os recursos do Fundo de Erradicação da Miséria. 

Deputados governistas defendem Zema e criticam Lula e Moraes

Por outro lado, parlamentares da base governista usaram a tribuna para criticar o governo federal, defender o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e exaltar a pré-candidatura de Romeu Zema à Presidência da República.

O deputado Bruno Engler (PL) citou uma denúncia da Civilization Works, organização americana de defesa de ideais liberais, contra Alexandre de Moraes. De acordo com a instituição, o ministro do STF teria contatado servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para uma apuração paralela e sigilosa em redes sociais de presos pelos atos de 8 de janeiro.

“Isso é democracia, é devido processo legal? Ou é um teatro de uma ditadura disfarçada de democracia?, questionou o deputado. Ele ironizou dizendo que seria “uma democracia trans: de democracia não tem nada, mas se sente a democracia”. O deputado exortou o senador Romário (PL-RJ) a assinar o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.

Em aparte, o deputado Eduardo Azevedo (PL) afirmou que faltaria apenas uma assinatura para que o pedido de afastamento do ministro do STF seja pautado pelo Senado. Ele lembrou que os senadores mineiros Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Carlos Viana (Podemos) já assinaram o pedido e indagou se Rodrigo Pacheco (PSD), nome defendido por Lula para disputar o governo de Minas, também assinaria.

Já a deputada Amanda Teixeira Dias (PL) criticou a declaração do presidente Lula de que vai ficar mais esquerdista e socialista. “Mais um tiro no pé”, considerou a parlamentar.

O deputado Bosco (Cidadania) comemorou a pré-candidatura de Romeu Zema para as eleições presidenciais de 2026. Ele teceu vários elogios ao chefe do Executivo e considerou que sua gestão tem colocado o Estado novamente “nos trilhos”.

“Zema tem demonstrado que tem visão, entende de gestão pública e conta com uma equipe que tem contribuído em cada segmento para colocar Minas Gerais como referência de estado federativo”, afirmou.